Capítulo 30.

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Com facilidade ele sobe, comigo ainda no seu colo, os degraus da escada, fico observando cada trajeto seu com a minha cabeça deitada no seu ombro, sentindo o cheiro fraco do seu perfume. Uma fragrância masculina marcante que me envolve junto de um conforto incrível.

Em vez de abrir a porta do meu quarto, ele abre a porta do lado da minha, que é a do seu quarto, fico surpresa com a sua atitude, mas não questiono ou tento mudar a sua escolha. Com cuidado, sou colocada na sua cama extremamente macia.

—Vai querer tomar banho?– ao ouvir a sua pergunta, percebo que estávamos sujos.

—Sim, tenho certeza que ainda tem terra em mim.– falo levantando.

—Vai precisar de ajuda no banho?

A sua pergunta me faz ficar sem reação, não sei se dou risada ou fico quieta por interpretar de outra forma e querer abrir um portal que me levasse pra outra dimensão, só para poder sair dessa situação.

—Não, os machucados não me impedem de ter capacidade de tomar um banho sozinha. Não foi dessa vez, sardento.– falo dando leves tapinha no seu ombro, fingindo não estar afetada pelo seu olhar penetrante sobre mim.

—Talvez na próxima!– seu sorriso malicioso se abre ainda mais depois da sua fala.

—Vou buscar a minha roupa!

—Você pode pegar alguma minha, ficaria confortável em você.

—Tudo bem.– caminho na direção do seu closet animada para pegar umas das suas camisetas.

Ele tem estilo, não posso fazer nada!

Ainda vai ter o bônus de sentir o meu cheiro nelas.– reviro os olhos ao escutá-lo.

—Sem contar que você vai realizar uns dos seus fetiches, que é me ver vestida com suas roupas!– rebato e começo a procurar o que irei vestir.

—Pode ter certeza que estou ansioso para isso!– me viro para ele e o encontro encostado na porta do closet me olhando.

Solto uma pequena risada e pego uma blusa branca larga, certeza que irá ficar como um vestido em mim.

—Veste isso, pode ficar tranquila que eu nunca usei ela.– ele fala me dando uma cueca preta, sem reclamar, pego a mesma.

Preciso de um longo banho!

(...)

Me jogo na cama do Dylan ao escutar a porta do banheiro sendo fechada. Depois do meu banho o Dylan entrou no banheiro para poder tomar banho, mas claro, não antes de me olhar de cima a baixo com o seu olhar provocativo.

Batemos o recorde de não brigar. Estamos mandando bem nisso!

Aconteceu tantas coisas em um dia só, minha cabeça vai explodir se tentar fazer perguntas que sei que não irei obter respostas, sinto como se estivessem me escondendo algo, o Dylan nunca foi um livro aberto, ele sempre foi incógnita, mas os meus pais não, os meus pais sempre me contavam tudo, agora sinto que eles estão escondendo alguma coisa.

Algo me diz que aquela folha antiga pode ser a resposta das minhas perguntas, mas seria muito invasivo da minha parte tentar procurar algo que não pertence a mim ou a minha família, o Dylan deve ter a sua razão por não me deixar olhar, provavelmente irei ter que esperar, se for para saber, irei descobrir com o tempo.

—O que você tanto pensa?– tomo um leve susto ao ouvir a voz do Dylan.

—No Pietro!– minto.

—O que tem o Pietro?– seu semblante se torna confuso e ele para de secar os seus fios loiros com a toalha.

—Ele descobriu quem é a alma gêmea dele.– falo me sentando na cama.

—Quem é? Eu conheço ela?

—É ele, o Thomas.– seus olhos dobram de tamanho e ele caminha na minha direção, deixando a toalha de lado.

—O Companheiro do Pietro é o Thomas? Aquele garoto chato que eu bati na minha festa?– ele fala gesticulando com as mãos.

—Ele mesmo!– falo sorrindo ao me lembrar de algo.

Acho que a brincadeira que eu fiz com o Pietro na sala de aula, acabou se realizando, vou prestar atenção no que falo!

Esse acontecimento não é raro, se Selene quis juntar eles dois, algo em especial eles têm, Selene nunca erra no equisito amor.– ouço ele falar e volto a me deitar na sua cama, no processo acabo sentindo uma leve ardência no pescoço.

—Sim, mas depois que o Pietro descobriu, ele saiu correndo, por isso que fui parar perto da floresta, estava atrás do Pietro.

—Tenho pena do Pietro, vai ter que aturar aquele garoto insuportável pelo resto da sua vida, mas até que tem uma vantagem sobre isso.

—O Thomas é legal, quando você o conhecer melhor vai mudar os seus argumentos sobre ele.

—Não vamos falar sobre ele, por favor.– ele fala deitando no meu lado.

Uma fisgada no meu pescoço me faz levar a mão ao local, percebendo isso, o Dylan se move para perto de mim, ficando praticamente por cima de mim, mas com os braços sustentando o peso.

—Está ardendo?– a sua voz sai rouca ao sussurar a pergunta, lentamente, afirmo com a cabeça.

As minhas mãos já começaram a ficar gélidas e suadas com aproximação, fecho os olhos ao sentir os seus dedos tirando o curativo no meu pescoço.

—Aprendi algo que possa te ajudar com esse ferimento.– ele sussurra aproximando o seu rosto perto do meu pescoço.

—O quê?– agradeço pela minha fala sair firme e em sussurro.

—Algo que irá curar isso aqui!

Sem me da tempo de questionar, sinto sua língua molhar o meu ferimento, mas ao invés de sentir nojo com o ato, me sinto confortável e aos poucos, não sinto mais a ardência.

Antes de se afastar, ele beija o local, saindo de cima de mim e se deitando ao meu lado, passo o dedo de leve no local, mas não há ferida sobre os meus dígitos, com um passe de mágica, ela sumiu.

—Como você fez isso?– pergunto olhando para ele.

—Já observei o meu pai fazendo isso e quis testar para ver se funciona.– ele fala e logo em seguida boceja.

Deve ser coisa de alfa!

—Boa noite, sarnento.

—Boa noite, Lobinha.– ao ouvir ele falar, fecho os meus olhos para esperar o sono vim.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora