Capitulo 16.

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Em todas as possibilidades que passou pela minha cabeça, a reação dele foi a única que eu não tinha cogitado. Pensei que ele iria chegar até mim e soltar aquele típico sorriso de deboche e me pirraçar, ou afirma que ninguém resiste a ele, ou reclamar e se alterar comigo. Mas não, ele fez algo meio inusitado da sua personalidade, ele simplesmente me ignorou.

Desde que cheguei na casa da família Harris para jantar, o meu olhar procurou a figura do Dylan que nem mesmo desviou o olhar do celular para nos receber. Quando fomos comer ele saiu do celular e começou a conversar com meus pais, mas mesmo assim não olhou na minha direção, como se eu fosse invisível.

Nesse exato momento os meus pais estão conversando sobre alguma coisa e eu estou com uma cara de tacho observando o Dylan levantar do sofá e se distanciar da minha vista, provavelmente ele deve estar indo para área da piscina.

Até que é melhor ele me ignorar mesmo, assim não fico me estressando na frente dos nossos pais.

Talvez esteja acostumada com as palhaçadas dele e por isso estou intrigada com esse modo de agir. É estranho ser ignorada, como se fosse invisível, apesar que no colégio prefiro ser invisível.

—Emilly, por que não vai atrás dele?– desvio a minha atenção da porta onde o Dylan saiu para a minha tia Alice.

—Pois é, assunto de adulto é insuportável para vocês!– sem ao menos dá tempo de responder, a minha mãe me incentiva a ir procurar o Dylan.

—Você sabe que isso não vai dar muito certo, vamos acabar brigando e ele está me ignorando.

—Vocês têm que parar com esse cu doce e se resolverem!– acabo dando risada do modo de falar da minha mãe.

—Concordo, e a parte de ignorar deve ser coisa de adolecentes, logo passa e vocês se tornam amigos novamente.

—É quase impossível uma amizade entre nós acontecer, esqueceu que nos conhecemos desde os quatro anos de idade? Mesmo assim com esse tempo todo não nos aproximamos!

—Mais um incentivo para pararem de brigar e tentar realmente se entenderem.– dessa vez foi o meu tio Carlos que entrou na conversa.

—Tá bom, vou tentar, não garanto que vai dar certo!

—Você falando assim parece que o Dylan é um bicho de sete cabeças!– o meu pai fala rindo de leve.

—Mas ele é!

—Eu te conheço muito bem, te aguento já faz quinze anos, sei que você não é nada fácil quando implica com algo.– minha mãe tenta manter a postura séria, mas consigo ver um sorriso mínimo no seu rosto.

—Tudo bem, já estou indo.

Levanto do sofá e me aproximo da porta que dá para área da piscina, quando abro a mesma, vejo o Dylan sentado na borda da piscina com os seus pés dentro da água.

Cuidadosamente me sento ao seu lado e coloco os meus pés na água, mesmo com a minha presença ele não tira os seus olhos da água, que tem uma imagem refletida da lua cheia em sua superfície.

—A água de uma piscina é realmente fascinante!– tento debochar um pouco, pois já está me estressando ser ignorada.

—O que você está fazendo aqui?– essa ingnorância dele não está facilitando nada.

—Que eu saiba a tia Alice me deixa ter acesso a todos os lugares dessa casa.

—Ou talvez você não tenha conseguido registir a mim e veio me procurar, eu sei, um dia isso ia acabar acontecendo.– agora sim ele voltou ao normal.

—Sonha, jovem, só nos seus sonhos que isso irá acontecer!

—Claro, porque acariciar as pessoas é gesto de rejeição.

Agora sim estamos com o verdadeiro Dylan de novo!

—Para deixar bem claro, eu acariciei o seu lobo, você estava na sua forma lupina e eu nunca tinha visto um lobo tão grande antes.

—Sim, acredito em você!

—Já que estamos tocando nesse assunto, quero saber qual foi o motivo da sua briga com o Thomas, ele não te fez nada.– em questão de segundos ele muda o seu semblante e olha para piscina novamente.

—Não te devo explicações da minha vida.– ele diz se levantando e eu faço o mesmo impedindo de ele dar algum passo.

—Você bateu ele sem nenhum motivo, eu só quero saber do porquê dessa sua atitude!

—Pode apostar que eu tive motivos o suficiente para socar aquele cara.– ele diz elevando um pouco a voz.

—Motivos? O único motivo é que você é explosivo!

—Extamante, e é melhor você sair da minha frente já que sou tão explosivo assim!– mesmo com o seu tom rude, não dou espaço para ele passar.

—Você vai fazer o que se eu não sair, me bater como você fez com o Thomas?– quando acabo de falar percebo a merda que estou fazendo.

—Como você é lerda caralho, sai da minha frente agora, Emilly!– o seu olhar muda de direção e percebo o seu maxilar tensionar.

—Realmente não dá para manter uma conversa civilizada entre nós dois!

—Sai da minha frente, agora!– não movo um músculo do lugar.

Em questões de segundos os seus olhos mudam para o vermelho ardente e sua mão, bruscamente, me empurra para o lado, me fazendo ir de encontro com a água gelada da piscina.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora