Capítulo 28.

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O jogo está quase no final, o Thomas ficou soltando algumas piadinhas sobre o que aconteceu a uns minutos atrás, ele ficava sempre perguntando se eu tinha certeza que o Dylan não era o meu namorado, ou que a gente namorava e só eu não sabia disso. Sempre acabava batendo nele para poder calar a boca e prestar atenção no jogo, o que funcionou porque ele focou a sua atenção no jogo, eu não diria que foi no jogo, mas sim no Pietro, em cada dez segundos o Pietro olhava para arquibancada, eu contei.

O que eu estou achando extremamente estranho!

Já estava esquecendo de mencionar que o jogo está empatado, estou ansiosa e nervosa para ele acabar logo para poder conversar com o Dylan, cada vez que ele olhava para mim enquanto jogava, sentia meu rosto se enrubescer e minhas mãos começavam a suar. Mesmo que ele já tenha feito isso antes alguns anos atrás, ainda fico com a mesma sensação de antes, só que mais intensa, a minha mente só pede para repetir o ato, mas só que agora, ela quer um beijo de verdade e não só um selar de lábios.

Vou ter que fazer uma lavagem cerebral para ver se controlo a minha mente e esqueço da enorme vontade que está se expandindo em mim cada vez mais para poder descobrir cada parte do corpo do Dylan.

Um rosnado alto faz com que me encolha na cadeira da arquibancada e olhe assustada para o lado.

A veia do braço do Thomas estão saltando do seu braço, enquanto as suas mãos estão amassando a cadeira onde elas estão segurando, os seus olhos estão em um tom amarelado brilhoso, rosnados estão saindo de seus lábios ao olhar para frente.

Sigo o seu olhar e consigo avistar o Pietro caído no chão se contorcendo de dor, enquanto alguns jogadores estão se aproximando dele para o ajudar a levantar, mas quando eles tentam segurar em seu braço ele geme de dor e mais um rosnado alto ecoa pelas arquibancadas com pessoas só observando, algumas curiosas, outras assustadas pela reação do Thomas.

Com cuidado o Treinador coloca o Pietro na maca para, provavelmente, levá-lo na enfermaria. O Thomas levanta da cadeira e começa a descer as arquibancadas, sem saber o que fazer, começo a segui-lo que para no meio do caminho e olha para mim.

—Sabe onde estão o levando?– ele aponta para os dois homens que saem da nossa vista ao entrarem pro colégio.

—Para enfermaria, ele pode ter quebrado o braço.

Começamos a andar mais rápido, mas o Dylan corre na nossa direção e isso me faz parar.

—Parece que ele quebrou o braço esquerdo!– ele fala ao parar na minha frente.

—Vou ver ele, melhor você voltar pro jogo, o treinador está chamando.– falo apontando para o homem com o apito chamando os jogadores.

—Está bem, vou tentar acabar o jogo o mais rápido possível e te encontro na enfermaria, não saia do colégio.

—Ok.– afirmo e observo ele correr de volta para o campo.

Quando olho para frente o Thomas já está adentrando o colégio, com passos rápidos, adentro o colégio.

—Desculpa, mas você não pode entrar agora.– o mesmo homem que pegou o Pietro, barra o Thomas antes de poder entrar na enfermaria.

—O que? Eu vou entrar e não vai ser você que vai me impedir.– o Thomas rosna e mostra as suas garras, prestes a atacar o homem que tem o dobro de sua altura.

—Enquanto não engessarem o braço do garoto, ninguém irá passar!– o homem fala para o Thomas que está prestes a atacar.

—Thomas, precisamos esperar, só vamos atrapalhar se entrarmos agora.– toco no seu ombro para tentar acalmar ele.

A nossa sorte é que nesse colégio tem quase todos os equipamentos necessários em um hospital, já que os estudantes praticam aulas de lutas precisamos de uma enfermaria eficiente caso alguém quebre um braço ou uma perna.

—Está bem!– aos poucos as garras desaparecem e ele suspira.

—Por que você está assim?– indago tentando entender o que está acontecendo.

—Eu não sei, só sei que tenho uma vontade enorme de arrancar a cabeça daquele garoto com as minhas garras.

—O garoto que fez isso com o Pietro?– pergunto e ele confirma com a cabeça.

—Minha mente está uma bagunça, o meu lobo só quer atacar, está sendo difícil manter o controle.

Acho que estou começando a entender o que está acontecendo!

Observo o Thomas sentar na cadeira ao lado da porta e passar as mãos nos seus fios ruivos, sento no lado dele e encosto a minha cabeça na parede.

(...)

Alguns minutos depois, o mesmo homem que não deixou a gente passar, se pronuncia dizendo que podemos entrar. O Thomas levanta da cadeira e entra dentro da sala, ansiosa para ver o que vai acontecer, sigo o mesmo.

Como eu esperava, assim que o Thomas avista o Pietro sentado em uma maca com o braço engessado, ele congela no lugar quando o Pietro levanta a cabeça para poder nos encarar. No mesmo momento que os seus olhos se encontram, eles mudam de cor e palavras saem dos seus lábios.

Meu!

A mesma palavra saem dos lábios dos dois, coloco a minha mão na testa ao perceber que a minha conclusão estava certa, eles são companheiros um do outro, mas o que eu não esperava era que o Pietro iria sair correndo pela porta deixando o Thomas nos seus próprios pensamentos, também em choque.

Desço meu olhar rápido para o pulso direito do Thomas, onde o mesmo está contornando com o dedo a marca das iniciais do nome Pietro Lewis, P.L, que apenas confirmaram o que já está confirmado e não deixando opções para a negação.

Pensando em ajudar o Pietro, corro atrás dele que foge pela porta dos fundos, me esforço para poder o acompanhar, mas é uma tarefa impossível já que ele corre mais rápido que eu. Quando percebo que ele adentrou a floresta que está extremamente escura, o perco de vista.

Um suspiro insatisfeito sai dos meus lábios e eu começo a me aproximar das árvores, olho para trás e consigo avistar o campo de futebol longe, junto com o colégio.

Um vulto me faz olhar para todos os lados, mas não avisto nada, com as mãos tremendo, começo a me desesperar ao ouvir barulho de galho se quebrando.

Eu deveria ter ficado no colégio!

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora