Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)

Capítulo 36.

Inacreditável como o tempo passa rápido. Amanhã já é o meu aniversário de dezesseis anos, estou tão nervosa e ansiosa. Já perguntei para tantas pessoas como é a primeira transformação, se sente dor, qual sensação ela trás, como é ser um lobo por completo... Isso me assusta, mas o Dylan me contou com alguns detalhes de como é, eu só foquei na parte que é bastante doloroso. Com isso só aumentou o meu desespero.

Mas não é apenas isso que está nos meus pensamentos, tento a todo custo não ficar lembrando que amanhã tudo irá mudar entre o Dylan e eu. Se ele for o meu companheiro, que não tem nenhuma possibilidade disso acontecer, pois o Dylan iria saber antes de mim e iria me contar.

Alfas descobrem muito antes de se transformar quem é ou não a sua companheira. Será que é como um dispositivo que apita quando encontra a alma gêmea? Será que Alfas sentem o cheiro da alma gêmea antes dos seus dezesseis anos?

É nessas horas que eu queria ser uma alfa!

Uma pequena dor no meu braço direito me tira dos meus pensamentos brutalmente. Resmungo ao perceber que a culpada dessa dor está sentada no meu lado, Iza.

—Doeu!– reclamo massageando o local atingido.

—Essa era a intenção, vocês ficam no mundo da lua e eu fico entediada olhando a cara de paisagens de vocês!– ela aponta para mim e o Pietro que está sentado na minha frente.

Marcamos de fazer compras hoje e levamos o Pietro junto, mas o mesmo parece bastante distante hoje, não reclamou de nada e ainda não comeu nada do seu lanche, o que é totalmente anormal vindo do Pietro.

Depois que compramos as nossas roupas de amanhã, para a minha festa de aniversário, fomos direto para a área de alimentação. Uma escolha indireta para ver se animamos o Pietro ou se ele se abre para nós e conta o que lhe incomoda, mas no meio do processo eu acabei me distraindo com meus pensamentos e não ajudei muito.

—Pietro?– chamo ele, mas não fez nenhum efeito, pois ele continuou com um olhar perdido para o seu hambúrguer na mesa.

—PIETRO!– Iza grita o nome dele e atrai alguns olhares das pessoas ao nosso redor, mas que de certa forma chamou a atenção do Pietro para si.

—O que foi?– observo o seu olhar confuso sobre nós, mas o que não me passa despercebido é suas alheiras embaixo de seus olhos azuis.

—Não quer nos contar nada?– Iza pergunta e logo em seguida toma um gole do seu suco.

—Por que você está tão pensativo assim? Não come, não dorme direito, e não tente dizer que está bem, porque te conheço muito bem.– vou direto ao ponto.

—É o Thomas!– o seu tom de voz sai tão baixo que quase não consegui ouvir.

—Sabia!– eu não, as vezes sou um pouco lerda.

—Vocês ainda não conversaram?– suspiro ao observar ele negando com a cabeça.

Tinha pensado que pelo menos eles tinha falado um oi, ou tudo bem, mas parece que nem isso eles fizeram.

—Ele tem tentado se aproximar de mim todos os dias de aula, mas eu nunca deixo ele chegar perto, sempre acabo fugindo ou me escondendo!– ele diz olhando para a marca T.M em seu pulso direito.

—Sim, eu percebi. Ele está parecendo um cachorrinho atrás do dono!– assim que ela fala dou um tapa no braço dela, que reclama.

—Não fale assim, ele também é o meu amigo. E o que você está fazendo com ele, com vocês, não é certo Pietro, vocês precisam conversar!

—Ele falou alguma coisa com você?– confirmo com a cabeça, olhando para ele.—O quê?

—Que nunca viu um garoto tão teimoso quanto você e que só queria resolver isso, mas você nunca facilita!

—Não sou teimoso. Eu só não queria conversar com ele!

—Queria? Então agora quer?– Iza sorri para ele.

—Se conversar com ele vai me fazer conseguir dormir em paz e fazer com que meu lobo pare de ficar deprimido, então eu vou!

—Você não está conseguindo se transformar, né?– Iza pergunta.

—É, já tentei várias vezes mais não consigo!– Ele diz olhando para Iza.

—Li sobre isso. Quando se encontra a alma gêmea e fica a rejeitando, o lobo interior começa a entristecer por não estar perto da alma gêmea, com isso ele não aparece até que a pessoa se resolva com a outra metade.

—Ai que ótimo, sou obrigado a me comunicar com ele!– Pietro passa sua mão nos fios escuros da nuca.

—Tecnicamente, sim. Ele não é tão ruim quanto você pensa!– tento encorajar ele.

—Não se esqueça que Selene nunca erra!– Iza exclama.

—Tenho certeza que dessa vez ela errou!

—Mas e você Emilly? Não quer nos contar nada?– ótimo, agora eu sou o centro da conversa.

—A conversa não era sobre o Pietro e Thomas?– pergunto tentando mudar de assunto.

—Não, agora é da Emilly e Dylan!– diz Iza.

—O que vocês querem saber?

—Eu não quero saber nada. Não quero saber como o Dylan beija bem ou não.– Pietro diz fazendo uma expressão de nojo, que me faz dar risada.

—Estamos ficando já faz três semanas, mas nunca na frente dos nossos pais. É constrangedor quando nossas mães começam a falar do futuro como se fossemos casar!

—Eu adoro elas juntas!– Pietro diz começando a dar risadas.

Provavelmente deve está lembrando do momento constrangedor que aconteceu na casa do Dylan. Elas resolveram se juntar para conversar comigo e o Dylan como se previnir, mas dizendo elas que se não se previnirmos vai ficar tudo bem porque elas querem netos, e tudo isso na frente do Pietro.

Só tenho quinze anos!

—Mas e se ele for mesmo o seu companheiro?– pergunta Iza.

—Ele não vai ser, lembra que Alfas podem sentir a sua companheira mesmo que ela não tenha completado os dezesseis anos?

—É tem isso, mas vamos descobrir tudo amanhã.

—Então, vamos ver um filme depois que terminarmos de comer?– Pietro pergunta e eu volto a comer.

—Vamos, mas coma também!