Chapter Eleven.

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"Eu vou deixar meu coração na porta,
eu não vou dizer uma palavra.
Elas já foram ditas antes, você sabe.
Então porque não apenas brincamos de fingir
que não tememos o que está por vir?
Ou tememos que nada tenha sobrado..."





— Eu realmente não esperava te ver por aqui tão cedo.

O tom de ironia na voz não era nem sequer disfarçado.

— É, nem eu.

— O que houve? Não gostou de brincar de casinha na Colômbia?

Trinquei os dentes, repuxando os lábios em um leve sorriso irônico.

— Gostei tanto, que vim brincar aqui também.

Foi a vez dela trincar os dentes, enquanto me observava.

— Você deveria ter vergonha, Cecília. É muita cara de pau sua estar aqui, depois de tudo que aconteceu!

— Tá bom, Ju.

Ana interferiu, de repente entrando na frente de um espaço que só agora percebi que era mínimo, entre eu e Júlia. Encarei seus olhos novamente, agora notando o quão próximos estavam, e pareciam cheios de raiva.

— "Tá bom", Ana? — ela a encarou — Você consegue ser pior do que ela.

A verdade é que Júlia não ia com a minha cara, desde quando descobriu que eu e a Ana estávamos juntas. E aparentemente o tempo só fez alimentar essa aparente raiva.

— Meninas, vamos nos acalmar. — Bruno de repente interferiu — Não tem motivo algum pra isso, né? Vamos só respirar o ar puro e aproveitar nosso fim de férias em paz.

— Olha, eu não estou com cabeça pra confusão. Vou voltar pro meu quarto!

— Isso, Cecília. Foge. É o melhor que você sabe fazer.

— Júlia!!!! — Ana chamou a atenção dela novamente.

— Como é que tá todo mundo tão de boa com isso? — ela parecia indignada — Vocês simplesmente esqueceram o perrengue que a gente passou com a Ana enfornada dentro de um quarto, esse tempo todo, pra agora ela estar aqui zanzando pela casa de vocês, como se nada disso tivesse acontecido?

Podia ouvir a voz mais ao fundo, à medida em que ia me afastando da cozinha. Não queria ouvir a resposta, e realmente não queria entender o que aquilo significava. O que a Júlia de repente estava fazendo de volta aqui. Embora não devesse ser surpresa, depois de tudo o que aconteceu no hospital.

De fato, eu não deveria estar surpresa.

Mas ainda assim, parte de mim ficava tentando juntar as peças, embora no final das contas, não fizesse sentido algum. Nada disso aqui.

— Ela tem razão.

— Razão de quê?

Virei o canto do rosto rapidamente pra encará-la.

— Não tem sentido algum eu estar aqui.

Vitória respirou fundo, enquanto me olhava nos olhos, entortando a boca por um momento.

— Cecí, tu não tem que dar ouvido pra Ju. Ela só tá chateada da gente não ter contado.

— E por que não contaram?

Ela uniu as sobrancelhas.

— Tu ainda pergunta?

Dei com os ombros.

— De novo, ela tem razão.

— Cecília... — ela suspirou.

— Eu também não gostaria se a minha namorada de repente começasse a morar com a ex.

O l v i d a rOnde histórias criam vida. Descubra agora