Chapter Twenty Seven.

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"Hoje eu estou pagando pra ver o que restou de mim em você. Quero a verdade em seus olhos, se já conseguiu me esquecer, se
não faço parte da sua história, se já me deletou da memória. Se foi mentira quando se entregou, não sei. Eu quero de uma vez tirar de mim, detalhes que me ferem sem perdão".





— Cecília, a gente já está atrasada!

— Não estamos não! — ela gritou do quarto e eu levantei do sofá, me encostando na escada.

— Estamos sim, Cecília!

— Não estamos, Ana Clara. Você é que está nessa insistência de chegar super cedo. — continuou a gritar.

— Finalmente, é tu ou o Túlio que vai casar? Os convidados chegam cedo, quem se atrasa são os noivos. — revirei os olhos.

— Cinco minutinhos, amor. Calma!

— Tu disse isso há dez minutos, Cecília.

— Não me chame assim.

Suspirei.

— Tá, amor... Mas todas as vezes que vamos sair é isso, tu diz mais cinco minutinhos a cada cinco minut... Nossa!

Cecília apareceu no topo da escada com um vestido curto um pouco acima do joelho. Era cinza, com uma longa faixa que pegava do seu ombro até o final do vestido. Ela estava linda. O cabelo mais vermelho ainda — ela tinha retocado a cor — estava com longas voltas que caíam sobre os seus ombros até encontrar o tecido do vestido.

— Vamos, estamos atrasadas! — ela implicou.

— Eu não preciso nem dizer que tu está linda. — falei calmamente, enquanto continuava a olhá-la.

— O que você quer com esse papinho, heim? — parou exatamente na minha frente e ergueu o rosto um pouco para poder me olhar.

— Nada... — repuxei os lábios em um sorriso de lado — Só atestar que tu é a mulher mais linda do mundo. — peguei em sua mão, fazendo-a dar uma volta. — Mas assim, se tu quiser... — mordi o lábio — Foda-se o casament...

— Nada disso! — me interrompeu e revirou os olhos, me puxando pela mão em seguida — Você me estressou e me apressou, agora vamos logo!

— Quando que eu fiz isso?

— Ana Clara! — ela repreendeu.

— Tá, tudo bem. — suspirei — Eu nem queria mesmo.

Ela me mostrou a língua, e em seguida passou na minha frente, me carregando pela mão. Fez um caminho silencioso até o carro, e mesmo depois de já ter dado a partida, ela continuava quieta, enquanto eu a encarava descaradamente.

— O que foi? — ela me olhou, depois de um tempo.

— Tu está linda. — abri um sorriso bobo, e ela até tentou parecer aborrecida, mas me acompanhou no sorriso — Não fique bravinha comigo, eu só não gosto de esperar. — pincelei seu nariz.

— Você fica me apressando!

— É a primeira vez a gente se vê hoje, e tu ainda não me beijou.

— Perdão. — ela passou as unhas de leve sobre minha bochecha e se curvou para a frente, me dando um leve beijo nos lábios — É que você me irrita.

— E tu é linda!

  Ela riu e eu finalmente foquei no carro. Andava dirigindo ultimamente mais do que já havia dirigido desde que tirei a carteira. Mas, do jeito que estávamos, simplesmente parecia mais seguro que eu servisse de motorista para Cecília.

O l v i d a rOnde histórias criam vida. Descubra agora