Chapter Twenty Five.

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 "Se eu ficar com você, se eu estiver escolhendo errado eu não

me importo nem um pouco. Se eu estou perdendo agora,

mas estou ganhando até tarde... Isso é tudo que eu quero."


— O que ele queria?

Cecília mal me deixou entrar, antes de se postar na minha frente, na porta do quarto. Eu a carreguei lentamente para dentro de novo, enquanto prestava atenção em sua respiração acelerada.

— O que ele queria...? — fingi estar pensativa, repetindo o que ela acabara de perguntar.

— É, Ana. Não enrole! — falou mais rápido do que o normal, enquanto gesticulava com as mãos.

— Senta, a gente precisa conversar.

"A gente precisa conversar". Se aquilo foi o bastante para revirar meu estômago todinho só de falar, imagino como o corpo de Cecília reagiu a essas quatro palavrinhas inofensivas.

— Fala de uma vez, Ana Clara.

Eu nunca tinha comentando de verdade sobre Túlio, para Cecília. Não desde aquela vez em que ele forçou em vir até aqui, e se viram pela "primeira" vez (primeira, bem entre aspas mesmo). Depois de tudo o que havia acontecido, e todo o mal causado, não era o meu assunto favorito, e nunca seria. E depois da brincadeira que Cecília havia tirado sobre um possível relacionamento, estava nos meus planos não tocar no nome dele tão cedo.

— Você sabe que não sabe enrolar, Ana! — falou mais uma vez, impaciente —Não procure palavras para me enrolar, porque você é péssima nisso. Então fale de uma vez!

— Tá, tá, tá bom. Eu não sei mentir, não sei enrolar, não nasci para ser atriz. Sou direta demais, e todo mundo briga comigo por isso, mas quer saber? Ser direta, economiza tempo. — respirei fundo, depois da metralhadora de palavras — Túlio vai se casar.

Dei um suspiro longo após as últimas palavras e Cecília abaixou a cabeça automaticamente, em um ato que eu não esperava. Olhei fixamente seu rosto, com a esperança de que ela erguesse a face, mas persistiu na ideia de olhar o chão, inundada em pensamentos.

— Eu quem deveria estar afogada em pensamentos. Fala alguma coisa. — cobrei.

— Eu sabia que não ia demorar muito... — falou com seus próprios pensamentos.

— Demorar a quê? — uni as sobrancelhas.

— A esse cara aparecer de novo na sua vida...

Ergui uma das sobrancelhas.

— Não começa a pensar por esse lado, Cecília. Não vem colocar palavras na minha boca, não. — falei precipitadamente, prevendo o que ela queria insinuar.

— Eu não preciso... Estou certa? — perguntou, em tom grosseiro.

— Não. — falei firmemente, enquanto ela finalmente levou os olhos novamente aos meus — Eu já sabia. Não foi na ligação que ele me contou, eu já sabia há alguns dias.

— Quando? Quando você soube?

— Naquele dia em que eu trouxe o jantar. Eu cheguei atrasada, o porteiro ainda estava com minha correspondência.

— Por isso você estava tão estranha. — não pareceu nem um pouco surpresa ao falar aquilo, e o leve sorriso que veio acompanhado da frase, pareceu estupidamente sarcástico — Claro!

Foi a minha vez de soltar uma leve risada sarcástica. Eu não estava gostando nem um pouco do rumo em que ela estava levando a conversa.

— Não vou mentir que esperava, mas também não vou dizer que fiquei surpresa. — admiti.

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