O Irmão do meu Melhor Amigo

Coragem para a verdade

Luka on

Vou confessar algo para vocês. Eu odeio chuva. Ela só aparece quando eu estou desprevenido. Tinha saído para comprar um caderno de desenho novo quando começou a chover. E para a minha tristeza, eu havia estacionado longe por causa da falta de vagas. Estava andando pelas calçadas desertas quando uma menina esbarrou em mim e caiu no chão. Ela se levantou e começou a correr.

- Safira? - disse para mim mesmo.

Logo dois caras passaram por mim correndo. Depois que ela virou a rua e os dois caras fizeram o mesmo, eu me dei conto do que estava acontecendo. Por instinto eu soltei a sacola que tinha o caderno que eu havia comprado e corri o mais rápido que puder atrás deles. Depois de virar em mais uma rua eu vi Safira jogada no chão e os três caras que estavam perto dela saírem correndo. Entrei em desespero por que ela não estava se movendo. Corri até ela e vi seus olhos se fecharem lentamente. A água perto do seu porto e sua mão estavam cheios de sangue. Meu coração apertou e eu entrei em desespero. A peguei no colo e a levei até meu carro o mais rápido que pude. Coloquei ela no banco da frente e a prendi com o sinto. Sentei atrás do volante e sai em disparado. Graças a chuva, as ruas estavam vazias. Sempre que era possível eu ultrapassava o sinal vermelho. Peguei o celular e liguei para Henry. Pedi a Deus que ele não surtasse. Ele atendeu depois muito tempo.

-O que você quer Luka? Eu tô sem paciência com você. - disse ele. Muleque mimado.

-Cala a boca e me escuta. - disse com firmeza - Eu tô com a Safira. Ela tá ferida.

-O QUE? O QUE HOUVE? ELA ESTÁ BEM?

-Eu mandei você calar a boca e me escutar. Preciso que você vá a casa dela e diga a tia dela para ir para o Hospital. Eu tô levando ela pra lá.

-Esta bem. Precisa de alguma coisa?

-Só que você me obedeça e ande logo. VAI!.

Desliguei o celular e voltei a minha atenção para a estrada. (Droga! Droga! Droga! Por que sempre com você?)

-Luka?! - ouvi a voz dela e me virei.

Seus olhos estavam entreabertos e me olhavam. Ela tentou se sentar direito na cadeira, mas foi em vão.

-Ei, ei. Calma! Vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem. - não sabia se estava falando isso para ela ou para mim mesmo - Não se mexa muito. Economize forças. Você está sangrando muito, mas vai ficar bem. Tente ficar acordada.

- Eu... Eu tô tão... Cansada. - disse ela com dificuldade. Seus olhos estavam se fechando lentamente.

-Não, não, não. Safira, olha para mim. Fica acordada, a gente já está chegando.

- Como você...?

-Nem eu acredito, mas foi graças a Deus de estar por perto.

-Luka... Eu... Tô com medo. - disse ela - tô com frio.

-Calma. Vai ficar tudo bem. Eu tô aqui com você. - estiquei o braço e segurei sua mão. Não tinha percebido, mas eu estava tremendo.

-Estou... Cansada.

-Não dorme não. Fica acordada. Fala comigo. Qualquer coisa, mas fala comigo.