Vol, tas. ]JIKOOK/KOOKMIN[

23 ♻ yug ♻

UWUWU, segundo hoje uwuwu

《 ■ ■ ■ 》

"O que você acha?"

Era uma pergunta interessante. Sempre foi. Não por ser minha, por ser para mim, mas por ser de todos.

O que achamos?

Eu achava pouco, ali, no frio das duas da madrugada, me encolhendo dentro de um moletom e em frente do meu melhor amigo, que bebia cerveja fresca, como se toda a temperatura gelada não o afetasse, mesmo que o nariz vermelho mostrasse completamente o contrário.

"Acho que as coisas eram para ser assim desde o início."

"Não eram nada." Ele se encostou na parede do lado de fora, encarando o céu escuro, pouca luz ali e bebendo mais. "Sei lá, vocês não conversaram com intenção de serem amigos. Você não olhou para o cara e disse 《que lindo, quero criar amizade》."

"É, talvez não." Respondi eu, puxando a mão do moletom e roubando a garrafa para mim, bebendo alguns goles também, tentando descobrir se era aquilo que o aquecia. "Mas também não olhei e disse 《vou gostar desse cara e deixar que ele me estrague o psicológico》."

"Você não gosta dele."

"Pois não." E acabei sacudindo os ombros. Não era um detalhe importante.

"De qualquer das maneiras, é estranho Seokjin querer te dizer isso."

Pois é, era ali que tínhamos começado. Não é que eu quisesse prender-me em assuntos do passado, era mais a ideia que eu era perseguido por eles.

Todos estavam agarrados a uma ideia minha e de Jimin que não se assemelhava à dura verdade e por isso era tão estranho ver-nos ali, sendo amigos de verdade.

"Estranho é estarmos aqui sem fazer nada." Resmunguei eu, devolvendo a garrafa e logo depois a mão ao bolso, soprando para a frente, friorento.

"Não quero ficar ensonado, precisava de esticar as pernas."

"Você não quer é perder a aposta com Taehyung." Eu lembrei, como se fosse preciso, rindo sobre uma coisa boba como aquelas.

"Eu consigo ficar acordado, você sabe." Declarou ele, gabando-se. "Eu ficava esperando você por horas, pelo fuso-horário."

Eu então parei, lembrando-me dos velhos tempos, do quão bons eram, e lembrando-se disso também, Yugyeom acabou sorrindo, brindando a cerveja contra o meu braço e bebendo.

"Sim, mas Taehyung... ele está mais habituado, não?"

A aposta era simples e idiota. Quando todos combinámos ir ali naquela noite de sexta, era com o objetivo de que ficaríamos juntos pela noite toda, fosse vendo filmes, jogando jogos ou conversando e bebendo. No entanto, implicando um com o outro, pela convivência, os Kim's tinham apostado entre si quem seria o primeiro a ceder ao sono, mantendo entre si o prêmio.

"Taehyung dorme fácil se não tiver ninguém o prendendo acordado."

"Por isso veio para longe dele?" Eu automaticamente brinquei, desconfiado há bastante tempo sobre o que quer que fosse que acontecia entre os dois.

"Mais ou menos isso." Ele riu, bebendo as últimas gotas da cerveja e sentando-se no degrau para o jardim.

Eu fiquei de pé, olhando o céu de repente, Yugyeom ao meu lado encarando os tênis e a garrafa vazia entre as mãos.

"Sabe..." Ele murmurou e imediatamente eu o olhei, no entanto sem ser retribuído. "Nunca tenha dúvidas de que Jimin confia em você."

"Porquê?"

"Eu e você nos beijamos e ele nunca... Sei lá, ele nunca tentou acabar com isso." Gesticulou entre nós, referindo-se à amizade. "Pode não fazer parte da pessoa que ele é, mas eu também nunca disse nada e ele nunca se meteu."

"Bom..." Eu acabei suspirando, porque nunca tínhamos falado daquilo depois de tudo, e depois sentei-me do seu lado, partilhando o degrau. "Acho que ele foi adulto o suficiente."

"Sim." Concordou então, de repente distraído.

"Taehyung confia em você também, então." Eu quis acrescentar, para que se lembrasse também e ele sorriu curto, negando com a cabeça de forma desacreditada.

"Ele é tão ciumento e nós nem temos nada." Contou ele, pela primeira vez desde sempre falando sobre o que os dois tinham... ou não tinham. "Não de você, mas ele tem. De colegas de escola ou assim."

"Talvez ele goste de você."

"Talvez." Ele riu, rouco, voltando com a garrafa aos lábios, embora não houvesse mais nada ali. "Talvez eu também goste dele."

"Eu sei." Declarei eu, certeiro como ele era comigo, passando um braço pelos ombros dele e apertando ali. "Seu segredo está seguro comigo."

"Todos os meus segredos estão seguros com você."

"Vamos lá, não seja melancólico." Eu o empurrei pelo ombro, brincando, e ele gargalhou, apanhando uma pedra do chão e atirando-a para longe. "Quer entrar?"

"Ainda não."

E embora fosse um martírio pelo frio, eu entendia e não me importava. No final era bom, mas difícil de apreciar. Apreciar o que doía. Apreciar o que dói.

"Como foi capaz?"

"Do quê?" Distraído eu perguntei, encolhido ali, os pés brincando na terra seca.

"Jimin te queria agora, e você... Como foi capaz de recusar tudo isso?"

"Oh." Eu acabei sorrindo pela pergunta, porque honestamente era um motivo de orgulho. "Ficar todo esse tempo sem conviver com Jimin foi ruim. E é basicamente isso. Se Jimin e eu levássemos isso adiante... Bom, é uma balança fácil. Tendo em conta o histórico, as chances de estragarmos tudo é muito maior do que a de darmos certo." Eu expliquei, como se fosse simples, uma ciência qualquer ou não doesse na alma.

"Não tentou por medo." Ele quis encurtar a minha versão, mas não era aquilo então eu neguei.

"Não quero tentar porque tenho misericórdia de nós dois." Corrigi, os pensamentos na ponta da língua, mas calmo, tão calmo. "Eu preciso dele comigo e gosto de pensar que ele precisa de mim com ele. Assim nós nos temos."

"Medo." Voltou ele a dizer, convicto, e eu acabei sacudindo os ombros, sem ficar chateado.

"Tudo bem, chame do que quiser."

"É maduro, no entanto." Acrescentou o Kim, refletindo sobre isso. "Eu só não tenho coragem para fazer o mesmo."

Eu então arregalei o olhar, sem perceber até ali sobre o que era aquilo e virando-me para ele, chocado.

"Você e Taehyung... Vocês..." Eu tentei, sem saber o que dizer, sem saber de nada do que ia entre eles e por isso sem poder opinar da forma que eu queria, estar ali da forma que sempre ele esteve para mim.

"Pois é, Jungguk..." Disse-me ele, rindo nervoso sobre o assunto. "Não é porque beijamos alguém que ela sente o mesmo que nós."

《 ■ ■ ■ 》

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AMIGOS KKKSKSKSKKKKK