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Os pés de Jungkook doíam, as pernas estavam cansadas. Os seus pulmões certamente já não eram o que costumavam ser. Nas suas costas, o peso da mochila começava a incomodar e os seus ombros pareciam querer sair do seu corpo para conseguirem sobreviver. Não estava muito calor, mas os cabelos colados à testa pelo suor eram uma prova de que, seguramente, Jungkook estava quente.

A situação estava caótica.

Teve de parar. Caminhava há demasiado tempo. Quando deixou a mochila cair contra o caminho terrado sentiu que todo o seu corpo podia eclodir com o chão ali mesmo e ele não sentiria nada. Embora desconfortável, encostou-se por alguns segundos na pedra que ali estava, ainda sob o sol.

Tinha cada ideia que nem acreditava em si mesmo.

Quando buscou pelo telemóvel para ver as horas, sorriu ao saber o que aconteceria em menos de segundos. Não teve de esperar nada, porque para cumprir as suas suspeitas, o namorado já estava lhe ligando.

Ei. – ele disse animado do outro lado – Estou na minha pausa agora.

– Sim, eu sei. – sorriu curto, porque estava realmente esperando por aquela hora da manhã.

Não ia te ligar, porque deveria estar dormindo... mas a sua mãe disse que... – ele dizia incerto.

Jungkook sabia porquê. Jimin já dissera várias vezes que não queria usar a senhora Jeon como uma espia entre os dois. Quando estava no restaurante queria ser profissional, mas Jungkook saberia perfeitamente de que a mãe não seria capaz em situações como aquela.

Tinha saído bastante cedo de casa e tinha encontrado a mulher acordada por acidente. Queria ter saído sem ninguém ver, mas depois de encontrar a mãe sabia que estava condenado.

– Sim? – Jungkook quase o testou para que continuasse.

Bom, nada. – ele mentiu e Jungkook até o podia ver abanar a cabeça numa tentativa de deixar aquilo de lado.

– Jimin-ah. – chamou abobalhado – Estou fazendo uma coisa. – contou – Não precisa se preocupar com nada.

Oh, não. Não estou. – mentiu mais uma vez – Você pode fazer o que quiser. Foi só que... a sua mãe me perguntou e eu não... eu não sabia, sabe? Mas não faz mal, porque dissemos que...

– Almoça comigo, hum? – ele o interrompeu, sem se conseguir habituar à nova divagação do mais velho.

Sabia que assim que decidissem ser sérios e encarar o que sentiam um pelo outro que as coisas iriam mudar. No entanto, o que esperava menos é que Jimin se tornasse uma pessoa mais insegura no que tocava a eles. Ainda era o mesmo Park Jimin, mas às vezes parecia receoso sobre o que podia ou não dizer (ou fazer) do lado do Jeon. Este último entendia, porque a lista de namorados (namorados a sério) de Park Jimin era relativamente pequena e completamente antiga. O coitado achava que já nem sabia fazer isso.

Almoçar? – ele repetiu, perdendo o fio da meada – Não posso almoçar. Estou no restaurante, trabalhando.

– Não tem problema. Falo com a minha mãe e...

Não! – exclamou do outro lado de forma rápida – Dissemos que também não íamos fazer isso...

– Só hoje.

Você disse isso da última vez e olhe se eu tivesse acreditado.

– Então não vai almoçar nada?

Vou... – admitiu – Mas uma coisa muito rápida! Tipo... tipo correndo!

Jungkook encarou a mochila aos seus pés por alguns segundos, o celular ainda contra a orelha e depois suspirou. Estava mesmo muito cansado, mas quase que podia ver o cume dali.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2021 ⏰

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Vol, tas. ]JIKOOK/KOOKMIN[Onde histórias criam vida. Descubra agora