Aquela noite não parecia tão longa quanto eu achei que fosse ser.
Embora a conversa com Yugyeom envolvesse tantos novos aspetos direcionados à visão que eu tinha dele junto de Taehyung, depois daquilo o de cabelos escuros apenas se levantou e entrou na casa, dirigindo-se a ninguém nada menos de quem lhe causava atrito na alma.
Os rapazes estavam reunidos em volta da mesa de centro, sem se importar com os sofás, todos no chão, um monte de cartões no meio e dois dados pretos.
Curioso, eu sentei-me na poltrona, curvado sobre as minhas pernas e os cotovelos apoiados nos joelhos dobrados.
No entanto, agora, era muito difícil não encarar os Kim's e não tentar entender. O que havia ali? O que era assim tão sôfrego se Yugyeom não fazia questão de se afastar? E em algum limite aquilo era parecido comigo e Jimin e eu não via?
"Ei, biscoitinho." Jimin murmurou-me, sentando-se no braço do sofá onde eu estava e as duas mãos apertando o meu ombro, massajando ali logo depois de me pôr uma cerveja nas mãos. "Vocês estiveram bastante tempo lá fora... Aconteceu alguma coisa?"
Eu o olhei desconfiado, tentando desvendar se ele queria mesmo saber e se queria para quê. Era para dizer a Taehyung ou ele nem se importava a esse ponto?
"Está tudo bem." Eu respondi, bebendo da cerveja e esboçando um sorriso para agradecer.
"Mas está tanto frio." Continuou então, apertando o meu ombro mais uma vez, e eu encostei o rosto nele, concordando.
"Um gelo." Eu intensifiquei, fazendo-me de coitado, e ele riu baixinho, passando o braço pelos meus ombros e esfregando a palma da mão ali.
Eu acabei fechando os olhos por um segundo, como se tudo pudesse ser assim entre nós, simples e certo.
"Quer outro moletom? Eu posso pedir a Yoongi..." Ele prontificou-se, a perna já escorregando e eu neguei depressa, passando um braço pelas suas coxas e encostando o rosto nelas logo depois. "O que foi?" Estranhando, ele questionou, a mão nos meus cabelos agora, afastando-os da minha orelha. "Está com sono?"
"Sim." Eu menti, esfregando a ponta dos dedos no olho e fechando-os por mais uns segundos.
"Então, amigos, vamos lá." Chamou Namjoon, e como se fosse uma troça eu revirei o olhar, levantando-me e voltando a sentar-me no chão, perto dos restantes.
"Que jogo é este?" Perguntei eu, sem imaginar, vendo Jimin dar a volta na rodinha e encontrar um lugar em frente do meu.
"Eu f-"
"Na verdade..." Kim Taehyung acabou interrompendo o dono da casa. "Yoongi fez isso durante um período muito aborrecido da sua vida, porque honestamente os cartões estão plastificados e tudo!" Exclamou, pegando-os, perplexo.
"Mas é sobre o quê?" Yugyeom questionou, sentado do lado do Kim loiro, a mão na perna dele de forma natural.
Agora eu via tudo, mesmo sem o querer.
"Estamos oito então..." Min Yoongi pensou, de repente orgulhoso daquilo e pegando os dados para si. "O primeiro joga os dados e jogamos para a direita. O número que sair é o número que contamos para a direita e quem calhar responde à pergunta do cartão. Se sair double então todos temos que responder, excluindo quem lançou. Se sair double de um, a pessoa à nossa frente responde. Se sair nove, quem tirou a carta responde, porque é a volta inteira à mesa, no caso."
"E se não quisermos responder?" Perguntou Hoseok, já preparado, e Min Yoongi revirou o olhar, como se aquilo fosse uma afronta.
"Tem de responder e com a verdade." Respondeu ele, solene, e depois pousou os cartões, esfregou as mãos uma na outra e puxou copos de shot para cima da mesa, empilhados em pares e uma garrafa de tequila. "Quem na mesa souber que foi dita uma mentira serve um shot ao mentiroso."
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Vol, tas. ]JIKOOK/KOOKMIN[
FanfictionPor tantas vezes, a vida parece dar voltas nas voltas que a vida dá e nesta reviravolta a história de Jeon Jungkook e Park Jimin parece não estar terminada. Jungkook sente agora o sabor de liberdade como quem sente a falta de peso nos ossos, mas não...