. . . c o n t i n u a
''Não é Jimin que quer falar com você. É o pai dele.'' Taehyung murmurou, com a cabeça baixa, e eu o olhei de lado, sem me mexer sequer, porque aquilo podia ser uma dedução de Taehyung, mas não era, não era porque ele tinha aquele tom de quem lamentava me dizer aquilo só agora, e quem tem esse tom é porque o sabia antes.
O homem à minha frente acenou, confirmando a afirmação do meu amigo, mas eu nada fiz, não podia fazer nada, porque agora as coisas faziam mais sentido, desde a insistência recorrente à tentativa de Taehyung me afastar da situação, tão bem explicado agora.
''Mas Jimin não quer, não é?'' Eu perguntei ao loiro, um riso cínico escapando dos meus lábios como se eu não tivesse muito controle, e ele negou com a cabeça, quase aflito. Eu queria saber mais, queria saber muito mais, porque questões não paravam de aparecer, como pop-ups em um site ilegal, o que era engraçado, porque era como se Jimin fosse um intruso na minha cabeça. ''Me desculpe.'' Eu murmurei então, virando costas ao homem e caminhando do lado de Taehyung, todo o caminho para trás.
O loiro estava calado, porque honestamente ele sabia que aquela não era uma boa situação, afinal Taehyung tinha escondido aquilo de mim, era óbvio, era tão óbvio que, desde que o conhecera, Taehyung estava calado.
''Senhor Jeon.'' O homem insistiu, chamando-me, e eu parei, de lado, olhando-o, os meus olhos quase fechados, o sol na minha face, e Taehyung continuou a andar, como se soubesse que aquilo não levaria muito tempo. ''O senhor Park só quer lhe dar uma palavra.''
Tomado pela curiosidade, ou talvez pela ideia de contrariar os quereres de Jimin, eu acenei uma vez, engolindo em seco, e o homem acenou também, como se agradecesse por eu aceitar.
''Ok.'' Eu murmurei, voltando a caminhar para o lado do loiro, que me olhou, esperando algo, mas eu não lhe daria, afinal ele também não tinha feito o mesmo comigo.
Foi um caminho tenebroso, porque as coisas estavam tão claras, mas a ser mantidas no escuro, e eu me sentia enganado, porque não era nada demais, mas queria dizer tanta coisa que eu não estava pronto para assimilar.
E então Taehyung achou que era um bom momento para começar uma conversa, sem saber que era o pior.
''Jungkook, me desculpe, Jimin apa-''
''Achei que éramos amigos, agora.'' Eu comentei, baixo, mas Taehyung simplesmente parou de falar, de andar também, e eu o olhei, desapontado, até porque ele não sabia de quê que eu falava. ''De verdade, Tae, achei que tínhamos passado essa fase de escondermos as coisas.''
''E passamos!'' Ele exclamou, atrapalhado, e eu só segurei as alças da minha mochila, esperando algo mais que não fosse aquilo. ''Jimin é meu amigo também, você sabe...''
''Por acaso não sei.'' Respondi, e ele arregalou o olhar, chocado. ''Não sei se são amigos ou se são mais. Nunca ninguém me disse.'' E sacudi os ombros, como se não fosse nada.
''Jungkook!'' Exclamou, como se aquilo fosse alguma novidade, segurando os meus ombros com pressa, me abanando, numa tentativa tão chula de me fazer largar aquilo. ''Foi difícil, ok? Jimin me implorou! Ele realmente... Ele joga muito sujo, você sabe, Jimin joga sujo.''
Eu acabei arregalando o olhar, soltando as mãos dele de mim, caminhando com pressa para longe dali, porque pensar em Jimin jogando sujo com Taehyung da forma que jogava comigo me dava náuseas.
''Jungkook!'' Gritou, sem esperar aquilo, correndo atrás de mim e me puxando, me deixando mais irritado. ''Me deixe te contar. Me deixe te dizer como foram as coisas, pelo menos.''
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Vol, tas. ]JIKOOK/KOOKMIN[
Hayran KurguPor tantas vezes, a vida parece dar voltas nas voltas que a vida dá e nesta reviravolta a história de Jeon Jungkook e Park Jimin parece não estar terminada. Jungkook sente agora o sabor de liberdade como quem sente a falta de peso nos ossos, mas não...