Vol, tas. ]JIKOOK/KOOKMIN[

36 ♻ happiness ♻

Nunca achei que fosse possível tornar um ambiente que repudiamos (ou que simplesmente é demasiado estranho para nós) em algo que já sabe a comum e em algo muito mais confortável do que outrora foi.

A música parecia mais baixa daquele vez, como se já passasse do horário permitido ou fosse uma festa muito mais calma do que realmente era. Tinha as mãos nos bolsos, tentando fingir-me de descontraído enquanto entrava em desespero por não encontrar nenhuma cara conhecida.

Era caótico. Era Park Jimin.

Mais cedo naquela tarde jurara a pés juntos que não meteria os mesmos naquele ambiente, mesmo depois de saber que Park Jimin ali estaria. No entanto, depois de uma hora em casa, sozinho, a encarar o teto do quarto e com um miojo mal aquecido no estomâgo, tomara a derradeira decisão: estar ali.

Havia uma coisa que me incomodava e eu queria mudá-la, ou no caso, mantê-la igual. Queria que Jimin soubesse que não havia nada que eu quisesse mudar nele, porque estou ciente que foram todas essas coisas que me fizeram apaixonar por ele. Sabia que para uma relação ser saudável, às vezes, são precisos esforços e se eu precisasse de me esforçar para gostar (ou pelo menos tolerar) daquele tipo de coisa eu iria.

Eu quase pude desmaiar de alívio quando avistei o grupo de amigos barulhentos que eu tinha, sempre encostados nos cantos da divisão, mas sem se passar por despercebidos. A quaisquer outros olhos pareciam um grupo atrevido e de encrenca (o que talvez era) e com demasiados elementos do género masculino e nem uma única mulher entre eles. Que surpresa.

Eu me aproximei com cautela, sabendo que nenhum deles esperava me ver ali, porque eu não tinha avisado ninguém desde há vinte minutos, quando saíra de casa com o intuito de ir efetivamente àquela festa.

Arranhei a garganta antes de me forçar no circulo fechado e dizer:

''Boa noite.''

Por algum motivo, Kim Taehyung não pareceu muito surpreso e por isso deslumbrou-me com um sorriso gigante, ao contrário de Yugyeom, que arregalou o olhar, assim como Jimin. Eu sorri de canto, este último moveu-se disfarçadamente para o meu lado e encostou os nossos braços.

''Isto é que é uma surpresa em pêras.'' Taehyung declarou, provocador, mas os meus olhos estavam pousados no loiro, claramente curioso.

''Mudou de ideias?''

Com calma, eu acenei e, ao mesmo tempo, a minha mão subiu para o seu maxilar, com uma saudade absurda que não devia de existir que só desapareceu quando unimos as nossas bocas.

''Sim.'' Eu disse depois, enroscando os nossos narizes antes de achar o limite no nível de melozidade.

''O nosso Jiminnie estava tão tristonho, você nem imagina!'' O ruivo continuou, passando o braço pelos ombros do melhor amigo.

''Você não tem nada mais divertido que fazer?'' Eu retruquei, num tom sério falso, empurrando o braço dele dali para fora e substituindo-o pelo meu, de uma forma muito mais meiga.

Jimin sorriu de canto, se abraçando à lateral do meu corpo.

''Que bonito que você é defendendo o namorado.''

Num ato impulsivo eu revirei o olhar, chutando o meu pé ao ar e tentando acertar um chute nele, embora ele não parecesse assustado.

''O quê?!'' Jung Hoseok barafustou, gestos explosivos entre nós.

Eles ainda não sabiam, porque até então estávamos num acordo silencioso de mantermos tudo entre nós, com calma.

"Ya, não se faça de surpreso." Yoongi o entregou, sorrindo tímido pela primeira vez. "Parabéns, se deu bem." Ele estendeu o punho e, para minha surpresa, o estendeu até Jimin, que riu baixinho e bateu o seu no dele.