Invisível (Completo)

Capítulo 4

Ela observou o caminho e pareceu-lhe um tanto escarpado. Animou-se mentalmente e começou a caminhar.

Desequlibrou algumas vezes nas pedras existentes ,porque o seu calçado era inadequado para aquela caminhada.

Usava meias grossas mas ainda assim sentia os pés gelados.

Caminhou por subidas um pouco íngremes, por cerca de meia hora, arrastando a sua mala,o que dificultava o seu progresso.

Ainda não via sinal da casa.Estava cansada e com frio.Mas não pensava em desistir.

-Você consegue Claire!-disse dando um longo suspiro.

Subia e avançava naquele caminho estreito e solitário,até sentir-se aliviada ao ver a sombra imponente do castelo.

Entrou pelos enormes portões de ferro e centrou a sua atenção no gigantesco jardim que estava coberto por grossas camadas de neve.

O castelo era sumptuoso com uma grandiosa torre que a recordava dos contos de princesa que lia quando criança.

As paredes alvas eram decoradas com enormes janelas de cor azul com vidraças limpas e brilhantes onde a luz do sol refletia ousadamente.

A sua direita existia um caminho que circundava o castelo e pôde perceber a grandeza da propriedade em que se encontrava.

Avançou lentamente pelo caminho aberto entre as camadas de neve e chegou a porta principal.

Bateu e sentiu o barulho ecoar por todo o interior da construção.

Ouviu passos se aproximando e uma mulher muito magra de aspeto severo abriu a porta.

Usava um vestido negro parecido com o hábito das freiras do orfanato,tinha os cabelos presos num coque bem apertado e a cara não parecia nem um pouco amigável.

-Pois não!Deseja alguma coisa senhorita?-perguntou com um tom de voz muito formal.

-Bom dia,sou Claire Dubois.Fui contratada como tutura da sobrinha do senhor deste Castelo.

-Você? -disse a mulher espantada e estudando-a dos pés a cabeça.- Impossível !Deve haver algum engano.

-Porquê?Por acaso não lhe pareço capacitada para este emprego?-começava a ficar irritada.

-É melhor que entre e converse com o senhor.-disse dando-lhe passagem para o interior da casa.

Mesmo por breves instantes não deixou de admirar a grandiosidade do lugar.

A beleza do enorme lustre de cristal que ficava pendurado no centro do hall demostrava o poder e a linhagem aristocrática dos residentes.

-Acompanhe-me por favor.-disse a mulher guiando-a até uma sala situada à esquerda do hall.

Bateu a porta e uma voz imponente a mandou entrar.
-Aguarde um momento.-disse a senhora entrando na sala e fechando a porta.

Ela aproveitou para estudar a elegância do local.
Nunca havia estado no meio de tanta riqueza e para ela tudo era deslumbrante.
Seus olhos curiosos observavam cada canto visível e os mobiliários elegantes que se conjugavam harmoniosamente com o ambiente misterioso e requintado do local.

-Pode entrar!-disse a mulher saindo da sala e deixando-a passar.

A sala era espaçosa com uma enorme mesa e uma cadeira de couro preta num canto duas enormes poltronas escuras lafeavam uma pequena mesa central.
Havia uma estante na parede com vários exemplares de livros com títulos e autores desconhecidos para ela.