Capítulo 7 - Como fugir de processos jurídicos?

16 4 9
                                    

Ah, neve... É um fenômeno pouco visto aqui no Brasil, sabe. Mas não para nossos aventureiros! Seres dessa espécie vivem atravessando mundos diversos e esses flocos alvos e gélidos não são um desafio ou algo realmente ruim para todos os Magicaes.

— Aaaah!

Bem, para quase todos os Magicaes.

— Por que é tão frio?! Eu vou morrer de hipotermia desse jeito. Brrr... Que frio, que frio... - continuava se lamentando. - Picolé de Fred, a nova tendência. - bufava.

— Dá pra calar a boca, Fred? Senão vai atrair os nictófilos até aqui, nós vamos todos morrer e aí teremos que recomeçar esse caminho todo do início! - resmungou Ed, sendo pessimista como sempre e irritado com o choramingar do falácio.

— Não é pra tanto. - disse Penny. - Estamos nos virando bem até agora. Dá pra chegar à saída ao nascer do sol se apressarmos o passo.

— Fale por você. - retrucou Fred, tremendo de frio. - Você flutua, então é óbvio que não fica cansada. Fora que é um fantasma, então não está sentindo esse frio!

— Não é culpa minha se você é um molenga.

— Como é, sua ignóbil?

— Você me chamou de quê, seu pernóstico?!

— O quê?! Você me chamou de pernóstico, torpe criatura com olhos de cigana dissimulada?!

— Ora, irrelevante ser vil e abjeto...

— Gente. - interviu Zada, separando os dois com seu cetro mágico. - Não. Comecem. De. Novo. A última coisa de que precisamos agora é briga.

— A Zada tem razão. - disse Cassie, olhando para os dois belicosos. - Não é hora de brigar. Podemos ser atacados por nictófilos a qualquer momento no caminho até a Pousada Ensolarada.

— Fora que a energia negativa de vocês está enfraquecendo o poder do meu cetro. Sem ele, estaremos completamente à mercê dos monstros da planície.

Penny e Fred se encaram, bufaram e se calaram com um silêncio emburrado.

A verdade é que estavam sozinhos há um tempo. Peter já tinha ajudado muito mesmo estando inconsciente e terminar o caminho sem incomodá-lo era o mínimo que podiam fazer. Quando nossos protagonistas atravessaram a barreira e se viram em um pesadelo de neve, com fortes ventanias, um frio de congelar os ossos e monstros de sombras atacando-os de todos os lados, o clone do rapaz mais uma vez pegou sua bolsa de utilidades. Ele retirou de dentro dela uma Pepita Solar, um item raro que gerava calor por cem anos e que era extremamente apreciado naquela história-prisão.

Logo trocaram a pedra por roupas de frio e um cetro luminoso que afastaria os monstros de escuridão. A negociação não foi fácil. Houve muita pechincha para impedir que Cassie fosse levada em troca das botas de neve ou que Ed desse um ano de sua vida em troca da jaqueta mais quente ou que Zada fizesse a Dança do Carneirinho vestida de ovelha em troca de uma bússola. No fim, Fred ficou irritado com a demora (ele estava praticamente congelando sem as roupas de frio) e usou sua persuasão mágica.

Para o azar dele, comerciantes tem um poder ainda maior: persistência. Conclusão: eles só conseguiram as coisas necessárias depois de uma longa aventura com um flapruit gigante que solta raios laser pela boca para pegar o liruplaft sagrado que o comerciante queria.

Motivos para ter um falácio por perto até agora: 0.

Bem, como queremos terminar esse livro antes dos prédios começarem a derreter pelo aquecimento global, não vamos contar sobre a aventura deles com o flapruit. E, se você está agora dizendo "o que raios é esse troço?", saiba que esse bicho parece com um tigre com asas de galinha e realmente bota ovos de chocolate.

Apenas uma história...Onde histórias criam vida. Descubra agora