Parte IV - A prisão à prova de fuga: Capítulo 1 - Como odiar a protagonista

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"Rancor: sentimento de profunda aversão provocado por experiência vivida; forte ressentimento, ódio profundo não expresso"

Primeiro veio o escuro. Um toque tão gélido e frio que seria capaz de congelar os ênelos de Edward. Uma sensação de solidão e abandono tão profunda que Cassie temia poder tomar sua alma. Um sentimento de raiva e ódio que parecia encobrir Fred em uma bolha de vingança. E, principalmente, parecia ser o presságio de que algo importante estaria por vir para Penny.

Assim que sentiram novamente um pouco de calor, viram-se em um cômodo relativamente confortável com móveis antigos e chiques. Não era uma cela qualquer. O primeiro a se levantar foi Ed, que saiu da cela e caminhou pelo ambiente, à procura de uma pista de onde estavam ou se havia mais alguém lá. Em seguida, Penny saiu, cheia de curiosidade. E então Cassie, com receio. Sua intuição lhe dizia que havia alguém lá. E não era qualquer pessoa. Seus dedos deslizaram pela escrivaninha que havia ali, onde uma caneta esferográfica de plástico se encontrava quebrada, sua tinta manchando o papel. Ela franziu o cenho, sentindo que aquilo era importante. Por último, Fred saiu da jaula após ver que nenhum de seus colegas de cela tiveram algum fim trágico.

Diferente deles, ele procurou ingenuamente pelo caminho de onde a cela veio. Mas, assim que colocou todo o seu corpo do lado de fora, a estrutura gradeada sumiu.

- Que lugar é esse? - perguntou Penny, retoricamente.

- Parece um escritório... - disse Cassie, pegando os livros das estantes e os abrindo. - Que estranho... Todas as páginas estão em branco.

- É uma medida de segurança. - disse Ed, pegando uma caneta e rabiscando o papel. Segundos depois, o papel voltou a ficar branco. - Viram? Assim os Calamus, os Escritores, não podem alterar a história-prisão em benefício próprio.

- Então tem um Escritor aqui. - concluiu Fred.

- Talvez possa nos ajudar! - disse Cassie, otimista. - A Ala dos Escritores é a mais misteriosa e cheia de segredos. Talvez quem está preso aqui possa nos ajudar a achar a Caneta Lendária e usá-la para consertar a realidade!

Ed fez uma careta.

- Vá com calma, Cas. - disse Ed. - Nem temos certeza se a pessoa sequer é amigável.

- É. - disse Fred. - E mesmo que de alguma forma consigamos achar uma forma de pegar a Caneta, não vai adiantar nada se não pudermos fugir daqui.

- Sem falar na possibilidade de que esse calamus só está aqui por um bom motivo. Talvez seja um criminoso perigoso. - argumentou Penny.

Cassie se encolheu um pouco.

- Entendi. Mas não custa nada tentar. A pessoa pode ser legal e, assim como nós, estar presa injustamente.

- Pode ser, mas... Qual a chance de isso acontecer? - perguntou Fred, pessimista.

- Eu proponho que eu e Fred saiamos para explorar o local. A gente vai, verifica e volta se as coisas estiverem ok. - disse Ed.

- Por que vocês dois tem que ir? - perguntou Penny, meio irritada. - Só porque são garotos não quer dizer que são nossos guarda-costas.

- E o Fred é tão forte quanto um bebê. - disse Cassandra, no reflexo do chão excessivamente limpo. - Cassie pode imobilizá-lo em cinco segundos.

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