Capítulo 6 - O corredor

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O elevador começou a subir lentamente, o que começou a deixar Zada apreensiva. Ela estava bem nervosa com o que podia acontecer. O que Mégara diria? Ela iria ajuda-la? Ou a mandaria de volta para sua casa sem se lembrar de nada?

Ao seu lado, Cassie tirava e colocava distraidamente o seu anel dourado. Ela também estava bem nervosa. O que ela diria a Mégara? Como a convenceria de que Zada, mesmo vinda do mundo dos Comuns, era uma Tornacense?

Uma conhecida voz ecoou em sua cabeça.

Nervosa, querida?

Ah, essa pessoa de novo...

Cassie imediatamente ficou irritada, obviamente.

— Vai embora. – sussurrou, com raiva.

— Hum? – disse Zada, distraída.

— Ahnn... Nada. Não é nada. – disse Cassie.

Ela colocou o anel novamente no dedo, cruzou os braços e se encostou à parede.

O silêncio novamente reinou no lugar. A voz não voltou a falar, mas Cassie podia sentir sua risada desdenhosa, zombando de sua determinação.

Mégara não vai ajuda-la quanto a essa garota. Você sabe disso.

Cassie continuou ignorando a voz.

Pode me ignorar e ficar bancando a rebelde à vontade. Mas você sabe que eu estou certa. Assim que a "sua chefe" souber que Zada é uma Comum, ela não hesitará em manda-la de volta para casa com as memórias apagadas na melhor das hipóteses. E você será demitida. Ou pior. Seu tempinho no mundo dos Aperiums acabará e você ficará sem ter para onde ir.

Cassie mudou seu peso de um pé para o outro, desconfortável.

Você sabe que eu estou certa. Traga essa garota até mim. Tenho alguém que adoraria conhece-la. Você não precisaria se preocupar com ela e seria bem-vinda aqui...

— Não. – disse Cassie, abruptamente. – Eu não vou voltar.

"Não"?! Como ousa?! Eu sou sua Rainha! Eu mando em você! E você deve me obedecer.

Cassie apertou a cabeça, tentando parar a dorzinha irritante.

— Você não é minha rainha enquanto eu estiver longe daí. – disse Cassie. – Eu farei o que acho certo. E você não pode fazer nada quanto às minhas decisões, Rainha. Você não pode mandar em mim.

Está bem. Continue com sua fantasia ridícula de que pode continuar aí, "ser aceita" e todas essas baboseiras que eles dizem. Uma hora você terá que voltar. Por bem ou por mal.

E então a voz se calou. Cassie ficou pensando nas últimas palavras.

— "Por bem ou por mal..." – ela sussurrou, olhando sua mão. Estava um magenta tão pálido que seria comparado ao rosa-bebê.

Suas cores já estavam se desvanecendo. Ela suspirou. Então olhou os botões no elevador. Estavam quase chegando ao andar número cinquenta dos botões, o andar que, tecnicamente, era o do escritório de Mégara. Então ele parou. Suas portas se abriram. E elas se depararam com o vazio. Escuridão. Silêncio.

— Aqui é o escritório da Mégara? – perguntou Zada, assustada.

— Não. É só no próximo andar. Mas aqui é o máximo aonde o elevador consegue chegar. – disse ela, se aproximando da borda.

— Por quê? – perguntou Zada, olhando mais a escuridão.

— Ninguém sabe. – disse Cassie dando de ombros e se preparando para pular.

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