Capítulo 4 - Em busca do coelhosomem... Ops! Filme errado!

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— Mimimi! Cuida da Zada aí, seu fracote. Você não é que nem a gente, então vai ficar de vigia. - Fred dizia com uma voz fina que expressava claramente deboche e irritação. - Eles nunca me deixam ter algum papel mais ativo! É quase como se eu fosse o coadjuvante! Ah, imagina só! Fred, o coadjuvante! Eu seria protagonista com certeza!

O rapaz chutou uma pedra, emburrado.

— Ei, você! - ele gritou com um coelho do tamanho de um carro que estava passando por ali tranquilamente. - Não pode entrar na MINHA caverna! - o coelho ergueu uma das patas e apontou pra si mesmo, aparentemente confuso, já que ele só estava passando por ali de boas. - É, você mesmo! Vaza daqui! - completou Fred, jogando um galho no pobre coelho, que se sentiu ofendido e foi embora.

Zada gemeu, acordando.

— Ah, olha só! A bela adormecida acordou finalmente. - Fred disse, mal-humorado.

— Ah, obrigada! Eu sei que sou bela. - respondeu Zada, sonolenta. - O que eu perdi?

Subitamente ela sentiu as linhas mágicas surgindo em seus braços de novo, só que, dessa vez, elas iam até o pescoço, o que poderia ter sido potencialmente problemático e até mortal. Uma ventania a rodeou e o espectro de P foi basicamente expulso do corpo de Zada como naqueles filmes em que o protagonista é um fantasma e está tentando possuir alguém específico, mas não consegue. O espectro olhou para Zada, ofegante.

— Foi por pouco. - disse Penny, preocupada e ofegante.

Ela nunca tinha tido qualquer mudança em sua aparência, mas agora seu cabelo estava arrepiado, como se tivesse acabado de lutar com um gato e sua respiração estava inconstante, como se tivesse levado um susto. Zada sentiu o nariz entupido e passou a mão no rosto, sentindo uma umidade que imaginou ser apenas suor. Foi então que percebeu que seu nariz estava sangrando. Outro sinal de que essa aventura está se prolongando por tempo demais e trazendo alguns outros problemas que poderiam potencialmente contribuir para sua morte prematura.

Outro coelho do tamanho de um carro passou, mas dessa vez tinha o pelo meio que estampado com listras amarelas e rosas. Penny olhou para Fred com uma expressão raivosa.

— Quem teve a ideia genial de jogar uma tornacense desacordada em uma história?!

Fred gaguejou, nervoso.

— Olha, não importa quem. Os guardas nos acharam depois que a Zada desmaiou e aí tivemos que nos esconder rápido na primeira coisa que aparecesse.

— O motivo é justo, - Penny meneou a cabeça. - mas tem ideia do quanto isso foi mortal? Zada poderia ter morrido! Se isso acontecesse...

— Eu estou bem! - Zada retrucou com um tom levemente irritado. - Eu não vou morrer tão cedo.

Diz a lenda que sempre que um personagem diz isso num livro, ou ele vai morrer, ou vai ficar gravemente ferido.

Cruzes, Sofia! Se ela morrer, ela não vai achar a Caneta Lendária, lembra disso!

Verdade... Espero que seja só superstição então.

Voltando à história...

— Cadê todo mundo? - perguntou Zada.

— Cassie e Edward resolveram dar um passeio por aí. - Fred disse fazendo gesto de aspas com as mãos. - Alguma coisa sobre verificar os arredores. Então me deixaram aqui sozinho com vocês e ainda não voltaram. - ele se levantou. - Aposto que estão se divertindo bastante. - completou em pensamento, com uma pontinha de inveja.

Zada olhou a floresta e sentiu um calafrio. Ela tinha más experiências com tornacenses, florestas sinistras e Fred no meio. Só faltou ter uma biblioteca por perto ou uma psicóloga. Na verdade, era sentia que algo de errado ia acontecer se o grupo se separasse.

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