Um galho despenca do nada sobre o solo, com o barulho, Tobias, o irmão de Rogerinho, acorda assustado. Ao olhar para os lados, esse rapaz visualiza todos os seus quatros companheiros adormecidos. Após ficar atordoado por alguns segundos com o ambiente, ele corre para despertar seu irmão. O aspecto de algumas árvores próximas indica que elas haviam amortecido a queda dessas pessoas.
— Ai... Estou acabado. — diz Rogerinho, ainda não ciente da situação. Depois disso, Tobias vai em carreira acordar Sayru, o mudo, que está estirado em uma postura desconfortável.
— Ei! Ei! Levanta! — fala o indivíduo enquanto balança o corpo de seu aliado. Com o barulho, o ruivo dá indícios da saída de seu estado sonolento.
— Que droga é essa!? — grita o baixo homem ao olhar melhor para as redondezas.
Após alguns minutos, todos os cinco estão acordados e debatem fervorosamente sobre a situação atual. A névoa suspeita da floresta vai se movendo sobre seus pés.
— Isso não está funcionando. — diz Tobias, depois de se sentar. — Nada faz sentido aqui, aqueles loucos nunca nos disseram algo sobre irmos para uma "floresta", ou algo assim! Bando de desgraçados! Acabou que eles usaram todos nós como ratos descartáveis nesse último teste... Só pode ter sido isso.
— O que faremos agora? — pergunta o homem que é um pouco gordo.
— Bem, infelizmente só nos resta sair dessa floresta estranha. Estamos por nossa própria conta.
Todos concordam com essa última fala de Tobias, em seguida eles voltam a conversar sobre como vão conseguir ir embora deste lugar. Depois de alguns minutos, Rogerinho acaba subindo em uma árvore. Lá em cima ele tem o vislumbre da vegetação grossa que cobre até aonde a vista bate e, também, uma forte impressão do céu repleto de trevas.
— Caramba! Esse lugar é muito sinistro! — diz o baixo homem enquanto desce pelo tronco dessa árvore. — A névoa está muito forte para a direita, pelos os outros lados também não pude enxergar muito longe, e o céu... prefiro não comentar. — Sayru começa a se comunicar pelos sinais.
— O que ele disse? — interroga o homem que tem cabelos encaracolados.
— Que parece ser mais seguro ir para a direção com menos névoa. Eu pessoalmente estava pensando o mesmo. — responde Tobias.
O grupo aceita a proposta, com isso, Rogerinho aponta para a direção com menos neblina e, com essa decisão, as cobaias se vão para lá. Um tempo considerável passa.
As cores das folhas das árvore se tornam mais excêntricas, flores bastantes distintas se espalham para todos os lados e, os arbustos, têm aparências mais semelhantes a de plantas tropicais. O grupo se movimenta com o receio de perigos desconhecidos. De vez em quando, barulhos estranhos ecoam até ali de outras partes da mata. Na frente do pessoal está Tobias, liderando o time com coragem, ou ao menos é assim que ele tenta fazer parecer.
"Espero sair daqui logo, estou sem cueca reserva para caso algo me assuste. Vamos... isso não é hora de fazer uma piada..." pensa o líder, ele começa a se lembrar da imagem ofuscada de uma jovem mulher. "Preciso voltar logo. Minha garota está me esperando."
Dos outros quatros, apenas Sayru tem uma determinação equivalente a de Tobias. Na cabeça do mudo, também está bem clara a sua vontade de rever as crianças que ele cuida.
— Caramba! Olhem isso! — fala o homem gordo.
Os outros membros ao olharem para ele percebem que o mesmo se referia a uma flor com uma mistura exótica de cores. Ali perto, algumas vinhas ocultas atrás das árvores começam a deslizar discretamente pela terra. O homem admirado pela flor se abaixa para a olhar melhor.
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LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)
Fantasy"Um anão, aldeões, um grupo de aventureiros e homens da cidade; um grupo de desconhecidos sobrevivendo as calamidades da floresta. A oportunidade de voltar para casa é um luxo que será disputado com todas as forças." 2° Lugar no concurso Million Dre...