-- Capítulo 30: Novo Patamar --

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Dez dias se passaram desde a segunda Onda. O sol ilumina de leve a Zona Neutra devido as nuvens em seu caminho. Uma gota de água desliza por uma folha molhada até cair sobre a grama. Recentemente uma chuva havia acontecido. Durante esse tempo após a guerra na floresta, a vegetação tem exposta os sinais de sua recuperação.

Na base dos perdidos, uma última tábua é amarrada com força no edifício. A cabana que os indivíduos usavam para dormir e guardar, ferramentas e remédios, foi reconstruída. Sua aparência é quase a mesma da versão anterior, só que parecendo um pouco mais bem feita desta vez. Rol Bost dá uma forte expirada, aliviado em terminar o serviço.

— Certo, com essa finalizamos. — fala Babuíno.

— Sim. (...) Parece que acabamos bem antes do esperado, o que deveríamos fazer agora?

Hm... Vamos ver como eles estão indo lá.

— Também estou curioso sobre isso. — diz o rapaz após pular do telhado da cabana, que era onde ele se mantinha sentado.

— Você se recuperou daquela pancada?

Ah, isso? — ele olha para a atadura um pouco exposta em seu pescoço, que indica que por baixos das suas vestimentas de couro deve haver um emaranhado de outras por volta de seus ferimentos, para o tratar. — A garras daquele urso não penetraram muito em minha carne. O escudo, antes de quebrar, tinha enfraquecido bastante o golpe dele. Afinal de contas, o meu elemento de gelo é bom para a defesa.

— Quem imaginaria que um frango como você aprenderia a controlar tão bem seu elemento! Hahaha! Que pena que não despertou o de terra, seria interessante termos um trio de pura resistência.

— Sim, mas com gelo tentarei acompanhar vocês. — o rapaz esboça um leve sorriso fechado. "Apesar de que é impossível de eu os acompanhar, isso vai muito além de mim. No campo de batalha, esses aldeões parecem dois cavalos descontrolados... Chega a dar medo."

— Bem, vamos indo então.

Os dois homens começam a caminhar dali. Pelos arredores do território da base também foi refeita a barreira de repelente, mesmo que a maioria dos monstros hostis tenham morrido na Onda de água que devastou a floresta. No cemitério, os túmulos indicam sinais de recentes alterações, é provável que o rio temporário tivesse passado por ali, só que, independente dos efeitos disso, atualmente tudo foi consertado e organizado com o devido respeito que as sepulturas merecem.

Depois de uma quantidade notável de minutos, Rol Bost e Babuíno chegam na Caverna de Fios. A rocha que tampava a entrada do lugar já havia sido removida. Na parte de cima da gruta, um barulho de algo sólido sendo raspado soa até eles, só que o causador do mesmo não é visível do ângulo que olham. Ao adentrarem no lugar, os dois têm uma vista do que acontece no interior. Vasto e Rogerinho, sem a parte superior de suas roupas de couro, trabalham na reconstrução da fornalha. Eles parecem cobrir com perícia, usando algo semelhante a cimento, várias partes do engenho. De vez em quando eles complementam ela com rochas polidas quase simétricas. A fornalha parece mais robusta e imponente do que antes. O barulho de algo sendo raspado continua ecoando pelo local, sendo o mais alto dentro da gruta. Sujeira cai da chaminé do engenho, se acumulando no solo com outras que já estavam antes por ali.

— Caramba! A fornalha está ficando bem empolgante! — comenta Rol Bost.

— Vocês são algo... Fizeram aquela ruína se transformar nisso. — diz Babuíno.

Ha! Quem vocês acham que eu sou? Sou um lendário ferreiro, claro que eu sei como transformar uma pilha de lixo em algo relacionado com a minha profissão. — Vasto tem um sorriso estampado no rosto enquanto trabalha no engenho, parece que esse trabalho para ele é algo divertido. "Apesar de que, se eu não tivesse descoberto tantas 'receitas naturais' no tempo que sobrevivi na floresta, seria impossível construir uma fornalha útil para o que eu quero. Hm... eles não precisam saber disso."

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora