-- Capítulo 12: O que Era Inabalável --

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 Uma tocha ilumina o interior da tenda do anão. O corpo da alquimista, Ririn, é deitado sobre a cama feita de grama. Ela está viva, mas, em um estado preocupante, sua respiração está densa, sua pele está pálida e as ataduras enroladas em sua barriga estão manchadas pelo seu sangue. Do lado dela está Rol Bost, que depois de a observar um pouco com um olhar preocupado, sai dali em passos desanimados. É de noite. Logo perto de onde o rapaz sai, todos as outras pessoas restantes estão acomodadas próximas de uma fogueira.

Alguns deles estão sentados em um tronco caído.

 O olhar de todos os homens para o fogo é vago. Eles estão desgastados devido a tudo o que passaram até aqui, suas determinações foram profundamente abaladas.

 Vasto encara cada um dos indivíduos, fazendo em sua mente uma análise profunda de tudo o que consegue observar neles. Subitamente Polaris ameaça cair para o chão, mas é contido por Bassara, que o segurou a tempo. Rol Bost ainda estava chegando no lugar quando se deparou com a cena, ao ver isso, ele corre para checar a situação do espadachim.

 — Chefe! É melhor você ir descansar! Sua situação é grave, se continuar assim os ferimentos vão abrir! — alerta Rol Bost.

 "Rol Bost. Um jovem moreno, seu corpo ou aura não são nada notáveis. Personalidade mansa. Inexperiente como aventureiro. Nota de utilidade: 3." pensa o anão.

 — Não… Vou ficar… Tenho que ficar. — diz Polaris enquanto olha para o chão. Sua franja solta quase cobre seus olhos, ele range os dentes por estar incomodado com algo. Seus ferimentos foram tratados com faixas e ervas. — Se eu apagar agora, pelo meu estado, é difícil de estimar quando vou acordar... E com certeza o anão vai querer conversar sobre algo importante… Quero saber… O que está acontecendo nessa floresta. Por Ririn e Rioul, tenho que escutar.

 "Polaris. Um homem jovem. Pelo equipamento, nem preciso perguntar, é um aventureiro. A leve impressão que sinto de sua mana, mesmo com ele nesse estado, já indica sua qualidade. Mas com esses ferimentos… Nota: -2, se ele conseguir melhorar ao menos em parte, sua pontuação vai para mais ou menos 5 ou 7..."

 Vasto fecha seus olhos por um momento. Sayru, Rogerinho e todos os outros ainda o olham, esperando atentos para qualquer informação que ele passar, pois elas serão definitivamente importantes.

 — Ei! Como está a mulher? — indaga Tobias.

 — Sendo sincero… Não sei dizer, quando ainda estava acordada, ela me disse como eu a devia tratar. — responde Rol Bost. — Segui tudo o que foi dito, mesmo assim, seu estado é o pior entre nós. Não sou médico… Não há mais nada que eu possa fazer por ela, nem avaliar com clareza o seu estado.

  O anão pega um graveto e começa a mexer na fogueira.

 "Tobias. Um homem normal. Pelas suas roupas estranhas, do mesmo gênero do ruivo e do cara ao seu lado, os três devem ser de Thycal, o reino da 'ciência'. Apesar de seu físico ser fraco, tudo o que ele fala parece ser objetivo e planejado… Interessante… Nota: 5." Vasto se levanta, usando o graveto ele começa a desenhar algo na terra próxima do fogo. — Certo, irei explicar para vocês como funciona o lugar em que estamos agora. A Zona Neutra.

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 — ...Sem rodeios, é dessa forma que funciona esse lugar. — finaliza o anão com um olhar sério.

 — Isso realmente não está nada bom para a gente. — comenta Babuíno. — Você disse que passou meses aqui. Não temos esse tempo, precisamos voltar pra casa!

 "Babuíno, Bassara e Rogerinho. Apesar de serem muito baixos, são obviamente humanos. Os três são muito semelhantes em vários aspectos. Não são combatentes, só que seus corpos são bem polidos, provavelmente pelo trabalho braçal que já fizeram na vida. Nenhuma sensação de mana está sendo emitida deles, isso é preocupante. Nota para ambos: 3-4." considera. — Se eu pudesse, já teria saído daqui. Não sou um monge ou druida pra ficar vivendo em floresta. Simpatizo com a história de vocês, mas não vou os iludir, aqui o negócio é duro. Um dia você pode estar vivo, no outro? Quem sabe.

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora