Sayru e Tobias pegam água com seus baldes. Após certo tempo, eles vão fazendo a rota para retornar a base.
Não tão longe, barulhos de galhos sendo mexidos soam até eles. Uma toupeira macho está fazendo uma ronda por ali. Apesar de terem notado a criatura, os dois homens de Ty não ficam tensos, claro, tomam a devida cautela, mas, não parecem estarem nervosos como estariam se essa fosse uma de suas primeiras missões. O ruivo tira uma pedra de sua sacola, Tobias toma certa distância do rapaz, para não atrapalhar seu disparo.
Uma rajada energética, de tom amarelo, corta o ar em uma velocidade assombrosa. Quando o projétil se choca contra o tronco de uma árvore, o rachando, ele ricocheteia para o solo, o que causa uma pequena explosão de terra ali. A toupeira tem seu foco tomado pela distração, ele corre para investigar a causa do alto barulho. Depois de caminharem com cautela por alguns segundos, o mudo e Tobias partem dali com movimentos ágeis. Pela forma que fazem isso, aparentemente ambos têm um costume para lidar com esse tipo de situação.
Durante esses 30 dias, os perdidos aprenderam a manipular os sentidos dos monstros.
Ao chegarem na base com os baldes, os dois avistam Rogerinho e Polaris, que estão trabalhando em algumas armas improvisadas, da mesma maneira que o anão fazia antes. Bassara e Babuíno, não tão distantes, trabalham nas carnes de toupeiras e outras criaturas, as fatiando. Pela quantidade de embalagens de folhas específicas que estão empilhadas próximas, logo os aldeões iriam guardar esses alimentos para conservar.
— Voltaram rápido. — comenta Polaris, com um pouco do seu antigo tom de humor. — Se batessem esse tempo na caça, provavelmente teriam algumas espécies em risco de extinção por essas bandas.
— Não me diga... que isso foi uma piada? — questiona Rogerinho, desanimado por a ter escutado. Sayru faz alguns gestos, ele esboça um sorriso fechado em seu rosto, nada muito grande.
— O mudinho deu nota 5 pra essa. — fala Tobias.
— Me sinto honrado, normalmente minhas piadas não passam nem do 2! Hahaha!
A dupla termina de fixar os fortes laços que apertam as partes desse machado.
— Vasto está acordado? — indaga Tobias.
— Sim. Ele está na tenda. — responde Polaris.
— Certo, ele ainda deve estar atordoado pelas mudanças que o tempo trouxe, e também pela proximidade da Onda.
— É. Temos que explicar para ele o que aconteceu nesses 30 dias. Principalmente sobre seu novo "sistema de armadilhas".
— Haha... Só quero ver a cara dele quando souber. Espere, primeiro vou depositar a água.
Dentro da tenda, o anão está deitado de cara pra cima, com uma expressão cômica de surpresa.
— Hã? Novo "sistema de armadilhas"?
Tobias e Polaris entram na tenda após levantarem o pano que forma a porta, em seguida, sentam por ali.
— E aí, se sente melhor? — pergunta Polaris.
— Vou me forçar a ficar. Mais importante, qual é a desse novo "sistema de armadilha?"
— Ah, é verdade. Já tinha até esquecido o quão boa é sua audição. Explique Tobias, afinal você é o responsável por isso.
— Bem, basicamente... — Tobias pega uma pele que estava guardada ali perto, em seguida, ele a abre pelo chão, o que revela sua utilidade. Ela tem um mapa grande de toda zona neutra desenhado em sua superfície por tinta negra. Há vários pequenos círculos espalhados por ele, principalmente perto da base. — O novo sistema é isso. Analisei os desenhos de como você as tinha espalhado antes, cheguei em uma conclusão de que ficaria melhor estrategicamente assim. Por isso mandei desfazer algumas de suas armadilhas e fazer outras em posições melhores.
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LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)
خيال (فانتازيا)"Um anão, aldeões, um grupo de aventureiros e homens da cidade; um grupo de desconhecidos sobrevivendo as calamidades da floresta. A oportunidade de voltar para casa é um luxo que será disputado com todas as forças." 2° Lugar no concurso Million Dre...