-- Capítulo 26: Despertar --

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O sol brilha no céu sem a interferência de nuvens, ao menos por enquanto. Devido às bordas da Zona Neutra serem repletas de nuvens negras, o sol no cotidiano parece demorar mais para surgir e ser mais rápido para sumir. O dia é mais curto nessas terras, porém, nesses momentos em que a luz é barrada pelas trevas, a claridade do sol ainda fica estampada no céu, mesmo com sua existência não podendo ser vista durante esses casos.

Bassara e Babuíno surgem na base carregando o grande corpo de uma toupeira macho.

— Caramba! Elas já voltaram a ativa? — pergunta Rol Bost ao notar a chegada deles.

Urg! Parece que sim...! — responde Babuíno ao mesmo tempo em que joga o corpo no chão, próximo da rocha que é usada como plataforma para tratar carne.

— Onde estão os outros? — indaga Bassara.

— Sayru está descansando dentro da casa. Polaris foi treinar. O senhor Vasto e Rogerinho foram coletar gravetos, cogumelos e ervas, coisas assim. — informa Rol Bost.

— Entendo. Estranho você chamar aquilo de casa. — fala o aldeão mais novo, ele aponta para o edifício com seu dedão.

— Pra mim, qualquer lugar que eu consiga dormir debaixo de um teto a noite é uma casa. — comenta Babuíno. — Deixe ele em paz, sobrinho.

— Em todo caso, é hoje que o anão planeja fazer "aquilo", né?! — cogita Bassara.

— Sim...

O aldeão mais velho se mantém olhando para o céu.

— O tempo realmente passa rápido. Já se passaram 15 dias desde a Onda.

— É... — concorda Bassara com um tom desanimado.

— Não se preocupe, elas sabem se virar. E sua mulher é forte, com certeza ainda pode esperar mais tempo.

— Bem, claro! Nunca duvidei de suas capacidades!

— Então sente apenas saudades?

— O quê!? C-Claro que não!

— Não vou encher seu saco por causa disso. Até porque eu próprio estou com saudades delas. Mas, fazer o quê, por enquanto temos que aguentar esse cotidiano aqui. (...) E você rapaz, tem parentes?

— E-Eu? — Rol Bost é pego de surpresa pela pergunta. — Ah, Não tenho. Fui criado em um orfanato.

— Compreendo. Hahaha! Isso é ótimo!

— Como é!?

Ah! Não nesse sentido que você está pensando. Só que assim como Vasto, depois de sairmos dessa floresta, você pode vir morar na aldeia conosco se desejar.

Uah! Sério!? E-Eu não sei o que dizer... Eu... Obrigado, pensarei nisso.

— Isso, isso. Pense bem sobre o assunto. Lá é um bom lugar para se viver, só não é tão fácil aguentar certos invernos às vezes! Ha ha ha!

O aldeão mais velho gargalha, observando isso, Rol Bost acaba esboçando um sorriso fechado de ânimo e satisfação.

— Em todo caso, vou fazer a fogueira logo. O sol logo vai sumir. — fala Bassara, já tomando distância dos dois.

Dentro da barraca, Sayru encara o teto, estando tomado pelo tédio, só lhe resta fazer isso nesse momento. Ainda não o permitem ajudar com muitas coisas, o foco dado para o ruivo segue sendo se recuperar. O edifício nos tempos atuais parece estar bem mais organizado, tendo tido melhorias em sua estrutura e, dependendo do dono da visão, melhorias também na qualidade de sua aparência. Por algumas brechas no teto, a luz do sol emite alguns raios para ali dentro, que fazem cintilar as partículas de poeira no ar.

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora