-- Capítulo 16: Rertz --

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Pássaros brancos cortam o céu de uma cidade. A versão jovem de Vasto caminha pelo salão de uma guilda, nas mesas espalhadas por ali, distintos grupos de aventureiros debatem sobre conteúdos variados, provavelmente ligados aos seus trabalhos.

Depois de um tempo, o anão para na frente de um quadro de missões, nesse momento, a perspectiva revela sua aparência. Vasto usa um conjunto completo de uma armadura negra com bordas brancas, feita com um método que utiliza placas metálicas, a fazendo ser flexível e, apesar de não ser tão robusta, ainda lhe dá uma boa proteção. O elmo está pendurado em sua cintura por um laço, seu aspecto é imponente, sendo um do tipo que tem uma viseira grande e frente levemente avantajada. Claro, também existem buracos bem posicionados para a respiração. O design de seus equipamentos negros reflete um pouco de sua personalidade rebelde da época.

"Certo, vamos ver o que tem de interessante aqui." pensa o anão.

Vasto se recorda em flashs do tempo que treinou com seu mestre de IN, nessas lembranças ele não parecia estar muito à vontade com os métodos utilizados por seu mentor. O ambiente em que viveu neste período era o de alguma floresta aleatória. Às vezes ele tinha que carregar grandes quantidades de rochas ao mesmo tempo que subia por rotas bastante inclinadas. Em outros momentos, o anão escalava morros ou até fendas de abismos, também chegava a tirar tempo para meditar profundamente sobre seu IN, entre outras ações diárias. Tudo isso era feito com a supervisão de seu mestre. Nesses meses vivendo lá, o anão caçava e cuidava de outras necessidades, o que lhe deu conhecimento de como sobreviver em um lugar como desse gênero.

"Droga, não queria lembrar disso. Eu achava que nunca ia encontrar alguém mais rígido que meu pai... Passei 2 anos treinando com o velhote, quando acabei, ele me aprovou para ser um aventureiro da guilda principal de Ycica. (...) Mas chega disso, hora de focar no que será minha primeira missão."

O anão vai passando seu indicador nos papéis que mais chamaram sua atenção. Um sorriso se forma no seu rosto.

"Estou sentindo uma boa empolgação. Aquele velho contou histórias interessantes de quando trabalhava aqui na sua juventude."

O baixo homem puxa um dos papéis para fora do quadro.

"Certo, esse soa bem. Vai ser ele."

O anão chega em um balcão, ele fala com a funcionária e confirma sua missão. Em seguida ele sai do lugar, já se direcionando para o objetivo. A espada embainhada posicionada na sua cintura tem um tamanho quase normal, pois ainda chega a ser mais grossa do que o padrão comum desse tipo de equipamento. A noite está próxima de chegar, a luz do pôr do sol ilumina a rua movimentada em que ele segue indo.

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Batidas brutas são desferidas sobre uma porta, após certo tempo, ela é aberta por um senhor de idade. O cabelo desse velho é longo e caído, sua pele é branca, apesar de usar óculos, seus olhos aparentam estarem sempre fechados. Com a expressão irritada, esse senhor procura o causador da barulheira olhando em frente e depois para os lados, mas acaba não encontrando nada.

— Ei, velhote! Um pouco mais embaixo! — fala Vasto, uma veia fica ressaltada em sua testa, o que expõe seu irritação com a situação.

— Um anão? E loiro? Que exótico!

"Maldição, já tive minha cota nessa vida de velhos irritantes." considera o anão em sua mente.

— Em todo caso, o que deseja aqui?

— Vim pela missão. Irei o escoltar para onde deseja ir, como no pedido.

— Entendo... Apareça aqui amanhã cedo, já vai ser um bom dia para o trabalho.

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora