-- Capítulo 8: A Persistência das Chamas --

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 O grupo de Polaris agora tem um grande oponente a frente, provavelmente um dos seres mais indesejáveis daquela mata, pois o feito de ter exterminado um time de aventureiros profissionais, como era o do anão nomeado como Vasto, é uma enorme conquista. Mesmo que ele não a tenha conseguido sozinho.

 A aura do monstro se movimenta em grande velocidade pela superfície de sua pele, seu tom é uma mistura de um puro preto com leves manchas brancas, que às vezes parecem levemente transparentes. O espadachim fica com a expressão abalada ao olhar bem para a cara tenebrosa da criatura. É um rosto liso que passa uma forte impressão de morte. Os braços longos e finos do ser vão se aproximando do corpo do aventureiro, a tensão vai aumentando de modo colossal para essa pessoa.

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 As memórias de Polaris passam em sua cabeça como um filme, talvez por estar de cara com o que pode ser seu fim. O vento sopra fervoroso, levando consigo vários pedaços da grama alta desse lugar. Apesar do tempo quase nublado, o sol consegue cobrir todo esse local com seu forte brilho. 

 — E então? Já decidiu quando vai poder me aceitar? — diz Ririn na época em que era uma criança. A parte baixa de seu corpo está oculta devido às plantas, próximo dela está o garoto Polaris deitado no chão sem nenhuma preocupação.

 — Ainda é muito cedo. Não me importo de te aceitar como minha mulher, mas só depois de eu ter realizado meu objetivo. E além disso… Você só tem 8 anos e eu 13! Por que tá tão interessada nisso?! Casais são tão sem graça, tem várias outras coisas melhores que você poderia me pedir pelo favor que te devo. 

 — "Objetivo?" Hm... Tudo bem então, vou te ajudar a realizar ele, aí depois a gente se casa.

 — Ei ei! Você ao menos ouviu direito o que eu disse antes? Poxa, é certeza que sua cabeça vai mudar no futuro. Apenas esqueça disso.

 — Mesmo que diga isso, você sempre cuidou de mim e de Rioul, não quero outra pessoa comigo. — fala a garota enquanto faz bico, o que alterou o tom de sua voz para algo mais cômico.

 — Você tá louca. (...) Sei lá, não tenho interesse nisso. A vida que eu vou querer seguir é bem perigosa, o melhor é que você fique em paz aqui nestas terras.

 — Não mesmo! Se Pol for pra muito longe… — a menina abraça o garoto sem piedade, quase o sufocando. — ...eu quero ir com ele!

 — Me solta, sua doida! — mas seu prantos são em vão, ela não o solta de forma alguma. Ele tenta a empurrar com suas mãos, mas isso também não funciona. — Ah! Eu realmente não quero casar! Me deixa em paz! NÃAAAAOO!! — o grito de Polaris ecoa para o céu. Enquanto pudesse, Ririn não iria o soltar. 

 As grandes nuvens imponentes se movimentam calmamente lá em cima.

 Algum tempo se passa. A versão mais nova do "robusto" encara algo com uma expressão sem graça, na frente dele está Polaris, parado, com Ririn ainda grudada nele.

 — Rioul, faz um favor. Tira ela de mim.

 — Prefiro continuar com meus braços. — o robusto recusa sabiamente o pedido perigoso. A garota com os olhos fechados mantém uma expressão determinada. "Ela parece um animal." ele pensa.

 — Certo, certo… Tá, hoje vamos para…

 — Não é pra algum lugar perigoso de novo não, né? — Polaris é interrompido pelo outro garoto. 

 — Pff! Não... Só vamos até lá perto do "Rio da Morte" pegar alguns cogumelos. — fala de forma nada suspeita o aspirante a aventureiro. 

 "Mesmo se eu disser algo, ele não vai desistir de ir até lá… Aff, você é muito problemático, Polaris. Vou te acompanhar e ter certeza de que nada vai dar errado." decide Rioul. — Hm… Tudo bem, mas a Ririn fica, afinal ela não aguentaria a escalada. 

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora