-- Capítulo 35: Reaparecimento do Mal --

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  Em meio a densa névoa, uma silhueta se move lentamente até despencar de volta para o chão. Esse tempo se passa no passado, dias depois da ressurreição de Sourlthem, o Bárbaro. Em meio a tantas trevas, a criatura humanoide ainda sofre com os danos que sofreu do renascido.

Sangue negro é cuspido para o solo, seus braços magros tremem na tentativa de o erguer, o que é em vão, ele volta a se chocar contra o solo enquanto expele bastante do líquido preto.

As mãos com dedos largos do monstro vão se fechando devagar sobre a terra. O ser se recorda da imagem tenebrosa de Sourlthem, uma força que ele nunca poderá se equiparar. Um profundo ódio se espalha pelo corpo da criatura, a fazendo tentar se levantar de uma forma mais brusca do que antes, o que exige mais de seu corpo, o fazendo cuspir bastante sangue. Seu bizarro olho de luz se abre, sua intenção assassina explode por toda essa parte da floresta. Monstros robustos e distintos, a centenas de metros, fogem ao sentirem o perigo que se ergueu. O ser magricelo se mantém inclinado para trás, com seus braços estirados para o solo e o "rosto" para cima. Com dificuldade, ele mantém essa postura.

Mais uma vez o monstro se recorda do bárbaro. Mesmo com a energia negra que o ronda, é visível a imagem de sua boca larga de abrindo. Muito sangue negro escorre dela. A raiva que sente pelo indivíduo que lhe causou essas feridas só cresce, cada vez mais, se tornando tão profunda quanto sua essência bestial pode cultivar. Seu olho de luz brilha em meio a toda essa escuridão.

Em um lago imaginário, duas águas, branca e negra, não se misturam, fazendo assim uma estranha divisa entre as duas na metade do local. Repentinamente as águas começam a ter uma peculiar junção no centro, devido a um redemoinho.

Um novo tipo de água nasceu no meio desse lago.

Quando a criatura magrela nota, está na sua frente um ser de enorme presença. O monstro encapuzado, com seu rosto tomado por profunda trevas, observa o causador dessa forte impressão maligna que é passada pela mata. O longo tecido velho que usa, que tem suas bordas rasgadas, balança levemente ao mesmo tempo em que ele se aproxima flutuando do monstro magrelo.

Interessante... Você ainda vive... — sua voz ecoa pelo lugar com uma presença intensa. Diferente do tom poderoso de Sourlthem, essa se espalha como algo mais sombrio, que espeta a mente de quem a ouve com sua malevolência. — Mas... o AL em seu corpo não o deixará escapar. Você vai morrer.

A criatura magrela se abaixa bruscamente para cuspir mais de seu sangue negro. Novas feridas surgem por seu corpo, o preto jorra para várias direções.

E então, experimento singular... O que fará? Irá se contorcer de dor e ódio até o fim? — O ser encapuzado libera sua imensa pressão assassina pelo local, sobrepondo totalmente a anterior. — Não irei lhe ajudar... Você não merece. Todavia... me mostre um final decente, um interessante o suficiente para fazer valer a pena o meu tempo. — diz enquanto levanta suas mãos abertas para os lados até a altura do peitoral, dessa forma expondo o estado decrépito que sua pele se encontra.

O olho de luz da criatura magrela encara profundamente o ser em sua frente, desfigurando de modo medonho a imagem que visualiza.

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De volta ao tempo próximo do presente, a criatura magricela caminha para a direção que sente um fluxo de cores distintas sendo emitido. Um líquido negro parece pingar para o solo enquanto o ser se move com passos relaxados. Uma corrente de vento passa pelo local. A partir dos arbustos e sombras, um dos piores inimigos possíveis para os Perdidos surge.

Ordelix é arrastada pelo solo até ser subitamente parada. Uma densa intenção assassina é despejada para todos os lados. Com uma postura inclinada para a frente, o monstro observa os indivíduos próximos, ou melhor, suas vítimas próximas.

LA: A Floresta do Céu de Trevas (FCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora