Cap 41

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Leia o recadinho lá em baixo. Beijinhos...

A

sensação de ser puxada para dentro de um buraco negro sobreveio em mim, a queda era terrivelmente assustadora, a escuridão nem tanto, mas o abismo profundo que parecia nunca ter fim sim. Meu coração se apertou, meus irmãos choravam sem controle, eu permanecia em choque. 

Levantei sem rumo e ao perceber já estava diante da porta fechada, girei a maçaneta sem sucesso, encostei minha testa na madeira perdendo minhas forças. Tive que deslizar até está acolhida no chão, sozinha, agora eu chorava, muito. A dor era latente no meu peito, meu coração batia tão rápido que me faltava o ar, fechei meus olhos momentaneamente tentando abrir a gola da minha blusa na intenção de respirar melhor. 

Mas nada adiantava, o ar me faltava, as vistas turvaram e meu cérebro cada vez menos se recordava de algo. Nunca pensei que uma crise de ansiedade, estresse e preocupação poderia me fazer tão imponente assim, mas as confusões dentro de mim estavam muito avançadas, pesadas demais para meu coraçãozinho suportar tanta pressão. 

_ Ei, filha.  

Não sei se foi o baque que deu no chão quando meu corpo sentado caiu ou o instinto de mãe, mas ela estava com os braços ao meu redor, esquecendo da sua dor para curar a minha, me abraçando como sempre fazia. Repousei minha cabeça no vale dos seus seios e me permitir chorar baixinho. 

_ Shhh, calma, respira. 

Afoguei. 

_ Caio, me ajuda, coloca ela na nossa cama. 

Meu pai me arremessou pros seus braços me depositando na maciez da sua cama, minha mãe logo em seguida sentou ao meu lado depositando minha cabeça no seu colo, fez o típico carinho nos meus cabelos na intenção de me acalmar. 

_ Você não pode ficar estressada. 

Ralhou. 

_ Eu não quero te perder. 

Por seu silêncio fui capaz de ouvir a respiração acelerada, testei olhar pra cima, quando fiz vi seu olhar medroso, apavorado. Minha mãe me abraçava, mas era ela que precisava ser abraçada. Sentei ao seu lado a abraçando firme. Meus irmãos se juntaram a nós, meu pai. Ela chorava, nós somente segurávamos a dor na intenção de lhe passar força. 

_ Eu amo vocês, mais do que tudo! 

Se um dia eu encontrasse um gênio da lâmpada e fosse concedido a mim um único desejo eu pediria que esse momento congelasse, para o resto da vida. Creio que meus irmãos pediriam o mesmo, ninguém estava preparado para se afastar, resto da vida seria pouco, a eternidade com certeza alcançaria nossas mentes se possível fosse pedir ela para um gênio. 

~~©~~

O tumor maligno crescia a cada dia. Por esse motivo a cirurgia foi marcada para a semana seguinte da revelação do maldito tumor. Minha mãe sentia medo, meu pai que sempre segurou a barra estava destruído, inconformado. Era o último dia 

antes da cirurgia. Toda a família estava presente em um jantar na intenção de dar um apoio para minha mãe. 

_ Tia Iza? 

No escuro do meu quarto escuto a vozinha da Vitória, acendo o abajur ao meu lado, ela se aproxima de mim que amamento Caio. 

_ Oi princesa? 

Ergueu os olhinhos azuis insondáveis, as bochechas avermelhadas igual o nariz denunciam que a pequena chorou. Afaguei um espacinho ao meu lado, ela veio sentando juntinho de mim, rodeou minha cintura com os bracinhos. 

O preço do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora