Cap 16

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Foram três dias de puro descobrimento, beijos estimulantes e um fogo que era desconhecido nos primeiros beijos que havíamos dado, mas essa altura do campeonato as coisas só não esquentavam entre nós, mas fervia na temperatura que a água podia chegar: 100%. Somente nos encontrava em brasas, não tinha um beijo que Dylan conseguia esconder a excitação evidente a cada encontro, as mãos suadas, o nervosismo quando suas mãos tocavam algo proibido. 

Faltava somente uma semana para o fim das aulas, nós dois ia assumir nosso relacionamento e ambos seriam apresentado a família do outro. Mas hoje era um dia especial, seria uma excursão ao centro de tratamento para os deficientes auditivos. 

Atrasada eu estava, meu pai insistiu para que eu levasse sua barraca que era maior, íamos acampar ao ar livre por não ter dormitório suficiente para todos. Tudo estava preparado, até mesmo meu medo de perder o ônibus. 

Liguei meu carro e acelerei, não seria a primeira vez, mas meu segundo nome tinha que ser atraso! 

Em menos de dez minutos estava eu estacionando ao lado do ônibus de dois andares, suspirei fundo agradecida. Desci as pressas colocando as coisas para fora em tempo recorde, o monitor da excursão chegou e como sempre fez uma piada com meu atraso. 

_ Ainda bem que não é você que vai dirigir esse monstro! 

Brincou pegando minhas coisas para depositar no bagageiro. 

_ Com certeza íamos chegar domingo de manhã! 

Mostrei língua entrando na brincadeira, cumprimentei o motorista subindo dois degraus do ônibus, ele sorriu simpático voltando o sorriso. Entrei pela porta e visualizei o enorme corredor, tinha várias cabeças ocupando a maioria do lugar, inclusive Arthur que estava acompanhando com um "amigo" que o infeliz fez recentemente. "Filho da mãe traíra!" Ouviu meu pensamento pois sorriu sacana me mandando uma piscadela como resposta. 

_ Iza, só tem dois lugares! 

Foi o que a professora Patrícia falou ao levantar e mostrar o lugar vazio ao lado da Camila sentada sozinha na sétima fileira. Dei um sorriso debochado olhando para ela. 

_ Sério? 

Apontou o banco ao meu lado onde eu não tinha olhado, e quando seguir seu olhar roguei aos deuses que fosse um bêbado, ou um viciado, qualquer ser humano na face da terra que não se importaria da minha presença ao seu lado, na verdade não me importava, só não era uma opção sentar ao lado daquela garota desprovida de humanidade. 

_ Senhorita, Stone! 

Meu coração deu várias cambalhotas pulando no colo da sua jeans clara, ele deu um pequeno sorriso arteiro, regrei qualquer vontade de sorrir, somente suspirei entediada voltando meu olhar para a professora Patrícia. 

_ É, menos mal. 

Rosnei pra mim mesma dessa vez revirando os olhos quando aquele ser indiferente brotou no meu campo de visão. 

_ Licença! 

Cuspir seca sem mostrar sequer uma emoção na voz, mas o coração batia acelerado, creio que Dylan ouviu cada batida frenética. Sentei no meu lugar e não olhei para ele, queria chegar mais perto e sentir mais a fragrância que eu já conhecia, mas tinha aptidão por mais, não um farelo que joga para os cães, eu merecia mais do que essa miséria que meu nariz detectava no ar, eu precisava de verdade afundar meu nariz no seu cangote e sugar. E se! O cheiro fosse agradável, e eu sei que seria, lhe recompensava com alguns beijos. 

_ Toda. 

Ficamos o percurso de duas longas horas em silêncio, vivendo uma mentira quando olhávamos um para o outro e fingíamos que não nós conhecia, a verdade era, nos conhecíamos mais do que qualquer um naquele lugar podia imaginar. Eu conhecia o calor dos seus beijos, os toques dos seus dedos, a frequência cardíaca que nos envolvia enquanto um estava abraçado ao outro. 

O preço do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora