Changkyun mirou em Hyungwon, mas como Hoseok puxou seu braço rapidamente, por pouco não acertou Shownu.
— Qual é o seu problema? — Minhyuk perguntou em um grito.
— Changkyun... — o mais forte o chamou ainda segurando o braço do menor com força, já que o mesmo se mantinha relutante.
— Que porra é essa Hoseok? Não reconhece aquele cara? — Changkyun perguntou ainda tentando se soltar das mãos do maior.
— Chan...
— Ele acabou com a nossa vida e quase me matou.
— Ele sabe onde nosso grupo está. — falou em um tom mais alto, já que o outro cismava em o interromper. Changkyun parou de forçar seu braço no mesmo instante em que escutou aquilo e o maior soltou seu braço, sabia que ele havia se rendido.
— Vai nos levar lá? — perguntou olhando para o de fios cinzas, que assentiu — E o que vai querer em troca?
— Quem disse que eu quero algo em troca? — Hyungwon perguntou com um sorriso sarcástico, gostava de provocar seus inimigos.
— Gente como você não faz nada apenas por boa vontade, sempre tem algo por trás.
— Você quis dizer como nós, né?
— Eles querem ajuda pra resgatar o amigo deles. — Hoseok explicou.
— Então quer dizer que você vai nos levar lá... pra salvar seu amigo? Você é maluco? É claro que isso vai nos meter em encrenca.
— É o melhor jeito de encontrar seu grupo. Você que sabe, é pegar ou largar.
— Se nós formos pegos, é melhor que você reze pra que a gente morra, porque caso contrário, eu acabo com a sua raça.
— Eu não acredito em Deus, então não vou rezar. Mas pode ter certeza de que a sua morte é algo que semeio a muito tempo.
— Se preparem, vamos sair amanhã de manhã.
— Não podemos ir hoje? Ainda está claro, Jooheon está em perigo. — Minhyuk perguntou e o mais novo o olhou sério.
— Vai escurecer logo, se sairmos, seu amigo não vai ser o único em perigo.
.
(...)
Já estava escuro e Hyungwon se encontrava na parte de cima da casa, debruçado no baixo muro da varanda destruída. O cigarro que segurava entre os dedos já estava curto e ele encarava a rua deserta em sua frente.
— O que está fazendo aqui? É perigoso. — Hoseok disse ao sair da casa, dando um leve susto no mais alto, que sequer o olhou.
— Está preocupado comigo?
— Eu não me importo com você, me importo com o fato de que se te verem aqui, virão e se nos encontrarem com você, já era.
— Agora sim faz sentido. Mas não costumo pensar muito nos outros e é mais seguro pra mim ficar aqui, longe do seu namoradinho psicopata tentando me matar.
— Ele não é meu namorado. — respondeu e se aproximou, virou de costas, pegou impulso e sentou em cima do muro, ao lado de Hyungwon.
— Que bom que não discordou de que ele é um psicopata.
— Tentar matar o cara que fodeu nossa vida e tentou o matar mais de uma vez não é lá psicopatia.
— Que seja, ele é estranho. — o mais forte não respondeu nada, apenas suspirou e observou o mais novo tragar o cigarro mais uma vez.
— Você não deveria fumar, sabe que isso mata, não sabe?
— E você deveria parar de se meter na vida dos outros, isso também mata. — respondeu e assim que viu a reação do outro, riu — A cidade ta na merda, nós vamos morrer de qualquer forma. Quem te vê agindo assim nem pensa que é um assassino.
— Eu não sou...
— Fala sério, você acha que eu não reconheço as pistas de vocês? Eu vi várias pessoas jogadas no chão com um tiro bem no meio da testa, depois do que tentou fazer comigo no posto de gasolina, eu só tive mais certeza que aquilo era trabalho de vocês dois.
— Por que fala como se fosse um inocente?
— Eu não sou, sou tão cruel quanto vocês. — o mais alto se aproximou — Mas sabe qual é a diferença entre nós dois?
— Qual?
— Eu admito.
— Eu não admito porque não sou como vocês. — Hyungwon jogou o cigarro no chão e pisou em cima do mesmo.
— O que te diferencia?
— Eu nunca concordei com a morte de ninguém.
— Mas não se importava em roubar as pessoas e pelo que vi pelas ruas, ainda não se importa.
— Eu me importo e não me orgulho disso.
— Então por que faz?
— Porque eu não tenho opção. Eu me meti nisso sem ter noção de como as coisas eram.
— A ideia de me deixar vivo foi sua, não foi?
— E você quase causou a minha morte. — o mais forte disse e desceu do muro, começou a caminhar na direção da porta e assim que escutou o outro dizer algo, parou e se virou novamente.
— Eu era como você.
— Por que não é mais?
— Porque vocês mataram meu irmão, vocês mataram a coisa mais importante que eu tinha. Eu voltei lá mesmo depois de você ter me deixado fugir porque eu queria me vingar deles.
— É, você realmente não é mais como eu.
— Você acha que eu não me lembro?
— Do que?
— Do beijo.
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Side Effect
ActionUma endemia de surtos causados por uma vacina liberada pelo governo se inicia em Gowju. Agora, os sobreviventes precisam sobreviver em meio ao caos causado pelos surtos e pela tentativa do governo em destruir a cidade para abafar seu erro.