Kihyun desacelerou o carro ao se certificar de que estava longe o suficiente daquela casa. Não sabia para onde ir, então ao invés de seguir à caminho da fronteira, voltou para o estoque onde ele e Hyungwon conheceram os outros três garotos. Sabia que aquele era o único lugar seguro que conhecia naquele momento e não queria se arriscar mais.
O menor estacionou o carro e pegou a bolsa de Jooheon no banco de trás, procurou as chaves alí é assim que achou, correu para a porta e a abriu. Voltou para o carro, pegou Minhyuk no colo com muita dificuldade e o deitou no canto do local, apoiando a cabeça dele em cima da mochila. Se levantou e voltou para o carro, Hyungwon já estava andando devagar para dentro do local, então Kihyun apenas pegou o restante das mochilas, trancou o quarto e voltou para o estoque, fechou a porta e a trancou.
— Eu não acredito no que acabou de acontecer. — o mais alto resmungou ao se sentar próximo aos outros dois.
— Eu também não. — Kihyun suspirou e se ajoelhou ao lado de Minhyuk, retirou ataduras, álcool e outras coisas de sua mochila e começou a limpar o machucado do loiro. Assim que terminou, ele enfaixou com uma das ataduras e esparadrapo.
— Ele vai ficar bem? — o de fios rosados assentiu.
— Eu acho que sim, mas estou preocupado.
— É normal sentir ciúmes de uma atadura? — Kihyun riu e se sentou.
— Já se apegou a elas?
— Ela era pra estar em mim, agora sobraram umas duas.
— Acho que ele está precisando mais do que você. — o mais alto assentiu conformado, fazendo o outro rir novamente. Kihyun pegou impulso com as mãos no chão, foi para a frente de Hyungwon e começou a levantar a blusa dele devagar, na intenção de ver o machucado dele.
— Ei, calma. Não vai ao menos me pagar uma bebida? Eu não sou tão fácil assim. — falou com um sorriso sonso no rosto e o menor revirou os olhos.
— Você está engraçadinho demais pra alguém que quase morreu a minutos atrás.
— Nós quase morremos muitas vezes desde que tudo isso começou, você também já deveria ter se acostumado. — Kihyun não o respondeu novamente, apenas continuou cuidando das feridas dele, que também o preocupavam — Vai ser sempre assim?
— O que? — perguntou, sem o olhar.
— Toda vez alguém vai ter que se sacrificar pela gente?
— Jooheon não se sacrificou por nós, ele fez aquilo pelo Minhyuk. — Kihyun olhou para o loiro e suspirou, desviou o olhar para Hyungwon, abaixou a blusa dele e focou sua atenção na ferida da perna do mesmo.
— Parece que eu não sou o único com ciúmes aqui. — o menor negou com a cabeça.
— Eu não sinto mais esse tipo de coisa por ele.
— Você tem certeza?
— O machucado da perna já está melhorando, a barriga que me preocupa. — comentou, ignorando a pergunta.
— Se o da perna está melhorando, o do abdômen também deve estar.
— Você machucou a perna quando pulou a janela daquele estoque, mas o do abdômen é bem mais grave. Como machucou isso?
— Um amigo meu surtou e nós dois brigamos, ele passou um estilete na minha barriga, mas eu consegui acabar com ele antes de algo pior acontecer.
— Merda, eu já tinha esquecido desses surtos. Você acha que os caras da casa estavam surtados?
— Eles não estavam.
— Por que diz isso com tanta certeza?
— Porque eu tenho.
— Como?
— Eu presenciei alguns surtos e quando isso acontece, eles parecem não saber o que estão fazendo, ficam desesperados e todos os atos deles são pra defesa. Aqueles caras não estavam surtados, eles sabiam exatamente o que queriam, e eles queriam acabar com a gente.
[...]
— Você tem certeza disso? — Hoseok perguntou para o homem que estava dentro do banheiro da pequena casa onde os três estavam.
— Está perigoso lá fora, ficar sozinho é um risco. Fique com a gente, é melhor. — Changkyun pediu.
— Eu preciso encontrar eles. — o rapaz moreno saiu do banheiro enquanto terminava de fechar seu cinto e suspirou — O Jooheon precisa de mim. — Shownu falou e soltou um suspiro ao ver Changkyun dar de ombros e Hoseok assentir.
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Side Effect
ActionUma endemia de surtos causados por uma vacina liberada pelo governo se inicia em Gowju. Agora, os sobreviventes precisam sobreviver em meio ao caos causado pelos surtos e pela tentativa do governo em destruir a cidade para abafar seu erro.