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Wonho abriu os olhos devagar e olhou para seu lado, encontrando o restante cama vazia. Respirou fundo e se levantou, se arrumou e desceu as escadas.

— Wonho! — Changkyun o chamou e ele o olhou — Você foi dormir antes da vigia acabar? Vim te cobrir e fiquei preocupado porque não te encontrei.

— Ah, eu subi uns cinco minutos antes do meu horário acabar. — mentiu e o menor suspirou.

— Sabe que em cinco minutos o alguém pode invadir e nos matar sem sequer termos a chance de nós defender, não sabe?

— Sim, me desculpe.

— Vamos, precisamos ir pra chegar no nosso grupo antes que escureça. — Changkyun disse e o entregou uma das mochilas, o mais forte a pegou, colocou nas costas e caminhou atrás do mais novo até a sala, onde encontrou Shownu, Minhyuk e Kihyun já preparados, respirou fundo e fechou os olhos, parte sua estava aliviada por Hyungwon ter partido, outra parte se sentia mal por terem se separado novamente, mas dessa vez, pra sempre.

— Onde está Hyungwon? — Kihyun perguntou em voz alta e Wonho abriu os olhos, abriu a boca pra responder algo como "Eu não sei", mas foi interrompido por uma voz que veio de trás de si.

— Estou aqui. — o mais alto respondeu e Hoseok o olhou, tentou dizer algo com os olhos, algo como "O que você está fazendo aqui?", mas não conseguiu, já que o outro desviou o olhar e andou até os outros.

— Sua perna ta legal? — o menor perguntou e o de fios cinzas assentiu.

— Os antibióticos me ajudaram muito, achei que ia morrer antes deles.

— Eu quase morri pra os pegar, mas acho que valeu a pena. — Kihyun respondeu e riu, o maior forçou um sorriso, assentiu e olhou para Wonho, que não parava de o encarar.

Os seis saíram. Wonho e Changkyun foram em suas motos e o restante no carro. Hyungwon guiava o caminho e Shownu dirigia, enquanto os que estavam de moto, os seguiam. Os seis ficaram na estrada durante longos minutos, pela janela do carro, Minhyuk observava corpos caídos no chão, a cidade inteira estava destruída, parecia que tudo havia acabado a muito tempo, tudo foi por água a baixo tão rápido que era difícil para eles assimilar tudo aquilo.

— Por que a cidade está tão vazia? Era uma cidade relativamente grande, nem a quantidade de corpos faz sentido.

— O primeiro pensamento das pessoas, depois de saquear os mercados, claro, foi correr pra fronteira. — Kihyun começou a explicar e os outros permaneceram em silêncio — Quanto mais perto dela ficarmos, mais perigoso vai estar. Acho que somos os únicos que ainda estamos por aqui, além dos mortos e aquela gangue maluca, claro. — o loiro suspirou, assentiu e voltou a olhar pela janela do carro.

Minhyuk viu Changkyun apontar para a esquerda e tentar chamar atenção de quem estava dentro do carro, então avisou a Shownu, que seguiu o menor para onde o mesmo estava indo. Eles pararam na frente da calçada de um mercadinho e então saíram de seus automóveis.

— Por que paramos aqui? — o loiro perguntou e Changkyun suspirou.

— Não podemos perder a chance de achar algum alimento pra manter estocado.

— Mas... pra que tanta comida?

— Pra sobreviver? — respondeu em um tom de pergunta e Minhyuk revirou os olhos.

— A fronteira não é tão longe assim. Você vai pra lá com seu grupo depois, né? Não tem lógica ficar aqui e nem carregar tanta comida, só vai nos atrapalhar. — explicou e Changkyun olhou para Shownu.

— Não contou a eles? 

— Eu não tive coragem. — o moreno respondeu após um suspiro e o menor bufou.

— Contar o que? — o loiro perguntou, chamando a atenção de todos para si, mas logo a perdendo para Changkyun.

— Não tem mais fronteira.

— Como assim não tem mais fronteira? O que aconteceu?

— Assim que tudo começou e eu acordei depois de aquele ali me desacordar — começou a dizer olhando para Hyungwon, que bufou e saiu de perto, sabia o que o outro queria contar, já esperava por aquilo — Eu e Wonho fomos pra fronteira com as nossas motos, lá estava uma confusão, mas nós conseguimos chegar e... tem muitos guardas lá, muitos.

— E daí?

— E daí que eles estão atirando em qualquer pessoa que tentar passar a fronteira. Ninguém pode sair daqui, estamos presos e o único jeito de fugir é como um defunto. Se você acha que tem muito morto por aqui, tinha que ver a pilha de cadáver que tinha naquele lugar, eles isolaram essa cidade e literalmente nos deixaram aqui pra morrer. Não tem fronteira, não tem saída, não tem cura, não tem nada.

Side EffectOnde histórias criam vida. Descubra agora