》Dois meses atrás《
Hoseok entrou na sala escura e se aproximou do rapaz alto que se encontrava sentado no chão, com as mãos amarradas para trás.
— Eu trouxe comida. — sussurrou e assim que Hyungwon virou o rosto para si, o viu ensanguentado e machucado — Pra sua sorte, eu também trouxe gases e remédios. — continuou dizendo sorrindo e ajoelhou no chão, abriu uma pequena maleta e retirou gases dali, molhou algumas com remédio e começou a limpar os machucados do rosto do maior devagar.
— Por que ainda insiste em cuidar dos meus machucados se eles vão me bater de novo?
— Eles não precisam te bater, é só você dar o que querem.
— Entregar meu grupo?
— Por que eles te mandaram aqui? O que você está procurando de fato? Qual é o plano de vocês? Eles não querem que você entregue seu grupo, só querem se proteger.
— Pra um bandido, você é ingênuo demais.
— Eu não sou ingênuo, eu só... — suspirou — Eu só não queria que as coisas fossem assim. — respondeu e desviou o olhar, molhou outra gase e continuou limpando o sangue seco do rosto do maior.
— Eu gosto disso. — Hoseok o olhou e arqueou uma sobrancelha.
— Do que?
— Do seu jeito. — o mais forte arregalou os olhos e Hyungwon riu — Você é bom, mesmo fazendo parte disso aqui. Eu estou aqui a duas semanas e todos os dias você me traz comida e cuida dos meus machucados.
— É a minha função. Entrei recentemente aqui, ainda me mandam fazer coisas pequenas.
— Eu tenho certeza de que trazer um lanche caprichado todos os dias e cuidar de mim não é exatamente a sua função. — Hoseok não respondeu, apenas continuou limpando os machucados do mais alto, que o encarava.
Assim que o olhar do mais forte se direcionou ao olhar do outro, não conseguiu desviar. Seu rosto se aproximava quase que involuntariamente, juntando seus lábios em um beijo lento. Quando Hyungwon pediu passagem com a língua, o mais velho se afastou.
— Eu preciso ir, vão dar falta de mim. Ninguém deve voltar aqui hoje, então depois volto pra te ajudar a comer, já que está amarrado. — disse enquanto se levantava.
— Eles vão me matar, não vão? — Hoseok não respondeu a pergunta, apenas suspirou, ambos sabiam a resposta.
— Fale pra eles o que querem saber.
— Eles vão me matar de qualquer forma.
— Mas talvez seja menos doloroso.
— Eu jurei que daria minha vida pela minha gangue e farei isso. — Wonho não respondeu mais nada, apenas se retirou do local e trancou a porta.
.
(...)
》Agora《
— Vai se foder. — Hoseok disse, nervoso.
— Por que está agindo assim? Foi você que me beijou.
— Eu te beijei porque caí no seu teatrinho. Você fingiu ser bom, fingiu me entender, se forçava a conversar comigo e dizia o que eu queria escutar porque sabia que conseguiria arrancar algo de mim, sabia que eu te ajudaria.
— Não foi fingimento.
— Ah, não? Então o que explica você ter voltado lá e acabado com a minha vida? O que explica você ter tentado matar o meu melhor amigo?
— Eu precisava me vingar do que fizeram com o meu irmão e o seu amigo tem gana em me matar desde quando você me ajudou a fugir.
— Eu deveria ter matado você quando me deram a ordem.
— Eu fiquei surpreso quando você quase me matou no posto de gasolina.
— Se eu não te matasse, você me mataria.
— É, eu mataria.
— Eu nunca mais vou deixar você escapar. Da próxima vez que eu tiver que te matar, eu farei, e dessa vez, vou até o fim.
— Não vai não. — o mais forte arqueou uma sobrancelha e se assustou quando o mais alto o puxou pela cintura, colando seus corpos em um movimento rápido — Você quase me matou porque estava com medo do que eu faria se você me soltasse, porque você não confia mais em mim.
— Eu não confio mesmo.
— Mas você não estaria aqui agora se realmente sentisse todo esse ódio de mim, estaria?
— Talvez eu sinta.
— Então prova.
— Como?
— Continua me odiando assim depois de me beijar. — Hyungwon disse e deu um sorriso antes de beijar o mais forte, que dessa vez, não se afastou em momento algum.
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Side Effect
ActionUma endemia de surtos causados por uma vacina liberada pelo governo se inicia em Gowju. Agora, os sobreviventes precisam sobreviver em meio ao caos causado pelos surtos e pela tentativa do governo em destruir a cidade para abafar seu erro.