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— É, eu continuo te odiando. — Hoseok sussurrou após afastarem seus lábios minimamente e o mais alto riu.

— Você beija as pessoas que odeia com bastante vontade. — o mais forte não respondeu, apenas revirou os olhos e se afastou, entrou na casa e caminhou até o quarto em que Changkyun dormia.

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[...]

— Que merda, toma cuidado. — Changkyun reclamou com Kihyun, que limpava o machucado de sua testa.

— Me desculpe, eu precisava pressionar um pouco.

— Tudo bem. — respondeu e desviou o olhar, observou o menor preparar o curativo e suspirou — Você é amigo do cara que ta preso? — Kihyun negou com a cabeça.

— Eu nem o conhecia...

— Então por que está com eles?

— Um deles era... próximo de mim no passado, mas na verdade eu estou com eles mais por causa do Hyungwon.

— Você não era da gangue dele, né? — o menor negou com a cabeça — É, você não parece mesmo ser, são amigos?

— Por que está me questionando assim? — o mais novo deu de ombros.

— Você me desacordou e abriu minha testa, o mínimo que pode fazer é me dar algumas informações.

— Na verdade, o mínimo que eu posso fazer é cuidar do machucado que fiz em você, e isso eu já estou fazendo.

— Ta, mas qual é a sua relação com aquele cara? — Kihyun revirou os olhos e colou um curativo adesivo na testa alheia.

— Eu encontrei Hyungwon machucado e estou o ajudando com as feridas, ele precisa de mim, então estou com ele.

— Espera aí, deixa eu ver se eu entendi, você ta andando com aquele maluco pra cuidar dos machucados dele? — Changkyun perguntou e riu quando o outro assentiu.

— É mais ou menos isso, mas qual é o problema?

— Qual é o seu nome mesmo?

— Kihyun.

— Então Kihyun, você não faz a mínima ideia de com quem está lidando.

— Hyungwon sabe se proteger, é esperto, ele é uma boa companhia nesse situação.

— Ele só pensa nele.

— Você e seu amigo matam pessoas pra roubar o que é delas, não acha que isso também é um bom sinal de egoísmo?

— Acha que o que ele fazia antes dessa confusão toda era diferente disso? — Kihyun não respondeu, apenas desviou o olhar — Quando você menos perceber, ele vai se virar contra você. Você o ajuda e ele te derruba na primeira oportunidade, assim como fez comigo e com o Hoseok.

— O que aconteceu entre vocês?

— O Hyungwon se infiltrou na minha gangue, passou um tempo lá até que foi descoberto, claro que o meu grupo o prendeu e o torturou pra arrancar alguma coisa dele, o motivo pelo qual estava lá, o que queria descobrir, a comando de quem. Hoseok sempre cuidou dele, foi a primeira pessoa que ele viu nosso grupo torturar, ele sempre foi meio mole, ficou bem mal e teve muita pena dele, então se arriscava pra cuidar dele escondido. Depois de um tempo, desistiram de tentar arrancar algo dele, tentaram um acordo com o outro grupo, mas ninguém aceitou trocar algo por ele, então Hyungwon se tornou inútil. Eu e Hoseok estavamos lá a pouco tempo e nossa primeira função importante era mata-lo e mandar seu corpo à gangue inimiga como ameaça a todos que ousassem nos espionar.

— Por que não o mataram?

— Hoseok não deixou, ele não teve coragem e me implorou pra que não o matassemos. Por sorte ou azar, um homem do nosso grupo morreu, ele também era alto e magro, enterra-lo também foi função nossa, mas nós o queimamos apenas o suficiente para ficar irreconhecível, o mandamos para a gangue do Hyungwon com um aviso e o soltamos, nós os deixamos viver,  arriscamos nossas vidas pela dele.

— E o que ele fez?

— Ele voltou. Ele poderia te fugido, nunca mais aparecer, ele estava vivo, nós o deixamos vivo, ele deveria sumir, mas não fez isso, ele voltou na nossa gangue, conhecia o local, então conseguiu entrar escondido e quase matou o nosso líder. Claro que ele foi pego de novo, então quando o pegaram, prenderam a mim e Hoseok também, nós traímos nosso grupo e deveríamos pagar por isso, por causa dele. Juntaram toda a gangue ao nosso redor como se fosse um espetáculo, serviríamos como lição a quem ousasse trair o grupo. Nos torturariam e depois matariam na frente de todos, inclusive Hyungwon, depois o mataria alí mesmo, como encerramento do show.

— Que horror...

— Não é nada perto do que eles são capazes de fazer.

— Por que não mataram vocês? — o menor perguntou e Changkyun mostrou seu braço, sua tatuagem cortada no meio por uma queimadura.

— Eles começaram por mim, queimaram minha pele, bem no meio da tatuagem da gangue, encerrando minha aliança com eles a sangue frio, mas essa confusão toda começou, algumas das bombas foram jogadas na nossa sede, onde estava acontecendo. Todos correram, por pouco conseguimos nos soltar a tempo e fugir também. Foi tudo culpa dele.

— É, é compreensível o seu ódio por ele.

— Não confie no Hyungwon, ele não é uma boa pessoa.

— Changkyun, eu vim... — Hoseok disse ao abrir a porta, chamando a atenção dos dois.

— Eu vou deitar, amanhã eu cuido dessa queimadura, acho que ela aguenta mais uma noite. — Kihyun disse enquanto arrumava suas coisas e então se retirou do quarto.

— O que estava acontecendo aqui?

— Eu estava desmascarando Hyungwon pro novo amiguinho dele.

— Ele não sabia do que havia acontecido?

— Não... O que está fazendo aqui? Já é minha hora de vigiar?

— Não, eu só vim ver se você estava bem.

— Eu sei me cuidar melhor do que você, Hoseok.

— Eu sei, sou eu quem sempre ferro as coisas, não é?

— Não diga isso, mas fique tranquilo, sua maior merda está prestes a ser resolvida. — disse sorrindo e Hoseok arqueou um sobrancelha.

— Do que está falando?

— Nós vamos conseguir voltar pra nossa gangue.

— Eu já disse que existe uma boa chance deles não nos aceitarem.

— Não se entregarmos a cabeça daquele desgraçado como pedido de perdão.

— O que? Como assim?

— É claro que eles não vão não aceitar de graça, da última vez que os vimos, estavam prestes a nos matar. Mas se matarmos o Hyungwon e o entregarmos a eles, eles vão nos aceitar de volta. Nós só precisamos armar o plano certo.

Side EffectOnde histórias criam vida. Descubra agora