Uma Garota (nada comum)

Eighteen

Nova rainha do Colégio

A semana foi se embora em um piscar de olhos, já era sexta feira, como a semana foi corrida nem tive tempo de gravar um vídeo no canal ou responder meus seguidores no blog.

Estava novamente tentando decorar minhas falas na sala do teatro, pelo visto fui a primeira a chegar não que eu seja pontual ou esteja empolgada para esta peça que será assistida só por meia dúzia de pessoas.

De repente vejo meu primo se aproximando todo isolado com uma toca cobrindo o rosto. Corri em sua direção pulando de escada em escada feito uma garota largada e perguntei o que havia acontecido.

- Só acordei atrasado prima e cai do skate só isso.  - ele tenta se esquivar indo para o camarote.

- Eu te conheço Tommy, não foi isso que aconteceu! - lhe presiono contra parede autoritária.

- Você não é minha mãe tá legal?! vou ficar bem, não se preocupe. - vejo seu olho esquerdo que estava roxo coloco minhas mãos acariciando levemente.

- Desculpa Tommy, é que eu me importo muito com você cara, eu sei que foi um daqueles covardes valentões, isto não pode ficar assim.

Tommy se esquiva incomodado com a dor, porém vejo Dominic entrando com uma sacola de gelo e oferece para gente.

- Obrigada. - agradeci a princesinha séria, espero que não esteja envolvida com isto.

- Sinto muito Tommy, prometo que irei pedir para a professora tomar atitude correta.

- Então você viu tudo? - questiono intrigada.

- Sim, Patrick lhe obrigou a se entregar falando que o vídeo foi um plano para me enfraquecer.

- E você se entregou Tommy?

- Sim, todos pensam que fui eu, mas eu juro que não fiz. - ele confessa assustado e abatido.

- Droga!! acho bom você desmentir Dominic, ou está usando isto como vantagem só para eu não me candidatar?

- Escuta Chelsea, eu vou desmentir, mas não quero que ninguém saiba que eu fiz isto, também não tolero violência, sei que nos não se damos bem mas falarei com a diretora.

A garota se retira enquanto tento cuidar do rosto machucado de Tommy. O brutamonte pelo jeito não teve piedade do meu primo, agora estou cada vez mais virada no giraia, espero não ver aquele babaca na minha frente tão cedo.

- Chelsea, por favor não precisa entrar numa briga por minha causa, está tudo bem, eu nunca teria chances com ele mesmo.

- Sabe de uma coisa Tommy. - fiz uma expressão pensativa. - Que se dane o colégio, o Grêmio e está porcaria de teatro!!

Tommy se levanta assustado, pois o guri me conhecia melhor que todo mundo menos que minha mãe é claro, estava decidida a fazer algo.

- Seja o que você esteja pensando, espere nossos superiores tomarem atitude, a Dominic está resolvendo está parada.

- Acha mesmo que aquela fresca irá entregar o primo dela? - encaro Tommy bem séria.

- Acho. - ele fala um pouco desconfiado.

- Garotos...

15h00 PM

Andei vagando pelos corredores do colégio em direção ao meu armário quando havistei alguns valentões colando um cartaz atrás de uma garota indefesa por usar óculos de um grau bem elevado. Ela possuía uma deficiência visual e por conta disto sempre andava beirando os corredores, seus óculos não estavam mais lhe ajudando. Um dos rapazes retiram seu óculos jogando no meio da galera e uma garota punk agarra o óculos, então fui em sua direção.

- Me dê esta coisa agora senão quiser ficar com este moicano pendurado no seu armário.

- Você é encrenqueira garota, sabe com quem tá se metendo?

- Não estou preocupada. - falei estendendo as mãos. - Me de isto, agora.

Todos ficaram em nossa volta em silêncio até que uma das coleguinhas desta punk lhe entrega um pedaço de madeira. A garotinha indefesa fica no canto encolhida assustada, olho para as câmeras e me pergunto: Cadê os inspetores que não vê isto?

- Te dou três minutos para correr loirinha, se não quiser ficar com este rostinho estragado. - ela me encara e dois daqueles valentões me cercam, realmente fiquei encrencada.

- Só três? Não recebo ordens de ninguém!! Ou é só este pedaço de madeira que você se garante? Covardes!! - falei provocando com uma cara bem marrenta.

De repente, o professor de matemática e Yuki juntamente com meu primo e o Arthur se aproximam interrompendo a treta.

- Parem com isto! porque não se resolvem na conversa? - escuto os mesmos discursinhos de professores tentando amenizar a situação.

- E porque alguém não fica de olho na merda daquela câmera?! - gritei bem alto apontando para o visor. - Ou ela não funciona?!

- Pare de ser malcriada garota, é lógico que estamos observando tudo isto, deixa nos resolver. - ele retruca bem irritado, pois ele também deveria me achar irritante.

- Qual solução?! dar advertência para todos sem se importar com quem foi prejudicado? conta outra, estamos cansado deste pouco caso que fazem com os mais inseguros, deveriam olhar, tentar entender eles.

Me calei por alguns instantes olhando para toda aquela galera em minha volta que estava em silêncio após ouvir meus desabafos, por um momento fiquei constrangida até que os alunos começaram a bater nas carteiras todos juntos fazendo um barulho ensurdecedor como forma de apoio ao que acabei de dizer.

Enquanto mais o professor pedia para sessarem os barulhos, mais os alunos faziam. Naquele momento percebi que era este o caminho a se trilhar, mudar as regras do colégio, ser uma nova espécie de evolução onde os fracos se redime e os covardes não tem vez.

Donner! Donner!

Sim, eram esses gritos que eu escutava enquanto passava pelos corredores encarando meus adversários, Júlia, Patrick, Punk entre outros covardes que estavam mordidos de raiva, pois estavam cientes que havia uma nova dona do pedaço.

A nova rainha do colégio...

Ding dong..

sua vez irá chegar valentão, prontos para minhas regras?