Bônus - Aaron

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Se passou dois séculos desde o meu nascimento. Eu parei de envelhecer aos vinte e cinco, e desde então eu só venho ganhando idade, experiência e broncas da minha mãe.

Ela era muito protetora, ela e minha irmã, não era de sangue, mas era minha irmã. Depois do meu nascimento, minha mão não pode ter mais filhos, porém ela queria tanto ter uma menina que adotou, e transformou ela em vampiro, e meu pai também.

Uma vez ele voltou de uma batalha com algumas alcateias com duas crianças, elas estavam presas na alcateia e mamãe quis adotá-los também. Eu amava minha família e protegia eles com unhas e dentes, depois de ganhar o cargo de Supremo do meu pai, eu protegia eles mais ainda.

Durante décadas eu e meu pai ganhamos uma péssima fama, tinham muitos clãs e alcateias que não gostavam da minha existência, meu pai e minha mãe haviam deixado claro, quando nasci, que não iriam aguentar desrespeito. No começo mamãe ia conosco, e ela era mais descontrolada que nós dois juntos, mas depois com meus irmãos ela passou a ficar mais em casa cuidando deles.

Minha fama já estava na boca de todos as alcateias e clãs pelo mundo, e eu não ligava, eu gostava. Eu queria ser respeitado, não amado, durante as décadas eu perdi a esperança de achar a minha companheira.

Eu odiava as bruxas e humanos, seres que não me desciam. Ainda mais as bruxas, mamãe sofreu nas mãos de uma e quando eu soube eu quase dizimei o clã dela inteiro. Mamãe falava para eu não guardar rancor, que não era bom mas eu não conseguia.

Várias bruxas já haviam me visitado, e elas me avisavam que eu iria morder minha língua algum dia. Elas me desejavam sorte e eu não podia fazer nada além de agradecer.

Depois de meus irmãos completatem um século, meus pais não paravam em casa, viviam viajando mas eu não reclamava, eu sabia que eles precisavam aproveitar a vida, que eles mereciam um descanso de tudo aquilo. Já eu, ficava infurnado no escritório respondendo vários e-mails, eu cuidava das empresas de mamãe e papai, meus irmãos me ajudavam sempre para eu poder ficar só com a parte do nosso clã.

Eu estava em uma viagem também, com meus irmãos para uma das alcateias mais antigas. Em Whistler. Eles eram um dos únicos que "apoiavam a minha existência" eu era um pouco menos rígido com eles por causa disso, mas nunca fui de visitá-los. Porém era aniversário do filho do alfa e ele iria ser o novo alfa da matilha.

Eu estava correndo pelas floresta nesse exato momento, eu precisava me aliviar já que fazia algum tempo que eu não corria livre desse jeito. Eu parei ao ver uma garota e senti meu lobo ficar atiçado, como ele já estava no controle eu não consegui fazê-lo ficar quieto.

Corremos até ela e ela se assustou com aquilo, damos a volta por ela cheirando a mesma e eu senti, senti aquele cheiro doce porém não enjoativo, voltei ao normal e ela se assustou corando e tampando o rosto com as duas mãos.

─── Minha. ─── eu rosnei e ela de assustou mais uma vez antes de abaixar as mãos e me olhar nos olhos.

Aquele olhar me derrubou de um jeito que eu não conseguia explicar, ela me parecia tão delicada e ela não tinha cheiro de loba, não parecia ser uma loba. Ela continuou a me encarar e sorriu, um sorriso sincero, mas ela logo parou de sorrir e olhou para algo atrás de mim assustada.

A Companheira do SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora