A Lua É A Culpada

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Entrei em meu carro pensativa, não estava muito confiante com a festa de hoje a noite. Os caçadores vem nos seguindo a muitos milênios, desde nossa vinda ao mundo. Eles nunca estão satisfeitos com nada, já tentamos fazer um contrato mas nunca conseguimos.

Coloquei o presente em meu colo enquanto ligava o carro e colocava o cinto. Enquanto dirigia por um caminho entre as montanhas que fizemos para conseguirmos chegar até a estrada que levava a cidade. Arrumei o retrovisor enquanto retoca a meu batom e começava a abrir o presente de Mel.

Assim que a luz adentrou o carro clareando tudo eu pude ver uma pulseira com delicadas flores pequenas de ouro, sorri jogando a caixa para trás e colocando a pulseira em meu pulso com cuidado antes de acelerar o carro e observar a estrada.

Parei o carro em frente a um prédio médio, eu não precisava de algo muito chamativo, até porquê aquele ramo se entrava os meus vampiros, e não era muitos que queria trabalhar. Eu entrei observando Key conversando com Lili na recepção, sorri para elas enquanto acenava e elas retribuiram.

Entrei na minha sala e coloquei minha bolsa no sofá, peguei alguns papéis que estavam em minha mesa e caminhei pela sala abrindo as cortinas enquanto lia os documentos. Vários pedidos de hospitais, pedidos de alguns hospitais voluntários, quais não poderiam pagar. Respirei fundo assinando todos e coloquei os papéis em cima da mesa, todos precisavam do sangue, além de nós, e eu sabia muito bem que os meus conseguiam sangue pelas cidades vizinhas também, não os culpava. Sangue direto da veia é maravilhoso, é um prazer que não dá para explicar.

Mas existem muitos que vem para a nossa cidade se alimentar e isso eu não iria aceitar, poderia ser injustiça minha, mas eu não podia deixar eles fazerem isso. A cidade pertencia ao meu clã, então cada gota de sangue ali pertencia a ele também, não pegávamos a força pois não valia a pena. Mas não deixaria que nós tirassem isso.

A primeira coisa que eu ia fazer quando assumisse a responsabilidade era dar um fim nesses vampiros. Meu pai já tentou fazê-los parar mas eles o ignoravam. E eu não iria ter tolerância contra esses tipos. Me sentei na minha cadeira respirando fundo e carimbei todas as folhas antes de pedir para Lili vir pegar e enviar as minhas decisões.

Peguei meu celular e observei as mensagens de feliz aniversário de alguns amigos de faculdade que eu já não via faz anos, mas que ainda mantinhamos contato. Agradeci a todos antes de desligar o celular e levantar da cadeira pegando minha bolsa e saindo da sala.

─── Key, me mende todos os outros documentos por e-mail. ─── comentei enquanto arrumava a minha bolsa e saia do prédio.

Entrei no carro e fui para a outra empresa enquanto pensava no que usaria na festa. Mesmo estando com um pressentimento ruim, Mel iria me fazer ir a força, então eu não iria reclamar.

Olhei as horas e revirei os olhos. Ainda não passava das duas da tarde. Eu pensei que tinha demorado um pouco mais na primeira empresa, mas não. Estacionei o carro na garagem e entrei na empresa observando algumas pessoas caminhando para lá e para ca.

Subi para a minha sala enquanto passava nos andares para olhar os meus empregados. Entrei na minha sala e me joguei na cadeira enquanto gemia cansada e fechava os olhos. Eu não tinha dormido direito naquela noite por causa da lua.

Era sempre assim, eu passava as noites de lua cheia em claro me sentindo sozinha, já tentei passar a noite acompanhada mas algo em mim me pedia outra coisa. Eu passava a noite toda em claro com dor e desejo.

Acordei com alguém batendo na porta da sala e olhei para a janela da sala observando a lua. Bocejei abrindo os olhos e me estiquei toda enquanto me levantava e arrumava a minha roupa observando Helen entrar na sala e me abrir um sorriso.

─── Desculpa te atrapalhar. ─── ela comentou calma com alguns papéis na mão.

─── Não me atrapalha nunca Helen. Mas o que está fazendo aqui, deveria estar em casa se arrumando! A festa vai começar daqui a pouco. ─── comentei pegando os papéis da mão dela e dando uma rápida olhada.

A Companheira do SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora