Everyone Needs A Friend

19 2 6
                                    

Algures no meio de Paris
[Visão Sonroc]

Sonroc, meu acorda por favor, não vais acreditar no que eu descobri
Sonroc!?
Por favor
Somos só nós os dois aqui

Não podes me deixar só

Sonroc!

Dores e mais dores,eu só sentia dores no corpo, e foi devido a essas dores que eu acordei. Por vezes preferia estar morto e não sentir o corpo todo a quebrar-se. Mas depois de ter ouvido o que parecia ser a voz do Arian, eu prefiro sofrer um pouco e tentar levantar.
Não sei onde estou nem como vim aqui parar, mas de uma coisa tenho a certeza, da próxima vez que lutar contra alguém vou levar um fato com um escudo.

Ainda não consigo abrir os olhos mas consigo sentir alguém deitado em cima da minha barriga.

- Quem quer que esteja aí por favor que saia ou eu vou morrer esmagado! - disse ainda com os olhos fechados não ouvindo nada em resposta.

O silêncio continuou por mais dois minutos até que eu decido tentar abrir os olhos e me levantar.
Mas mal a luz invade os olhos eu reparo que o peso a mais em cima de mim é nada menos nada mais que o Arian.

Não posso acreditar que ele está deitado a dormir em cima de mim, e ainda por cima está coberto de ligaduras na cabeça e nas mãos.

- EI ARIAN? - falo um pouco mais alto enquanto o abano para o acordar de vez, o que obviamente resulta porque ele acordou sonolento a olhar para os lados meio perdido, até ter olhado para a minha cara e ter literalmente saltado para cima de mim.

- SONROC! Estás bem?! Meu eu te adoro.

Não sei se foi por efeitos secundários de ter acordado agora ou se foi por impulso meu mas eu abracei o Arian bem forte, afinal nós os dois sobrevivemos a um vorgen e isso já é um alívio, eu não saberia o que fazer se acordasse nesta cama completamente sozinho e a seguir soubesse que o Arian não tinha sobrevivido.

- Sonroc? Estás bem? - Pergunta-me o Arian desfazendo-se do abraço e olhando para mim.

- Eu estou, mas e tu? O Vorgen acertou-te na perna!

- Sim eu sei mas a minha esmeralda tem poder de cura, ou seja em duas horas a minha perna ficou como nova, e também usei um pouco desse poder em ti, tu instalaste os gases para conseguires partir a esmeralda.

- Tu és doido! Já agora, onde estamos mesmo? Antes de apagar completamente ouvi alguém a falar em Willa e acho que te ouvi também?

- Pois ouviste, eu tentei acordar te depois de ter te curado mas tu apagaste outra vez, já se passaram três horas desde que derrotamos o Vorgen e sim a Willa existe, a Quimera estava certa , a Willa está aqui em paris e neste exato momentos estamos numa casa um pouco mais longe do centro.

Afinal viemos parar ao sítio certo, quem diria que a quimera teria razão. Decido me levantar da cama com algum custo e alguma ajuda dele, mas mal ponho os pés no chão e dou um passo desabo em cima do Arian sem sentir nada e a minha visão volta a ficar turva.

- SOMROC? SONROC? Ei fica comigo! WILLA!!??

Mal o Arian grita ouço passos a vir na direção do quarto onde estamos e passados alguns segundos uma mulher na casa dos 40/50 aparece junto com outra mulher mais nova. Ambas chegam ao pé de mim e levantam-me do chão e obrigam-me a sentar na cama para logo de seguida me injetarem alguma coisa no meu braço.

- Injetei-te um soro que vai anular o veneno no teu corpo, mas não podes fazer muitos esforços, aviso já que podes sentir enjoos e tonturas durante as próximas 4 horas até o veneno desaparecer todo. - Fala a mulher mais velha.

- É melhor voltares a deitar-te e dormires mais um pouco, precisas de descansar direito para depois teres forças! - Completou a mulher mais nova.

- Quem são vocês? - pergunto sem muitos rodeios já sentindo novamente os olhos a ficar pesados.
Bem eu sou a Willa, aqui o teu amigo já me explicou o que aconteceu e como chegaram aqui, por isso não te preocupes estás em boas mãos.

Olho para o Arian e ele sorri para mim com um ar totalmente estúpido, se ele não tivesse em perigo de morte há horas atrás eu juro que o tinha matado neste momento.

- A Willa nos deu algumas informações bem peculiares! Foi a minha mãe que a ajudou a fugir da base. O meu pai pôs a cabeça dela a prémio.

Posso só ter conhecido o Arian há semanas atrás mas vê-lo com lágrimas nos olhos sempre que ele fala da mãe, só me faz sentir raiva pelo Drater e pelos Vorgen.
A irmã gêmea dele está em algum lugar deste planeta a desenterrar a verdade deste genocídio, a mãe desapareceu fazem 14 anos e o pai fez deles peças de xadrez que são sacrificadas a cada jogada que é feita.

- Desculpa! - digo simplesmente enquanto observo o perfil dele.

- Eu acho que estás enganado Sonroc.
- Como assim Arian?
- Devias era de me agradecer por eu ter salvo a tua vida idiota!
- Quem está enganado és tu! Eu salvei a tua vida primeiro caso não te lembres.

- CRIANÇAS! Então! - Sem razão alguma aparente a Willa começa a rir - Se não fossem tão jovens eu diria que parecem um casal a discutir. Mas adiante, Arian deixa o Sonroc a descansar e anda comigo, depois terás muito tempo para discutir com ele.


(Visão Arian)

Após deixar o Sonroc a descansar a Willa me convidou a entrar numa pequena sala onde fui servido com alguma comida e água.

- Meu caro anjo, tu és exatamente igual à tua mãe, desculpa não conseguir falar mais dela mas depois de eu sair daquele sítio horrendo eu perdi o contacto.
- Não tem mal Willa.

- Mas existe uma coisa que eu acho que precisas saber. E eu não posso enrolar mais para te contar.

- Willa?!

- Eu admito que trabalhei para o teu pai sobre o nome de Galye, mas na altura eu não sabia que estava a cometer um erro enorme. Eu criei as pulseiras a partir das esmeraldas que ele me deu mas nunca questionei onde ele arranjou aquilo nem como as arranjou. Eu não devia de as ter usado mas quando eu descobri que ele ia buscar crianças órfãs para fazer experimentos eu recorri à tua mãe e à Quimera. ELE ESTAVA A MATÁ-LAS! Uma a uma elas iam morrendo sem conseguir aguentar a pressão da jóia. Foi nessa altura que eu lhe fiz frente a dizer que aquilo estava errado e o que ele fez a seguir foi o derradeiro ato de desumanidade, ele fez o experimento na tua irmã. A tua mãe e a Quimera ficaram com raiva e decidiram que não iam ficar ali paradas sem fazer nada. Foi um milagre a tua irmã ter sobrevivido ela foi a primeira que aguentou a pressão, mas antes dela já muitos tinham falhado.

- Quantos?
- Num mês conseguiu mais que os primeiros Vorgen em meio ano. Órfãos, sem teto enganados por promessas de uma vida melhor e proteção contra os parasitas dos Vorgen. Mas eu agora preciso te dizer algo muito importante que vai fazer a lista negra crescer por isso ouve com atenção .........

O que eu ouvi a seguir destruiu tudo aquilo que eu sempre acreditei. Só me lembro de me levantar e correr em direção ao Sonroc e abraça-lo, pois aquilo não me saia da cabeça e por mais que chorasse ou ficasse com raiva nada iria mudar, as palavras da Willa foram muito claras.




A partir do momento que o Sonroc entrou em contacto com os gases envolventes da esmeralda do Vorgen, ele iniciou a sua própria contagem decrescente. Os gases não vão sair do corpo dele e a esmeralda vai rejeitar isso, o seu próprio corpo vai matá-lo como um parasita mata um hospedeiro quando este para já de nada lhe serve.

White EmeraldOnde histórias criam vida. Descubra agora