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   — Aí meu Deus, Christopher! — Woojin falou, animado, assim que abriu a porta da frente. — É o namorado do Seungmin, Christopher! Eu sempre soube que esse dia ia chegar!

   O irmão mais velho estava com as mãos na frente da boca, escondendo o sorriso enorme e quase que segurando sua lágrimas. Seu namorado estava ao seu lado, o abraçando pelos ombros e rindo do que ele falava.

   — Calma amor, se o Minnie descobre que você pirou na frente do namorado dele, ele vai ter um treco.

   Jeongin estava inteiro vermelho, abraçava o livro em frente à si, o coração batia tão forte que parecia estar subindo pela sua garganta.

   O que era aquela sensação angustiante? Se perguntava se era a timidez ou a vergonha que suas mães sempre falavam que não tinha.

  De toda forma, nem teve tempo pra raciocinar, vendo que Woojin o puxava para dentro pelo pulso e o sentava no sofá da sala, ainda falando e falando e falando, mas Jeongin mal conseguia escutar.

Era como se estivesse submerso no mundo de Seungmin: a casa era cheia de plantas e algumas pinturas estranhas mas ao mesmo tempo muito legais. As cores eram majoritariamente neutras, mas com algumas decorações coloridas em tons pastéis que deixavam o Yang encantado. Era tudo muito organizado, nem parecia a casa de dois – talvez três, se Christopher também morasse lá – homens.

Haviam prateleiras com discos e livros, um par de mapas emoldurados, fotos dos dois irmãos juntos pela casa. Era tudo muito fofo pra ser real.

Jeongin pareceu voltar de seu transe quando percebeu que Seungmin ainda não tinha aparecido, e percebeu também que Woojin falava alguma coisa sobre brownie vegano.

— O Seungmin até fez brownie vegano com marshmallows, você está entendendo a situação, Christopher??

— Calma amor — Chris dizia, ainda rindo do namorado. — Desculpa, Jeongin, é a primeira vez que alguém que não seja a Nancy vem aqui por tipo — o australiano olhou para o namorado, como se o perguntasse quanto tempo fazia. — Sei lá, uns 3 anos?

— Por aí mesmo — o irmão falou, suspirando com a mão no peito. — Aí meu, eles crescem tão rápido...

— Desculpe perguntar, mas — Jeongin interrompeu, coçando a própria nuca — onde Seungmin está?

— Ele não te falou?

— Pelo visto não né, Woonie-

— Não falei com você Christopher — respondeu, de braços cruzados se arrependendo de ter feito a pergunta idiota. O namorado apenas riu, porque sabia que Woojin nunca ficava bravo de verdade. — Ele tem aula de Kick Boxing sábado de manhã, mas acho que logo logo ele chega.

   — Pior, eu esqueci que ele fazia aula — Jeongin murmurou, se lembrando que Seungmin tinha sim avisado para que não chegasse antes das onze. E bem, eram torno de dez e quinze.

— Ficou um pouquinho ansioso? — Chan perguntou, pegando bem na mosca e fazendo com que as bochechas de Jeongin se avermelhassem ainda mais. — Que fofinho, socorro.

— É meu, da até vontade de chorar! — Woojin respondeu, com a mão no peito. — Lembra de quando éramos assim?

— Levando em conta que começamos a namorar quando eu vida estava um completo caos, não.

— Aff Christopher, como se a gente não fosse super meloso naqueles tempos.

— É, você tem um ponto.

A porta da entrada da casa se abriu e fechou, e Jeongin sentiu o nervosismo corroer-lhe os ossos. Estava com muita vergonha, e só conseguiu ficar com o coração ainda mais acelerado quando viu o – quase – namorado passando pela porta da frente com uma toalha preta na cabeça.

Ele estava de regata, o que era bem raro, e bermuda também. Estava meio suado, com fones de ouvido e tirando os sapatos ao lado da porta, e carregava uma mochila esportiva nos ombros. E era definitivo, quanto mais Jeongin o conhecia, mais apaixonado se sentia ficar.

— Cheguei — constatou o óbvio.

— Seu namoradinho já está aqui também! — Woojin gritou, fazendo com que o recém chegado finalmente olhasse na direção dos que conversavam. Jeongin pensou, por um instante, que Seungmin talvez ficaria bravo ou fosse fazer algum comentário grosso mas, ao invés disso, se aproximou do trio e deixou um beijinho casto sobre os cabelos do In.

— Vou tomar banho e já volto aqui, okay? — perguntou, vendo que o Yang concordava com a cabeça. — E você, hyung — chamou pelo irmão mais velho, que o olhou com um sorriso malicioso. — Não diga nada estranho.

Então, Seungmin foi para o banho, e Jeongin ficou fantasiando por um universo no qual o Kim fosse sempre tratá-lo assim.

não era para ter sido assim;; textingOnde histórias criam vida. Descubra agora