22 - Não é paixão, é amor

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Chego no hospital já quase meio dia. Não como nada desde ontem e me sinto fraca por causa disso. Então resolvo ir para o refeitório, tentar engolir qualquer coisa para que isso passe.

Quando me sento em uma mesa para olhar o cardápio, vejo a sombra de alguém se aproximar por trás de mim devagar. Suspiro e levanto de uma vez, vendo que é uma mulher, e a mesma cai de cara na mesa.

-Amber? -me assustei ao ver seu rosto- O que faz aqui?

-Sei que está escondendo o Jimin aqui. Onde ele está?

Ela tenta passar, mas eu a puxo pelo braço e a sento na cadeira com força, sentando ao seu lado.

-Primeiramente, você vai me dizer por onde andou. Aí... Eu posso pensar em te deixar ver ele, mesmo depois daquela cena patética na frente da minha empresa.

-Hum. -suspirou- Depois daquele dia, percebi que precisava de ajuda. Então fiquei num sanatório, durante longos oito meses.

-Só isso?

Ela me encarou tediosa.

-Sim. Consegui melhorar nesse tempo.

-E por que eu tive a impressão de que você ia me atacar por trás?

-Eu só ia tocar no seu ombro, mas você levantou e eu perdi o equilíbrio.

-...Você ainda me parece desequilibrada.

-Olha aqui, -ela apontou o dedo para mim, eu apenas a sorri e ela se recompôs, coçando a garganta- Eu ainda estou tomando remédios, eles me deixam um pouco alterada, mas, vai passar. -suspirou- E então? Posso vê-lo?

Eu dou um longo e triste suspiro.

[...]

-Oh, meu Chimzinho... -ela continuou apertando as bochechas dele- Eu soube que estava aqui porque trouxe uma amiga minha e vi seu nome na lista de pacientes. O que aconteceu, hein? Ah, eu trouxe um pedaço de bolo de brigadeiro, você gosta né?

Ela fala enquanto faz gestos exagerados com o corpo. Chega até a ser engraçado. Ela cuida de Jimin como eu nunca cuidei, e ele nunca precisou cair de um edifício de trinta andares por tentar salvar a vida dela.

Será que eu estraguei a vida de Jimin?

-Amber, para com isso! -Ele pediu.

-Não, você está tão magrinho, come o pedaço de bolo, come! Vamos!

Decido sair do quarto, tanto pela fome, quanto por achar que estou sobrando aqui.

[...]

Depois de almoçar no refeitório, reflito se é uma boa ideia voltar para o quarto, ou ir embora de uma vez. Eu causei tantos problemas a Jimin nesses últimos meses, o machuquei de tantas formas, e agora que o caso foi encerrado e ele está com quem nunca deveria ter se separado, talvez eu deveria deixá-lo em paz outra vez.

Meu coração seria egoísta se eu voltasse?

Fico parada por alguns segundos no meio do refeitório, pensando no que fazer.

Se vou embora de uma vez, é bom que eu pelo menos me despeça dele. Mesmo que eu ache que seria melhor estarmos longe, não tenho o direito de decidir o que é bom para ele, de qualquer maneira.

Subo para o seu quarto, mesmo sem saber o que dizer ainda. Abro a porta devagar e me assusto ao vê-lo beijando Amber. Acho que estou começando a entender o que Jimin sentiu quando eu disse o que havia feito.

Fecho os olhos e respiro fundo, desistindo de falar com ele. Quando vou fechando a porta, eles se separam e ficam se encarando atentamente.

-E então? -Ela acariciou o braço dele.

Guarda Costas;;PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora