Henry passou a manhã inteira murmurando com dor de cabeça, ele tomou um remédio e disse que iria dormir um pouco mas antes me pediu para que o acordasse às 17h30pm para que ele fosse comigo buscar o Mathew.
Olho no relógio e vejo que já deu o horário de acordá - lo. Subo as escadas e vou para o nosso quarto.
— Henry! — chamo - o, mas ele não responde. — Henry! Já deu o horário de você acordar. — balanço o mesmo, mas ainda assim ele não acorda.
Continuo chamando por ele mas em momento algum ele fala, resmunga ou se mexe e eu já estou começando a ficar preocupada.
Henry está dormindo de lado e quando dou um empurrãozinho nele, o mesmo se vira e fica de barriga para cima, mas continua sem se mexer.
— Henry para de graça! — continuo balançando ele e nada.
Coloco meu dedo indicador e médio em seu pulso e sinto batimentos cardíacos. Coloco meu dedo indicador na frente de seu nariz e sinto o ar quente sair de suas narinas.
— Henry! Vamos, para de graça. — sento o mesmo na cama, mas quando solto ele caí mole no colchão. — Aí meu Deus! — pego meu celular e ligo pro hospital onde ele ficou sendo tratado.
Logo a ambulância chega, os socorristas colocam Henry deitado na maca, entramos na ambulância e fomos para o hospital. No caminho liguei para Mari e pedi pra quê a mesma ficasse com Mathew mais um pouco e liguei para os meus pais e para os pais de Henry que ligou para todos os nossos amigos.
Algumas horas depois o doutor Antônio que foi quem tratou Henry quando ele entrou em coma, e também quem nos socorreu hoje, aparece no quarto com uma cara não muito boa.
— O que foi que aconteceu com o Henry doutor? — pergunta seu James segurando a mão de sua esposa.
— Fizemos alguns exames nele e descobrimos que ele estava com um coágulo na cabeça e isso foi o motivo da dor de cabeça e também por ele dormir e não acordar. O senhor Henry precisou fazer uma cirurgia e graças a Deus correu tudo bem. Por sorte a senhora Sarah nos ligou a tempo, se tivesse sido minutos depois, ele não resistiria. — diz.
O doutor Antônio continuou explicando mais algumas coisas e conforme ele disse, Henry precisou ficar mais uma semana internado sob observação.
Uma semana depois, graças a Deus, Henry recebeu alta e já podemos voltar para casa.
— Pode deixar que eu sei andar sozinho. — diz Henry empurrando a minha mão e se levantando da cadeira de rodas, após eu tentar ajudá-lo a se levantar para que o mesmo entrasse no carro.
— Henry ela só quer ajudar! — diz Nicholas.
— E quem disse que eu preciso de ajuda, principalmente da ajuda dela? — diz me olhando com frieza.
— Henry... — Dave começa a dizer com um olhar de querer matar alguém, e antes que uma confusão se inicie eu me intrometo.
— Vai ficar tudo bem, não precisa se preocuparem! — digo sorrindo para eles que desde o acidente não saíram do meu lado.
Henry não diz nada, ele apenas entra no banco traseiro e eu entro no banco do motorista dando partida no carro em seguida. O trajeto inteiro Henry não direcionou uma palavra sequer para mim, ele apenas ficava me encarando e quando eu encarava de volta pelo retrovisor interno, ele desviava o olhar.
Entramos dentro de casa em total silêncio, Henry sobe as escadas e bate a porta em seguida. Eu subo as escadas também com as nossas malas, pelo menos são só duas e ainda são pequenas, o que facilita com que eu suba as escadas e as leve para o quarto.
Entro no quarto de hóspedes e me deito na cama olhando para o teto, me levanto novamente e vou para o quarto onde eu dormia com Henry e que possivelmente ele não queira mais dormir na mesma cama que eu. Abro a porta do quarto e não encontro Henry, mas logo ouço o chuveiro sendo desligado e minutos depois um grito de Henry.
— AÍ MERDA! — o mesmo grita. Me desespero e entro no banheiro sem pensar duas vezes.
— Henry! — digo assim que entro no banheiro e o encontro caído no chão com uma cara de dor. Ajudo-o a se levantar e o coloco sentado sobre a privada.
— Não precisa me ajudar, eu sei levantar sozinho. — diz empurrando minha mão sem ao menos me olhar.
— Henry, eu só quero te ajudar. Eu estou aqui pra te ajudar, mesmo que você não se lembre de mim, eu não vou sair de perto de você. — digo voltando a toca-lo e só então ele me olha mas não diz nada.
Pelo menos Henry estava com uma bermuda, caso contrário a situação neste momento seria muito constrangedora. Troco o curativo da ferida da perna dele e saio do banheiro deixando o mesmo a ter a sua privacidade novamente.
Depois de uns dez minutos Henry sai do banheiro e sem dizer nada ele se deita ao meu lado, apaga a luz do abajur e se vira para o lado oposto ao meu, fico olhando para o teto e inúmeros pensamentos passam pela minha cabeça, e sem pensar duas vezes acabo dizendo:
— Não precisa se preocupar, a partir de amanhã eu vou dormir no quarto de hóspedes! — digo e ouço o mesmo suspirar.
— Não precisa! Pode continuar dormindo aqui. — diz e se movimenta, aparentemente ele deve estar olhando para o teto também. — Ou quando formos dormir, eu durmo em um colchão no chão e você na cama. — diz.
— Tudo bem então! — digo e o mesmo não diz mais nada. Minutos de silêncio depois eu acabo adormecendo em inúmeros pensamentos que estão sempre rondando a minha cabeça.
Acordo no outro dia com um serzinho sorridente e pulando em cima da cama.
— Acorda mamãe e papai, vamos passear. — diz e continua pulando, Henry o derruba na cama e começa a fazer cócegas no mesmo. A risada de Mathew é a única coisa capaz de me acalmar, depois de Deus, claro.
— Ainda são oito horas da manhã pequeno, não acha que ainda está cedo para sairmos? — pergunta Henry.
— Claro que não papai, a vovó Lia disse que vocês me levariam pra passear porque eu fiquei triste e chorei. Eu estava com saudades de vocês pois vocês viajaram e me deixaram. — diz Mathew com os olhinhos cheios de lágrimas e vê-lo chorar me fez chorar também.
— Escuta meu amor, nós nunca mais vamos deixar você esta bem?! A mamãe e o papai te ama muito. — digo o abraçando bem forte contra o meu peito e beijando o topo de sua cabeça.
Mathew já estava com dois anos e para uma criança de dois anos ele já sabe falar bem e muito por sinal. Ficamos alguns minutos deitados na cama, conversando sobre diversos assuntos com o nosso pequeno, e aquilo de certo modo foi bom, pois pela primeira vez em muito tempo Henry conversou naturalmente comigo e sorriu para mim.
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Planos de Deus (Livro 2)
Romance🔴 HISTÓRIA EM ANDAMENTO Após um acidente, Henry perde sua memória e com ela todo o seu amor por Sarah, porém Sarah não desistirá de seu amor por Henry. Será que o amor será capaz de enfrentar essa barreira? " O Amor, Tudo sofre, tudo crê, tudo e...