Detetive babaca

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Amy

O lugar da tatuagem doía, e vez ou outra ela puxava o braço para analisar o desenho. Era um desenho pequeno de traços finos que formavam uma cruz próximo a sua clavícula.

É claro que Lucifer havia implicado com o desenho, e feito mil e uma caretas para ele, mas Amy estava aprendendo a tomar suas próprias decisões baseadas no que gostava ou não.

— O diabinho não é melhor? — Ele questionou e Amy o olhou.

— Mas eu não gostei.

Então ele se calou, apertou a mão de Amy enquanto a agulha perfurava sua pele, e a acompanhava nas caretas, ela de dor, e ele de desgosto.

— Se eu soubesse que você homenagiaria meu pai, eu não tinha dado a idéia. — Resmungou do lado de fora do estúdio.

Amy soltou uma risadinha baixa, e continuou caminhado ao lado dr Lucifer pelos corredores do shopping.

Vez ou outra Lucifer fazia piadinhas que arrancavam risos de Amy, e vez ou outra ele explicava algumas delas pois ela era inocente demais para entender.

Os olhos dela brilhavam para muitas coisas nas vitrines das lojas. Era um mundo novo aquele que ela estava conhecendo, e ela estava amando o.

Eles estavam andando procurando a saída, quando Amy notou a postura de Lucifer mudar, durou poucos segundos, mas ela notou quando ele retraiu seus músculos e desacelerou seus passos. Ela seguiu o olhar dele e caminhou em direção a um homem que o olhava com ares de poucos amigos.

Mas quando o homem estava a poucos passos deles, Lucifer já havia recuperado seu sorriso cínico e sua postura ereta, ele parecia se importar.

Então o homem de jaqueta de couro na cor mostarda, parou em frente a eles e olhou fixamente para Lucifer e ele não parecia contente em ver o dono da boate.

— Detetive babaca. — Lucifer exclamou alegre. — Confesso que estava sentido sua falta.

Se por um lado Lucifer era pura empolgação e alegria, o "detetive babaca" parecia ser raiva e mágoa.

— A delegacia está mais leve sem você por lá. — O homem disse de modo ameno, mas com seu tom carregado em rancor.

— É o que as pessoas dizem quando o diabo saí de um recinto. — Lucifer disse animado dando um leve tapa no ombro do babaca.

Amy havia se permitido chama-lo assim, afinal, não sabia seu nome, e o achava um pouco babaca também.

Então finalmente o homem olhou Amy, a mediu dos pés a cabeça e sorriu de canto com certo escárnio ao pousar os olhos em sua tatuagem.

— Ah que erro irreparável o meu, não apresentei minha amiga. Babaca, essa é Amy, ela trabalha para mim. — Ele me fez dar um passo para frente. — Amy, esse é o Dan, mas pode chama-ló de detetive babaca.

Babaca, ou Dan, soltou um risinho de escárnio ao revirar os olhos cheio de uma indiferença que estava dando nos nervos.

— Eu preciso ir Lucifer. Tenha um bom dia. — Dan disse dando um passo para longe, mas Lucifer o impediu.

Eles se olharam, e pareciam estar em um embate, mas Dan suspirou e pareceu recuar.

— Não tenho notícias dela. — Murmurou o babaca e aquilo parecia o afetar. — Não sei o que você fez, mas conseguiu assusta-lá.

Amy viu Lucifer puxar o ar com força, todo o seu corpo deixava claro que aquele assunto era incômodo.

Dan olhou para Amy, tinha um ar curioso, mas então bufou.

— Cuidado para não ser a próxima.

Foi o que ele disse. Amy estava lá, parada em meio ali corredor movimentado, assistindo o homem partir e sumir na multidão, com Lucifer ao seu lado, mas era evidente que sua cabeça não estava ali. Era claro em sua expressão, que ele estava viajando.

E Amy conseguia se perguntar apenas uma coisa.

O que realmente havia acontecido ali?

(...)

Aquele assunto tinha mexido com Lucifer, pois ele fez o caminho de volta do shopping em silêncio e deixou Amy em casa depois de murmurar um "adeus"

É claro que ela estava curiosa e que queria ter perguntado o que estava acontecendo, mas ela não queria forçar os limites deles. Aquilo não seria justo.

Mas quando chegou em casa, encontrou Maze de cabelos bagunçados despedindo-se de um homem.

A morena jogou-se no sofá com un sorriso malicioso nos lábios.

— Gostei da tatuagem. — Anunciou após analisar o corpo de Amy que sorriu minimamente.

Amy sentou-se ao lado dela no sofá e parecia inquieta, o que óbvio, Maze percebeu.

— O que foi?

— Sai com Lucifer hoje e encontramos um conhecido. Detetive babaca. O clima não foi dos melhores. — Contou Amy.

Maze revirou os olhos.

— E o que ele fez? — Maze questionou curiosa, avida por respostas.

— Foi ríspido, contou sobre alguém alegando que Lucifer a assustou. — Mais uma vez Maze revirou os olhos. — Não disse o nome dela, mas mexeu com Lucifer. — Amy murmurou.

— O nome dela é Chloe. — Maze contou.

— Quem é?

— Uma amiga de Lucifer, ele gostava dela, mas ela não soube valorizar a pureza dos sentimentos dele. — Maze parecia verdadeiramente afetada com aquilo, e isso tinha mais do que haver com Lucifer. Ela também estava machucada.

— O que ela fez com ele?

— Se deixou levar por julgamentos, não o aceitou do jeito que ele é. — Maze murmurou cheia de raiva. — Mas tudo bem. Ela não o merece.

Amy suspirou, sem saber direito como prosseguir, mas algo passou por sua cabeça. Não era só Lucifer que importava ali.

— E o que ela fez a você?

Amy questionou e Maze levantou os olhos para olha-lá completamente surpresa, como se o fato de alguém se preocupar com seus sentimentos fosse algo único.

Ela respirou fundo, desviou os olhos dos de Amy meia dúzia de vezes antes de responde-lá.

— Tirou alguém importante de mim. Sem aviso prévio porque ela também não me aceitou como eu sou. — Sim, Maze estava tão machucada quanto Lucifer naquela história.

Amy se quer conhecia a tal Chloe, mas nutria rejeição, antipatia e raiva pela mulher. Chloe não podia ser uma boa pessoa se deixava pessoas para trás, alemãs por que elas eram diferentes.

Vai ver o detetive babaca tinha razão. Ela fugiu apavorada porque era uma covarde.

Divine Heart (Lucifer)Onde histórias criam vida. Descubra agora