Decisões certas

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Amy

Ao me virar eu encontrei quem eu menos esperava ver. Chloe Decker. Ela tinha os olhos confusos me encarava com algo que reconheci como raiva, mas eu não me importava, não quando tudo o que eu sentia era o pulsar do meu coração vivo e o fogo em minhas veias.

— O que faz aqui detetive? — Lucifer questionou com um ar indiferente.

— Dan me disse que alguém tentou te matar. — Ela comentou de forma casual e sorriu de canto.

— Crise resolvida detetive. Ao que parece somos dois imortais. — Lucifer comentou apontando dele para mim muito bem-humorado.

Chloe oscilou os seus olhos de Lucifer para então me encarar, suspirou longamente e se aproximou alguns passos.

— Ela sabe? — Ela questionou apontando para mim.

— Descobriu sozinha. Amy é muito perspicaz. — Lucifer tocou meu ombro e me lançou um sorriso.

Chloe tinha os olhos em mim e parecia surpresa... talvez chocada.

— Nos podemos conversar? — Ela questionou tornando a olha-ló. — A sós?

— Eu acho que preciso dar o meu depoimento, então eu vou. — Apontei o caminho e ele apenas confirmou.

Eu me afastei quando minha vontade era de ficar. Eu sabia que de alguma forma ela o machucaria ou talvez eu estivesse sendo super protetora.

Eu encontrei o detetive babaca e ele não parecia contente em estar ali. Meu pai estava algemado e gritava a cada parte da história que eu contava.

"Mentira. Ela é o demônio"

Ele repetia freneticamente enquanto era colocado no carro da Polícia. talvez ele estivesse certo.

Eu ainda não tinha tido tempo algum para processar o fato de que eu tinha morrido e ido para o inferno, mas as imagens do lugar estavam em minha mente, e eu nunca poderia esquecer de nenhum detalhen mas era tão estranho, pois tudo ali me soava tão famíliar, as paredes frias, as portas com correntes, os gritos e rangeres de dentes me remetiam a uma outra vida da qual eu não lembrava.

De alguma forma eu me sentia diferente, mais forte e menos humana. Eu não era a mesma Amy de meses atrás, eu estava diferente, eu não era mais a devota que enxergava um pecado em tudo, agora eu sentia atração pelo pecado, e talvez por isso eu estivesse condenada ao inferno, afinal, eu estava perdida pelo diabo e se quer tinha medo daquela paixão.

Paixão essa que me queimava de dentro para fora, mas eu não me importava, eu estava disposta a queimar no inferno apenas para ficar ao lado de Lucifer, e eu queimaria feliz.

Quando os gritos do meu pai cessaram eu pude respirar finalmente aliviada, eu não sabia o que fazer, se voltava a casa dos meus pais e tentava resgatar minha mãe de tudo aquilo, afinal, ela era uma vítima assim como eu, obrigada a ser submissa, passou por uma lavagem cerebral desde criança e merecia fugir de tudo aquilo. Eu havia aprendido algo em Los Angeles que me fazia querer ajudar todas aquelas mulheres que estavam a mercê daquela ceita. As mulheres precisam se unir.

Me movi naquele lugar porque eu me sentia presa, ansiosa demais sobre Lucifer e Chloe para conseguir me concentrar em qualquer coisa ao meu redor, mas eu senti alguém de aproximar. Maze tocou com ombro e me lançou um sorriso cúmplice.

Divine Heart (Lucifer)Onde histórias criam vida. Descubra agora