O mal espreita

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Olhos atentos a figura feminina, ao corpo delicado que abraçava o irmão em uma despedida com lágrimas.

Eu sabia que o garoto ia dar pra pra trás, que ia proteger a irmã acima de tudo, sabia também que ele tinha mandado ela para longe.

Olhar Amy agora me dava asco, minha filha já não era mais a mesma, seu corpo já não parecia mais o mesmo, pois ela tinha um andar altivo, confiante e o deixava exposto com uma calça mundana e o uma blusa que expunha seus ombros.

A raiva em mim era visceral, eu queria esganar essa garota e depois coloca-la no altar para enfim limpar o nome da minha família. Aguentei por semanas os olhares de escárnio dos anciãos, pois o erro era meu, deixei minha filha fugir depois de se entregar a um homem.

Mas eu iria leva-lá de volta, nem que eu tivesse que arrasta-lá pelos cabelos, ou dar um tiro nela, eu só estava esperando Alan sair pois eu sabia que ele dificultaria tudo.

Olhei dentro daquela van que eu tinha alugado, eu estava quebrando mais uma regra da seita, usando aquela lataria criada pelo diabo, mas eu tinha que ter um lugar para enfiar Amy depois que pegasse ela.

No banco do motorista tinha uma arma, eu não queria usa-lá, pois se usasse demoraria mais para casa-lá, mas se Amy não se comportar eu não irei pensar duas vezes.

Vi alan entrar no ônibus e as portas se fecharem. Agora era a hora. Quando o ônibus deu partida, peguei a arma e desci do carro vagarosamente, me espreitando entre os carros estacionados.

Eu estava atravessando a rua, pronto para surpreende-lá já que ela estava de costas, mas me escondi atrás de um ponto de ônibus, pois um carro se aproximou dela.

Vi Amy se virar e encarar o motorista com um leve sorriso nos lábios. Senti todo o meu sangue esquentar quando o homem desceu do carro e se aproximou dela. Ele tocou o braço dela e se aproximou, disse alguma coisa no ouvido dela e ela riu alto.

Aquela garota era uma praga, meu nome estaria manchado para todo sempre se alguém da seita visse aquilo.

Apontei a arma fazendo mira no homem, primeiro eu atiraria nele, e depois pegaria ela e a levaria para bem longe, onde eu casaria ela e finalmente meu nome estaria limpo.

Meu dedo estava no gatilho, mirando no peito dele, mas o som de uma sirena me despertou, e eu escondi a arma na cintura, nesses segundos de distração o carro deu partida e eu vi Amy e o homem se afastarem, bufei de raiva socando o vidro do ponto de ônibus.

Desgraçada.

Corri de volta para o carro e liguei, o motor demorou a roncar já que o carro era velho e mal-cuidado.

Acelerei o máximo que pude e comecei a seguir o carro do homem pelas ruas de Los Angeles, a cidade do pecado, onde mulheres não se davam o valor e homens perdiam tudo por elas.

Demorou um pouco, mas finalmente o carro estacionou em frente a um conjunto de apartamentos. Amy falou algo antes de descer. Ela acenou e assistiu o carro dele ir embora, e então continuou parada.

Desci do carro com a arma escondida, era so apagar ela e leva-lá. Não seria difícil.

Quando me aproximei, senti mãos segurarem meus ombros, alguém me puxou e me jogou contra a parede, estavamos em um beco cercado por dois prédios e ninguém nos veria ali.

Senti a mão apertar meu pulso e uma dor visceral se espalhou pela minha pele e fui obrigado a soltar a arma.

Quando o som da arma caindo no chão se espalhou pelo o beco, a mão segurou meu pescoço e me ergueu tirando meus pés do chão enquanto me prensava contra a parede.

Quando finalmente pude ver quem era, vi uma mulher, pele negra, olhos de uma fera preste a matar. Ela era forte, mais forte do que uma mulher deveria ser.

— Mee largue sua imunda. — Eu gritei e senti sua mão acertar meu rosto em um tapa dolorido.

Ela pegou uma faca, que tinha um formato estranho de uma pena torcida, e ela girou o objeto metálico entre seus dedos e tocou a ponta da lâmina afiada no meu pescoço.

— Quem é você e o que quer com a Amy? — Ela questionou feroz, pronta para me matar.

Olhei bem nos olhos daquela negra imunda e vi que ela estava pronta para me matar e ela faria sem exitar.

Eu não podia deixar ninguém contar para Amy que eu estava na cidade atrás dela, ela certamente iria fugir denovo.

— Eu só ia assaltar. — Levantei as mãos.

A mulher me olhou com escárnio e soltou o meu pescoço ne fazendo cair. Seu chute acertou certeiro meu rosto e fez minha visão ficar turva.

— Não chegue mais perto dela, ou você morre.

pisquei algumas vezes e então ela não estava mais lá. Me levantei o mais rápido que pude e sai do beco a tempo de ver a mulher se aproximar de Amy, elas conversavam animadas e entraram no prédio juntas.

Eu sabia que ainda não era a hora, mas que eu ainda pegaria Amy, eu só precisava ter paciência e esperar o momento certo.

Divine Heart (Lucifer)Onde histórias criam vida. Descubra agora