Divine Heart (Lucifer)

Pai nosso que estais no céu

Deus

Entenda os meus planos como quiser, eu nunca disse que tudo seria perfeito e muito menos lindo, mas o final sempre surpreende, até mesmo quando eu não o controlo... Ou perco o controle como foi nesse caso.

Escrever histórias, este é o trabalho que segundo a muitos eu exerço, mas isso não é o correto, ou pelo menos não totalmente. A única coisa que eu faço é escrever um prólogo, dar um começo, cabelos loiros ou castanhos, pele negra ou branca, bondoso ou maldoso, apenas pequenas detalhes e então eu passo a caneta para os verdadeiros donos, os humanos ou quem quer que esteja vivo.

Mas eu confesso, com Lúcifer foi diferente, eu tentei controlar a vida dele, não quis entregar a caneta, mas ele foi mais forte, ele a tomou de mim.

O mesmo com Raguel... Ou Amy como você preferir.

Esta história que estou a contar é o evangelho de Lúcifer e Raguel, uma história que iniciou-se sem que eu pudesse prever ou controlar, um amor mais forte do que qualquer influência divina ou maligna, eles eram pedaços quebrados que se encontraram e formaram uma linda peça.

Tudo começou no começo, ou no recomeço, quando as avuas abaixaram e Noé e sua família pode finalmente pisar a terra eles estavam prontos para recomeçar a terra da forma correta, puros e lindos, como eu havia planejado para o Éden.

A família de Noé era divina, eles eram puros de coração e alma, mas eu me esqueci que quando você prende um passarinho em uma jaula ele sempre vai ansiar pela liberdade.

Lúcifer era a liberdade para a pura Raguel, bisneta de Noé ela seguia o padrão da família, sua alma era tão pura quanto o seu coração, foi então que Lucifer chegou, e novamente trouxe perdição para a minha bela criação, e só então eu vim a perceber que talvez a perdição fosse liberdade.

Ele estava disposto a fazer com Raguel o mesmo que fez com Eva, apenas para me provocar, mas ele não planejou se entregar a jovem, no fim das contas até mesmo eu não planejei.

Ela o tinha em suas mãos, a pureza e a perdição bailavam juntas, uma dança perfeitamente sincronizada onde eles davam para o outro o melhor de si.

Lúcifer fora como uma chave para a gaiola dourada de Raguel e ela não pensou muito antes de alçar vôo ao lado dele. Eles eram livres, tomaram o controle de suas vidas de minhas mãos e eu não podia estar mais orgulhoso da minha criação.

Ele amava como se ela fosse o ar que ele precisava viver e ela o amava como se ele fosse o próprio Deus. Eles eram devotos aquele amor, um era a religião do outro.

Nada podia os separar. Nem mesmo a morte.

Mas havia alguém que também estava prestes a assumir o controle da sua vida e eu se quer pude prever. Miguel, meu querido filho, não estava satisfeito em ver o irmão rebelde feliz.

Foi em um dia de sol e chuva que Miguel tentou acertar Lúcifer com a espada flamejante, mas alguém tomou a frente.

Um sacrifício e um amor digno de Shakespeare... Ou de Deus.

Raguel tomou a frente sacrificando não só sua vida, mas também sua alma por quem ela mais amava. Então Raguel partiu, sem céu ou inferno, ela apenas deixou de existir.

Eu vi Lúcifer se sentar novamente em seu trono, quebrado como nunca e essa foi a primeira vez que eu senti que tinha falhado.

Castiguei Miguel, uma deformidade em seu corpo que nunca o deixaria esquecer o seu erro.

Eu precisava remendar tudo aquilo da melhor forma. Eu não podia trazer Raguel de volta a vida, mas eu podia apaga-lá da mente de Lucifer, ele não se lembraria dela ou do amor que sentiu, mas eu devia saber que mesmo que ele não se lembrasse ele sempre estaria quebrado, o amor de Raguel era uma parte que ele nunca teria novamente, uma dor latente em sua alma e como um último recurso eu fiz um milagre.

Chloe.

Eu pensei que um amor intenso o fizesse esquecer aquela dor, mas ele nunca esqueceu. Nenhum amor seria tão intenso quanto o de Lucifer e Raguel.

Eu não podia fazer mais nada, eu podia apenas assistir meu filho me culpar por todos os meus erros e talvez ele tivesse razão.

Eu não pude trazer Raguel de volta, mas o amor deles a segurou neste universo. Uma alma corrompida que lutava para não desaparecer mergulhada no quinto do inferno, pronta para ressurgir quando o seu amado gritasse o seu nome, e ele gritou.

Raguel renasceu, agora como Amy, tão doce e ingênua como eu a criei nós primórdios, mas ainda sim pronta para a perdição. Como imã e ferro eles se atraíram e nada e nem ninguém poderia separa-los de novo.

O rei e a rainha finalmente estavam juntos.

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Notas da autora: É oficialmente o fim! E eu agradeço a todos que me acompanharam nessa jornada maluca!!

Me digam o que acharam!!

Conseguiram entender tudo?

E o fim aqui, mas vocês podem continuar comigo em Devil Girl. Se liguem no próximo capítulo!!