Fraqueza

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Notas da autora: Esse capítulo é muito importante. Ele é um divisor de águas que vai ditar os rumos da história e a nova narrativa que vai seguir numa vibe mais explícita e mais escura. (Recomendo que ouçam a música da mídia enquanto lêem.)

Espero que gostem.
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Ela não está à venda
Não, ela é a única
Fumar com ela até ahhh
Ficar acordado até o Sol nascer
(you don't own me)



Lucifer Morningstar

Como eu iria me importar com Chloe? Quando eu sentia todo o meu corpo queimar a medida que as mãos de Amy deixavam de ser tímidas, e tornavam-se selvagens ao me tocar.

Como eu me importaria com abandono e desprezo, quando a pessoa que eu tinha nos braços me aceitava com tudo que eu era, sem ao menos pensar.

Foi então que a minha mente entrou em curto. Meu corpo falava uma língua, mas a consciência outra, e ambos gritavam em uma disputa. Eu precisava decidir quem venceria.

Afastei-me de Amy, já que a consciência tinha bons argumentos comparados aos da carne que estavam perdidos demais no desejo por Amy.

Mas quando fixei meus olhos nela, nada de bom sairia da minha mente. Amy estava a imagem perfeita do pecado, da bondade pronta para ser corrompida.

Ela estava escorada na parede, mãos ainda em mim me segurando, cabelos rebeldes, os lábios vermelhos e inchados e o subir e descer rápido dos seus seios denunciando sua respiração afoita.

Seus olhos me queimavam. Suas iris pareciam tão determinadas e denunciavam o desejo, mas eu sabia que aquilo era momentâneo.

Amy não estava raciocinando.

Hora ou outra ela iria parar e pensar, iria entender que eu realmente era o diabo, e aquilo não era só um nome, era todo um passado de erros, era um rosto dilacerado por uma eternidade no inferno.

Mas Amy era tão diferente, tão imprevisível, andar com ela era como se jogar de um avião sem paraquedas e eu amava aquilo.

Quando eu achava que ela fugiria, ela me puxou para mais perto. Quando achei que seus olhos demonstrariam asco e medo, ela sorriu tomando meus lábios em um beijo tão ou mais intenso quanto o outro.

— Você não deveria fazer isso. — Murmurei me afastando dela.

Encarei seus olhos e mergulhei na profundeza estrelada de suas íris, meu recém descoberto paraíso pessoal.

Eu não podia toca-lá daquela maneira. Não quando tudo que Amy conhece é o abuso e a dor. Me afastei e tirei suas mãos do meu corpo, e aquilo a afetou mais do que eu imaginava.

— Não gostou... — Ela deu mais um passo, mas dessa vez apenas espalmou a mão em meu rosto e acaricou minha pele. — Eu sinto muito ter descoberto seu segredo.

Amy tinha olhos tão expressivos, suas íris eram um claro reflexo da sua alma, e eu via no brilho das lágrimas que começavam a surgir que ela estava triste e um tanto preocupada.

— Não me importo com isso. — Murmurei. Seus olhos sorriram. — Nunca menti sobre isso.

— Então qual é o problema. — Acaricou meu rosto. — Porquê está me afastando?

Divine Heart (Lucifer)Onde histórias criam vida. Descubra agora