O Conto de Alicia (Repostagem Revisada)

S E T E

                  
                   Apesar do início conturbado, o papo com Lena e Trevor é tranquilo e delicioso. Eles fazem um belo casal e parecem ter uma química inegável. Já Ash parece estar odiando cada minuto sentado aqui e não agarrando alguma mulher.

— Por que você não vai logo atrás? Tá babando na saia dela. — sibilo.

Ele olha para mim, parecendo acordar de um transe tarado na bunda da moça de cabelos loiros.

— Olha, não sei o que Trevor e Lena te disseram, mas não vim aqui com a intenção de te conhecer com algum interesse. — ele diz baixinho.

Lena e Trevor estão envolvidos em algum assunto, o que faz com que a coisa toda seja menos constrangedora. Não que eu esperasse algo, mas nunca imaginei existir um exemplar de macho tão convencido e escroto assim.

— E quando eu disse que estava interessada? — pergunto olhando em seus olhos. — Não precisa se emocionar, só tá dando dó de você babando na garota, deveria tentar fechar a boca. — pisco para ele e me volto para Lena e Trevor. — Vou no bar catar uma bebida, querem algo? — pergunto.

— Eu quero uma cerveja. — Lena sorri.

— Tudo bem.

Me levanto sem esperar uma resposta de Ash para o que eu disse, mas sinto-o em meu encalço. Atravesso a pista lotada de pessoas e sinto uma mão tentando agarrar a minha, olho para quem é e eu corpo congela.

— Alicia? — Alex Pearson parece congelado.

Ash olha para a mão de Alex e para mim, ele parece realmente desacreditado.

— Olá, Sr. Pearson. — o cumprimento.

Que caralhos este homem faz num bar desses?

— Quase não te reconheci. — ele parece bêbado.

Sou levemente empurrada por um casal atrás de mim, que se desculpa rapidamente. Aceno e saio em direção ao bar, vejo Ash e Alex virem atrás de mim.

Inferno.

Me encosto no balcão e a música estoura uma caixa de som atrás do barman, ele se aproxima de mim sorrindo como todo barman é obrigado a fazer para todos os clientes.

— O que vai querer, gatinha? — sorri.

Sinto uma vontade tão grande de revirar os olhos que provavelmente não voltariam a órbita. Que jeito falso, como todos os homens que conversam comigo.

— Quero uma cerveja e uma dose dupla de uísque. — olho para o balcão de madeira escura.

— Tudo bem. — ele bate no balcão, parecendo entender que não ligo para seu tratamento.

— Você bebe? — Ash e Alex se pronunciam.

Olho para os dois idiotas parados na minha frente.

— Eu pedi sua companhia? — olho para Ash. — Sr. Pearson, eu bebo as vezes. — respondo sucinta.

Pura mentira, eu bebo com muita, muita frequência. Todos tem suas válvulas de escape.

— Não precisava ser grossa. — Ash fecha a cara. — Vou voltar para a mesa. — ele sai sem se despedir.

— Foi tarde. — grito.

Ele me olha de esguelha e sai.

— Uau... — um Pearson bêbado encosta no balcão. — Você está diferente... O que mudou? — ele me olha, mas parece não conseguir definir o que é.