13- Chloe

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Comecei a pensar nas inscrições para faculdade e entender o que eu precisava para concluir aquela etapa. Uma das exigências eram cartas de recomendações de pelo menos dois professores e, sabendo disso, passei a ser mais solicitá e participativa nas aulas. Summer estava falando de tentar entrar numa faculdade de artes em Nova York, eu prestava atenção no que ela dizia. Ela me irritava às vezes por sempre odiar tudo, mas no fim das contas era a única pessoa que eu tinha na escola nova.

Josh parou de mandar mensagem depois que Dan deu um soco no meio da cara dele. Nunca imaginei o primo da minha melhor amiga como alguém violento, mas tinha ficado feliz por ele ter feito aquilo. Afinal, não se fala de uma garota como o Joshua falou de mim. Ele era passado e eu só me lembraria das coisas boas que passamos juntos, já que nossa última noite eu preferia mesmo esquecer.

Eu fiquei na fundo do poço por uns dez dias, mas daí me lembrei que estava tentando ser jovem e me descobrir, por isso agora eu andava prestando atenção nas garotas. Se os homens não despertavam nenhuma reação lá embaixo eu precisava entender se as mulheres conseguiriam esse feito. Summer era bonita, eu gostava de como ela sorria como se tivesse rosnando ao mesmo tempo, era diferente e eu me convenci de que ela era única, mas eu não queria beijá-la, pelo menos não alguém que eu considerava uma amiga.

Você quer beijar o Dan e ele é seu amigo!

Minha consciência me recriminou e eu dei o dedo do meio para ela.

Cheguei em casa e cumprimentei o sr. Ramirez ao passar pela portaria. Ele tinha uns quarenta anos e a calvície já o tinha pego de jeito, quando ele tirava a boina sua careca parecia brilhar com as luzes do hall de entrada. Quando nos mudamos para cá não tínhamos porteiro, então o antigo dono vendeu o prédio e o novo proprietário era adepto à ideia de um funcionário na recepção. Ainda bem, porque eu gostava do sr. Ramirez.

Marquei com a Lou de estudar para a prova de filosofia — que eu teria e era péssima na matéria, enquanto Louise mandava bem — na minha casa, e ela apareceu por volta das seis da tarde. Nós fizemos pipoca e ficamos assistindo alguns episódios de The office antes de mergulharmos nos livros. O celular dela apitou pela terceira vez em cinco minutos e ela cedeu, pegando o aparelho. Leu a mensagem e bufou.

— O quê? — indaguei, talvez fosse tia Rachel mandando ela para casa.

— É o Charlie — respondeu e enfiou um monte de pipoca na boca.

— O que tem ele? — ela não tinha me contado como andava a relação dos dois, mas eu sabia que Louise gostava dele o suficiente para se importar.

— Eu não gosto do Joshua e aquele verme é o amigo do Charlie, então eu não saio com ele faz um tempo — ela deu de ombros — Ai ele fica mandando mensagem enchendo o saco.

Não tinha pensando em como o fracasso da minha relação com o Josh tinha afetado a de Lou com Charlie. Droga! Charlie era um cara legal, mesmo que seu amigo tenha falado merda, ele não era um cara ruim. Ia ter que parar de evitá-lo e lidar com aquele assunto para não respingar em Louise e seu nerd loiro, ou nunca ia me perdoar por isso.

— Olha, Lou, eu sei que minha relação com o Josh deu merda, mas você e o Charlie se dão tão bem, vocês são felizes juntos. Então não deixa que ninguém estrague isso, ok? — ela não parecia convencida — Vou falar com o Josh e resolver as coisas, sei lá, amarrar as pontas como diria Daniel.

Ela deu uma risadinha e parecia que um peso tinha sido tirado dos seus ombros, começou a contar sobre outro dia que foi na casa do Charlie e a mãe dele ficou falando sobre gravidez na adolescência e DSTs, eu dei risada de quando ela ruborizou apenas em lembrar da conversa e quase caí para trás quando ela começou a me bater com a almofada.

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