Forte Atração

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Pov Magnus

Quando chegamos em casa, Alec ficou horas no sofá assistindo a um programa de culinária, enquanto eu trabalhava no escritório.

Eu tentava me concentrar nos papéis, mas só conseguia pensar em como era idiota por ter me deixado levar tão facilmente por um rostinho bonito. Ok, Alexander não era apenas um rostinho bonito, tudo nele me atraia de uma forma absurda, mas a raiva que eu sentia dessa situação era muito maior.

Sai dos meus devaneios quando ouvi um barulho de muletas no meu piso, era o insuportável do Alec se aproximando.

-Magnus, você não vai jantar? -Perguntou com a voz amena. Tudo bem, talvez ele não fosse insuportável, pelo menos não o tempo todo.

-Não. -Disse simplesmente, sem nem mesmo olha-lo. Eu não queria ter nenhum tipo de contato desnecessário com ele. Não queria fazer que a estadia dele aqui fosse agradável. Eu queria mesmo é que ele fosse embora o mais rápido possível.

-Tudo bem. -Ele falou ainda com a voz calma antes de sair do escritório.

(...)

Fiquei mais algumas horas trabalhando e Alec não veio mais falar comigo. Fui para a sala e ele ainda assistia um programa de culinária na tv, mas agora comia pizza.

-Quer? -Ele perguntou me estendendo a caixa com alguns pedaços de pizza.

-Não. -Respondi indo até o bar e enchendo um copo com uísque.

-Você não acha que faz mal beber de barriga vazia?

-O que você tem haver com isso? -Respondi seco. Pude ver a expressão dele mudar para chateada, mas rapidamente passou.

-Por que você é sempre tão babaca?

-Me deixe em paz, Alec. -Falei deixando o copo no balcão e indo em direção ao meu quarto.

-Ei, espera! -Voltei para onde ele estava.

-O que foi?

-Onde eu vou dormir? -Coloquei as mãos no rosto totalmente sem paciência.

-Bom, eu não tenho quarto de hospedes, porque eu não gosto de hospedes. -Falei e Alec murmurou algo que eu não entendi, mas provavelmente era alguma ofensa. -Então, você vai ter que dormir no sofá.

-Por que eu não posso dormir com você? Afinal, nós somos casados, não é?

-Infelizmente. -Murmurei.

Me joguei do seu lado no sofá, totalmente exausto. Em um piscar de olhos eu havia saído da minha zona de conforto. Eu estava casado, agora meu marido, que alias é um inferno de tão lindo, mora comigo e estava disposto a atormentar a minha vida.

-Como eu deixei isso ir tão longe? -Falei para mim mesmo. Eu sempre fui um cara que pensa antes de fazer alguma coisa, nunca fui do tipo que age por impulso, mas olha eu aqui.

-Calma, Magnus.. eu juro que se você for um bom marido, eu vou fazer você mudar de ideia sobre casamentos.. -Alec disse com uma voz doce, enquanto fazia carinho no meu cabelo. Um gesto novo pra mim.

-Ah cala boca! -Disse me afastando do seu toque.

-O grande Magnus Bane não gosta de carinho? -Debochou e eu revirei os olhos me levantando.

-Só por causa disso, você vai dormir no sofá.

-Tudo bem, tudo bem. -Disse. -Você pode pelo menos me ajudar a tomar banho e colocar o pijama?

-Tá brincando né?

-Não. -Seu tom obvio me fez revirar os olhos novamente.

-Vem. -O puxei e ele se apoiou em mim. Caminhamos até o banheiro no final do corredor e eu o ajudei a tirar a roupa.

Puta que pariu.

Eu sabia que ter esse garoto aqui seria difícil, agora ter que ajuda-lo a tomar banho era muito pior.

Para o meu desespero, o seu corpo era perfeito. Como eu já havia visto no hospital, o seu abdômen era gostoso demais, e se não fosse a minha regra de nunca dormir com a mesma pessoa mais de uma vez, eu já estaria ajoelhado o chupando enquanto ele gemia o meu nome sem parar.

-Gosta do que vê, amor? -Perguntou com uma voz insinuante e foi ai que eu percebi que estava tempo demais encarando o seu corpo nu.

-Primeiro, eu já vi melhores. -Menti. Na verdade nenhuma pessoa que eu já tenha transado, me atraia tanto igual a ele. -Segundo, não me chama de amor.

-Meu deus, ninguém te abraçou na infância?

-Vamos logo, antes que eu me arrependa. -Levei-o até a box e com todo o cuidado, o banhei usando o chuveirinho, pois o chuveiro maior molharia o seu gesso.

Foi um momento estranho. Eu nunca havia ficado perto de ninguém nu, sem ter sexo envolvido. Eu passava a esponja pelo seu corpo com leveza e pude observa-lo se arrepiar.

-Acho que você está gostando..-Ele comentou e rapidamente eu tratei de banha-lo mais rápido para acabar com esse momento estranho logo.

(...)

Depois de seca-lo, eu fui até a suas malas e peguei um pijama cinza e uma cueca boxer vermelha e o ajudei a se vestir. Deixei-o no banheiro parar escovar os dentes e fui até o meu quarto.

Peguei alguns travesseiros e os coloquei no sofá, sem nem mesmo perguntar se ele precisava de mais alguma coisa, eu fui rapidamente para o meu quarto. Eu estava começando a ficar excitado. A imagem do corpo dele aparecia na minha cabeça o tempo todo e eu precisei de um banho frio, para tentar acalmar as reações que ele me causava.

Quando sai do banheiro, que ficava no meu quarto, coloquei apenas uma cueca preta e fui até a cozinha beber água, e confesso que para ver se Alec estava bem, mas eu nunca o deixaria saber disso.

Cheguei na sala e Alexander já estava dormindo. Ele respirava tão calmamente, e estava tão sereno, que nem parecia a pessoa que infernizava a minha vida quando estava acordado.

O sofá era grande, mas mesmo assim parecia que ele não estava confortável. Um pouco relutante, eu o peguei no colo e o levei para o meu quarto. O coloquei deitado na minha cama que era muito mais confortável do que o sofá e ele se agarrou ao meu travesseiro. Tapei-o com o cobertor e fui para o outro lado da cama, me deitando em seguida.

Seus cabelos estavam caidos nos seus olhos, então devagar eu tirei-os com delicadaza.

Alec estava com o meu travesseiro, então calmamente eu o tirei dos seus braços e coloquei no lugar, mas ele parecia ter uma grande necessidade em dormir agarrado em algo, porque na mesma hora ele se agarrou em mim como um polvo. Tentei me afastar, mas não queria acorda-lo e ouvir sua voz irritante, então suspirei antes de fechar os olhos e aceitar que dormir agarrado com ele era minha única opção no momento.

Não podia negar que a sensação não era tão ruim.

Recém-Casados (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora