Inauguração

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Pov Magnus

Depois de um dia cansativo no trabalho, eu finalmente estava em casa. Antes de entrar eu olhei na minha caixa de correio e peguei minhas correspondências.

Entrei em casa e como esperado, estava vazia.

Joguei as correspondências na mesinha de centro e fui tomar um banho.

Vinte minutos depois eu estava sentado no sofá da minha sala com uma caixa de pizza e um programa de culinária passando na televisão.

Era ridículo admitir, mas quem tinha mania de ficar vendo programas de culinária enquanto comia pizza, era Alexander. Eu havia mantido isso, mas não sabia exatamente o porquê, talvez seja para não esquecê-lo totalmente.

Olhei para a mesinha no centro da sala e percebi uma carta diferente no meio de tantas outras. Estava escrito “Magnus”, mas eu conhecia perfeitamente aquela letra.

Peguei a carta com uma ansiedade vergonhosa e abri. Dentro tinha um convite, convite esse que era para a inauguração do restaurante de Alexander.

Seria essa noite, ás 21 horas e eu fiquei quase um minuto olhando para o convite pensando no que deveria fazer.

Um lado meu pedia, implorava, para que eu apenas ignorasse o convite e continuasse com a minha vida. Mas eu ignorei as vozes na minha cabeça e fui trocar de roupa, afinal, eu tinha uma inauguração pra ir.

(...)

Estacionei o meu carro em frente ao restaurante e quando sai fiquei realmente chocado com o tamanho do lugar.

Estava lotado, e tinha uma fila enorme do lado de fora de pessoas esperando um lugar para jantar no restaurante.

Bem no fundo do meu coração eu senti tanto orgulho de Alexander, que tive que conter um sorriso. Era o sonho dele, e eu não sabia como ele havia conseguido isso, mas estava feliz que havia conseguido.

Eu estava com uma camisa e uma calça social preta, além de um blazer da mesma cor que tinha lantejoulas na lapela.

Apesar da fila, eu fui direto para a recepção do restaurante, onde tinha uma mulher ruiva com um vestido preto e um coque no cabelo.

-Boa noite. –Falei e ela que estava com o olhar no tablet, olhou pra mim.

-Boa noite. –Sorriu. –Tem convite? 

-Tenho sim. –Respondi pegando o convite no bolso do meu blazer e a entregando.

-Nome?

-Magnus Bane. –Alguma coisa pareceu mudar assim que eu disse meu nome. Sua expressão mudou, ficou mais iluminada, como se já estivesse me esperando.

-Estávamos te esperando, Sr. Bane. –Falou saindo de trás do balcão. –Me acompanhe. –Fomos para dentro do restaurante onde não tinha se quer uma mesa vazia. Andamos até chegar em uma mesa no canto do restaurante, onde tinha uma parede de vidro que tinha uma vista perfeita para um jardim. –Fique a vontade, alguém virá anotar o seu pedido em breve.

-Obrigado. –Agradeci me sentando a mesa e ela sorriu antes de sair.

Passei o olhar por todo o restaurante procurando ele.

Eu nem sabia se realmente queria falar com ele, mas mesmo com toda mágoa que ainda existia dentro de mim, eu sentia falta dele e queria vê-lo.

-Boa noite, senhor. Meu nome é Kieran e hoje eu vou servi-lo. –O garçom falou sorridente e gentil. –Aqui está o cardápio. –Me entregou e eu agradeci. –Voltarei em breve para anotar o seu pedido. –Falou antes de dar meia volta e se afastar.

Analisei as opções no cardápio e tinha vários pratos diferentes que pareciam realmente uma delicia, mas no meio de tantos pratos, um em especial me chamou atenção. Era bife assado ao molho madeira e se chamava Malec. Eu não fazia ideia do porque desse nome, mas esse prato era o mesmo que eu havia, desastrosamente, tentado fazer no jantar em que tentei convence-lo a ficar comigo.

-Posso anotar o seu pedido? –Meu coração quase saiu pela boca quando eu ouvi a voz de Alec tão perto de mim. Levantei meu olhar e o vi, estava de terno azul escuro e tão perfeito que eu simplesmente esqueci como se respirava.

-Você é o dono, e garçom nas horas vagas? –Perguntei o encarando. Alec sorriu.

-Só você tem esse privilégio.

-Não me importo de ser atendido pelo Kieran. –Respondi voltando minha atenção para o cardápio.

-Mas será atendido por mim. –Respondeu e eu fiquei com uma leve vontade de sorrir. –Então, o que vai comer?

-Esse prato...Malec. –Comecei a falar apontando para o cardápio. –É o mesmo que eu tentei fazer pra você?

-Sim, é.. mas ele não está cru e tem um ingrediente de família. –Disse com bom humor e eu não consegui conter a risada.

-E por que esse nome? O que significa? –Perguntei curioso.

-Se você vier novamente, prometo que eu digo.

-Se estiver melhor que o prato que eu fiz pra você no jantar, talvez eu volte. –Respondi e Alec assentiu sorridente. 

–O que vai querer beber? –Perguntou e eu olhei a lista de vinhos. Fiquei surpreso quando vi que todos aqueles vinhos eram da minha fábrica.

-Então foi você quem esvaziou meu estoque de vinhos!

-Pois é, a Clary quem comprou.

-Quem é Clary? –Perguntei franzindo a testa.

-Minha recepcionista e melhor amiga da minha irmã.

-Ah sim. –Falei apenas.

-Já já alguém trará o seu prato. –Alec falou e eu assenti. –Fique a vontade, qualquer problema, peça para alguém me chamar, estarei na cozinha. Tenha um bom jantar, Magnus.

-Obrigado, Alexander.

(...)

Durante o jantar eu não falei mais com Alexander. Apenas o via passando para um lado e para o outro conversando com seus funcionários e dando atenção aos convidados. Essa noite havia sido muito agradável pra mim, a comida, o lugar, a música tocada no piano baixinho, tudo isso havia contribuído para que eu tivesse uma das noites mais agradáveis das últimas semanas.

Depois de pedir a conta e paga-la, eu dei uma ultima olhada pelo restaurante, com a esperança idiota de vê-lo uma ultima vez, mas eu não o achei em lugar nenhum, então apenas saí do restaurante e pedi para o manobrista pegar o meu carro.

-Tenha uma boa noite, senhor. –O manobrista falou saindo do meu carro e me entregando minhas chaves.

-Magnus, espera! –Ouvi Alec me chamar e me virei, observando ele se aproximar. –O que achou do jantar?

-Estava tudo uma delicia, Alexander. E seu restaurante ficou simplesmente espetacular.. estou orgulhoso. –Falei o olhando nos olhos e Alec corou.

-Bem.. obrigado. –Ele agradeceu sorrindo. –Você.. vai voltar?

-Não sei, Alexander. Eu estou trabalhando muito e..

-Ah sim, já entendi. –Ele sorriu sem graça. –De qualquer forma, você é sempre bem vindo.

-Obrigado, Alec.. de novo, parabéns pelo restaurante. –Falei antes de olha-lo uma última vez e observa-lo sorrir. –Até qualquer dia.

-Tchau, Magnus.

Recém-Casados (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora