Vapper

Rockstar num barzinho

Me despi antes de me transformar em meu lobo e corri para fora do território de Canavar com minhas roupas na boca.

Logo que sai do território me deparei com o problema enfrentado por mim em minha última fuga: Eu não sabia onde era nada na civilização humana. Lindo! Mas, desta vez, não ia simplesmente esperar que alguém viesse me pegar. Claro, eu queria que alguém me achasse, mas não tão cedo.

Decidi correr para o leste, onde, por causa da minha antiga fuga, sabia que tinha uma estrada . Chegando mais perto, fui para trás de uma árvore e me transformei em humana, colocando as roupas um pouco babadas no corpo.

Quando finalmente cheguei na estrada deserta achei que era o fim da linha. Andei pela estrada até ouvir o barulho do motor de motocicletas distantes, cada vez se aproximando mais. Isso ou podia ser muito bom, ou muito ruim. Mas não ia ser eu que ia ficar com medo de alguns humanos.

Não deu um minuto e já consegui ver o enxame de motos se aproximando. Era muita gente mesmo. Engoli o seco. O motorista da moto que estava na frente (devia ser o lider ou sei lá como eles chamam) fez um sinal apontando para a calçada onde eu estava e, aos poucos, todos foram parando e encostando nela. O líder tirou o capacete e se virou para mim.

-O que você está fazendo numa estrada deserta no meio do nada sozinha? - Perguntou, desconfiado. O engraçado é que estava me perguntando a mesmíssima coisa.

-Problemas com meu mac-namorado - E dei de ombros. Quase deixei escapar o 'macho' para esses humanos. Isso não pode acontecer.

-Se namorado te deixou aqui sozinha? - Perguntou, indignado.

-Eu meio que fugi dele....

-Ele te maltratava? Por que a gente pode ir lá e acabar com ele.

Eu teria rido da situação - humanos acabando com um alpha. Imagina? - mas talvez, com a quantidade de gente que tinha, Zast podia levar uma surra. Claro, Addany estaria com ele e o protegeria... O que que o cara perguntou mesmo?

-Si-nã- sei lá. Só sei que precisava sair de lá por um tempo.

-Quer uma carona até o Moe's?

Não fazia ideia do que era o Moe's, mas era melhor do que ficar na estrada.

-Por favor.

-Você pode ir de carona com o Bill. Ele é aquele grandão com barba e moto vermelha.

-Ok. - E fui andando até o Bill.

-E ai, peixinho? Qual seu nome? - Bill perguntou quando cheguei perto dele.

Peixinho?

-Vapper.

-Que nome estranho. Vapper.

-Seu nome é que é estranho. Bill. - Ele começou a rir. O motivo eu não sei. Estava sendo totalmente sincera. Os nomes humanos são incompreensíveis para mim. Por que alguém chamaria o filho de Bill? Não tem nenhum significado especial.

-Gostei de você. Sobe ai, peixinho.

Subi na garupa dele e fomos pela estrada até uma cidadezinha, onde paramos num bar no cruzamento do meio do nada com lugar nenhum.

-Já tinha vindo ao Moe's, peixinho?

-Não tinha vindo nem a essa cidade antes.

-Bom, esse é o ponto de encontro da nossa gangue de motoqueiros: Fear and Tears. - Disse, enquanto saia da moto.